Injustiças e desavenças: Lenny critica ex-dirigentes do Flu e postura de Luxa.

28/3/2024 18:55

Injustiças e desavenças: Lenny critica ex-dirigentes do Flu e postura de Luxa.

O fim de uma carreira marcada por gratidão, decepção e lesões: a mudança de rumo de Lenny Coelho.

Injustiças e desavenças: Lenny critica ex-dirigentes do Flu e postura de Luxa.

Uma viagem de última hora mudou o rumo da vida de Lenny Fernandes Coelho. O breve abatimento pela terceira lesão sofrida no joelho e a decisão de encerrar a carreira de jogador de futebol repentinamente, aos 31 anos, o levaram para Miami, nos Estados Unidos. Era o fim de uma relação tênue de gratidão e decepção com o futebol. Sou realista que minha carreira acabou sendo muito curta, tive muitas lesões. Não tenho 200 jogos na carreira, é muito pouco. Acho que por tudo que poderia ter feito, o futebol para mim foi ingrato. Não sou de beber, fumar, e jogador faz tudo isso. — Lenny

O que o agora ex-atacante não fazia ideia era que a viagem de poucos dias seria uma grande virada de chave na sua vida. Três dias após desembarcar em solo americano, em 2020, a pandemia de Covid-19 o obrigou a ficar no país além do planejado. Lenny voltaria ao Brasil apenas para finalizar a mudança definitiva para a sua nova vida em Miami. Aos 36 anos, o jovem que despontou como promessa no Fluminense, passou pelo Palmeiras e rodou por diversos clubes brasileiros antes de encerrar a carreira na Tailândia agora é empresário do ramo de aluguel de carros nos Estados Unidos. – Quando Deus fecha uma porta, Ele abre uma janela. Mas se você ficar parado em casa, você não vê as oportunidades que o mundo dá de volta. Eu tinha acabado de machucar o joelho pela terceira vez e decidi me aposentar, porque teria que operar o joelho pela terceira vez e já estava de saco cheio. O mesmo joelho, o direito, a terceira cirurgia aos 31 anos já passa do ponto.

A vida é dura pra cacete, a vida do sonho americano você rala muito, é um leão por dia, mas não posso reclamar da vida. Sou grato pela minha vida, ensinamentos, quedas e pela minha mente. Trabalho com o que gosto, sempre gostei de carro, sou pé no chão. Preferia não fazer nada? Preferia, mas nada vai me dar a felicidade de novo daquele prazer de estar em um campo e fazer um gol. A gente realmente morre duas vezes, não existe aquela emoção. O Textor pode ser dono do Botafogo, mas nunca fez gol decisivo e não sabe o que é isso. O Ronaldo é dono do Cruzeiro, mas pode ganhar o título que for que nada vai ser maior que ter marcado gol na Copa. O dinheiro é bom, mas ele também não compra as melhores coisas da vida. O resumo é satisfeito por onde estou, mas sempre quero mais e feliz pelas porradas que a vida me deu e construiu – disse Lenny, em entrevista exclusiva ao ge. O sonho americano de Lenny foi a saída encontrada para deixar o fundo do poço, como ele mesmo classifica, após perder R$ 2 milhões em um investimento que deu errado ao comprar um bar e duas lanchonetes no Rio de Janeiro.

Esse é um dos capítulos da nova vida, agora mais distante do dinheiro conquistado no futebol e que foi contada em detalhes durante bate-papo de mais de uma hora com o ge. Foi o fundo do poço pra mim, mas do fundo do poço você não passa. Graças a Deus fui saindo, tirando a lama do pescoço e saindo do fundo do poço. — Lenny. – Eu comprei um bar, vi dando certo e achava que simplesmente você comprava aquilo dando certo e iria dar dinheiro. Mas foi inexperiência, sou um pouco grosso e foi burrice. A única pessoa que esteve comigo se lascando o tempo todo foi meu avô. Por isso que hoje em dia quem tem minha parte boa é ele. Ah, estou precisando, você não tem? Tenho, mas problema seu. Se seu der pra você, quem fica sem sou eu. E entre eu e você, se lasque você. É muito simples. – Perdi R$ 2 milhões, pra mim faz muita falta. Hoje se tivesse, além do que eu tenho, esses R$ 2 milhões, estaria muito melhor. Não vou dizer que estou mal, estou bem e não tenho do que reclamar. Mas, a não ser para o Neymar, R$ 2 milhões fazem falta. A gente se constrói muito nas nossas quedas, derrotas. Poderia ter sido menos burro, poderia, mas tem hora que você precisa aceitar a derrota e pegar o que tem de bom – conta. Mais sobre Lenny Nome: Lenny Fernandes Coelho Nacimento: Rio de Janeiro Idade: 36 anos (23/03/1988) Profissão: empresário e ex-jogador de futebol Carreira: Fluminense, Braga-POR, Palmeiras, Figueirense , Desportivo Brasil, Ventforet Kofu-JAP, Boavista, Madureira, Atlético Sorocaba e futebol tailandês. Títulos: Copa do Brasil (2007) e Campeonato Paulista (2008).

Antes de chegar aos Estados Unidos, Lenny viveu na pele o peso de ser apontado como mais uma das inúmeras promessas do futebol brasileiro. Aos 16 anos de idade, subiu para o elenco profissional do Fluminense e rapidamente ganhou espaço, marcando gols decisivos e criando grande expectativa em torno do seu futuro. Na vida pessoal, abandonou a escola um ano antes para se dedicar ao sonho de ser jogador profissional. Criado pelos avós, Lenny sempre teve uma visão diferente sobre a busca pelo conhecimento. – Eu parei de estudar com 15 anos, já estava na seleção sub-15. Virei para o meu avô e perguntei: "Tem como fazer duas coisas ao mesmo tempo?". Ele respondeu que não e perguntou: "Mas por quê?". Disse: "Eu quero ir pro treino, voltar e não fazer mais nada". Ele permitiu. Não que eu não tenha buscado conhecimento de outras formas no pós [carreira], acho muito importante você ter conhecimento, mas cada um tem um jeito. Eu tenho meu jeito, leio muitos livros, mas jogador escreve tudo errado. Tenho grupos aqui com jogadores do Fluminense, Palmeiras de 2008 e vários grupos. Os caras escrevem tudo errado, falam tudo errado. Eu não permito isso, por mais que tenha parado de estudar com 15 anos. – É super importante conhecimento, mas de que forma? Não importa. Mas tem que ouvir gente inteligente, não esses coachs de hoje em dia, esses são ridículos. Esse Pablo Marçal aí não existe, falou que é melhor que o Senna, que é melhor que todo mundo. Isso é louco. É preciso ter bom senso, todo mundo dá pitaco em tudo. Não posso dar pitaco de MMA, nunca lutei. Não é por que vi o Anderson Silva lutar que posso falar alguma coisa, é a loucura desse mundo atual onde todo mundo tem voz – desabafa. Eu sou controlado, compro todas as coisas que quero. Eu compro Louis Vuitton, Gucci, compro qualquer merda. Mas não gasto meu dinheiro com besteira.

Foram 70 jogos e 11 gols marcados pelo Fluminense até ser emprestado ao modesto Braga, de Portugal. Lenny foi uma das crias de Xerém e fez parte da mesma geração de Marcelo, que retornou ao clube na temporada passada e ganhou a Libertadores após brilhar no Real Madrid e na Seleção. Sem papas na língua, Lenny acredita que os dirigentes do Tricolor carioca na época foram “burros” na gestão da sua carreira e de outros talentos revelados nas categorias de base. Como é que o cara não valoriza aquilo dali? É burrice demais, na minha opinião eles poderiam ter feito muito mais coisas — Lenny. – O Fluminense nunca vendeu bem. O Flamengo hoje vende muito bem. O Marcelo foi vendido por quanto? Tinha jogado na Seleção e depois vendido para o Real. A gente tem que entender que hoje temos uma maior profissionalização do futebol dos dirigentes. Antigamente o dirigente era um torcedor de terno e gravata. O cara não entendia nada. Hoje temos vários profissionais da área, mas não é só estudar. Hoje tem muito a questão do aparecer, o cara vai assistir a um jogo na Europa e fala que está estudando.

– Se você tem eu e Marcelo surgindo. O que você faz? Posso pegar esse papelzinho e vender por dez, mas se desenhar nele eu posso vender por cem. Se eu não fizer isso, sou burro. A vida é muito simples, não tem o que inventar. Eu, Marcelo, o Arouca, que surgiu bem e não foi vendido. Saiu de graça, isso é ser burro, ser incapaz e muito despreparado. Quem eram os dirigentes na minha época? Não sei, mas pode pesquisar aí. É todo mundo burro, é simples. Marcelo foi vendido ao Real Madrid pelo Fluminense ainda em 2006 por cerca de nove milhões de euros (cerca de R$ 24 milhões na cotação da época). Naquele ano, o time das Laranjeiras tinha como presidente Roberto Horcades.

Após breve passagem pelo Braga, Lenny chegou ao Palmeiras em 2008 sob grande expectativa. Com 19 anos, o atacante teve início promissor no Verdão e foi campeão paulista no time comandado por Vanderlei Luxemburgo e que tinha Valdivia, Denilson e Kleber Gladiador. Era uma equipe cheia de estrelas, montada com ajuda da Traffic, empresa de marketing esportivo que fez parceria com o Verdão naquele ano. Sem espaço na sequência da temporada, teve desempenho abaixo do esperado no Brasileirão encerrando o ano em baixa. Uma fratura no pé e uma grave lesão no joelho deixaram Lenny disponível em apenas metade dos três anos que passou no Verdão.

– Em 2008 comecei bem, fomos campeões paulistas e fui muito bem. Depois tivemos o Brasileirão e fui muito mal, admito. Tive problemas nessa época, era muito novo e isso me prejudicou muito. Quebrei o osso do pé no meio do ano e só volto em janeiro do outro ano, em dez jogos faço dois gols e quando estou pegando um ritmo bom, machuco o joelho. – Tenho o sentimento de que poderia ter feito muito mais, de três anos, tenho um ano e meio machucado. Esse sentimento é o pior, poderia ter feito. Quando fui sair, o Kleber Gladiador disse que eu era burro de sair, que poderia jogar. E compartilho desse sentimento, fui muito burro mesmo de sair. Tinha 20 anos na época, segui o que tinham me aconselhado e não deveria. Merdas cagadas não voltam ao c..., não tem o que fazer e é aceitar o que aconteceu. As lesões não tinha o que fazer, optar por sair, sim. A cabeça de 35 para 20, não tenho dúvida eu teria feito diferente – disse Lenny. Ao todo, Lenny entrou em campo 57 vezes pelo Palmeiras, marcou nove gols e foi campeão estadual pelo clube antes de acertar com o Figueirense, em 2011.

Lenny se orgulha de ter trabalhado com dois dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro. O carinho que sente por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, contrasta com certa mágoa quando o assunto é Vanderlei Luxemburgo. Ainda em 2009, na reapresentação do Palmeiras para início da temporada, o treinador chamou o atacante de "criado pelos avós" , em uma bronca pública sobre o comportamento do jogador no dia a dia. Não tem muito para onde fugir, foi idiota, uma declaração idiota e sem contexto — Lenny. Pouco mais de 15 anos depois, Lenny admite que a declaração do treinador o incomodou e ainda é motivo de desconforto nos dias atuais. – O Luxemburgo era um cara que já era avô, e ele tem esse perfil mesmo. Ele é um cara muito vencedor, na minha opinião um dos mais revolucionários do futebol, chegou até o Real Madrid. Mas talvez tenha caído de lá por causa da língua também, né? Ele não é um filho da puta, safado, é da resenha, mas foi um idiota, imbecil. Eu com 35 anos não vou criar apelidos, alcunhas ou apelidos para um moleque de 20 anos. Tudo que já caminhei, andei e sei o que vou falar e vai elevar a pessoa e o que não vai. – A força que ele tem e sempre teve, na minha opinião um cara com 60 anos é um idiota de falar isso para um jogador dele, que estava ali para te ajudar. Não tem muito para onde fugir, foi idiota, uma declaração idiota e sem contexto. Eu era um jogador que pegava a bola e ia para cima, mas o cara criado com a vó é o quê? O que tem medo? O retraído? É meio discrepante, mas é gente boa, se encontrar com ele vou falar, mas foi um idiota – disse Lenny.

Ainda no Palmeiras, Lenny participou de um jogo que ainda causa polêmica mesmo quase 14 anos após o seu término. Na época, o Fluminense liderava o Campeonato Brasileiro seguido de perto pelo Corinthians. Na décima colocação e sem objetivos no campeonato nas duas rodadas finais, o Palmeiras poderia ajudar o Corinthians na caça à liderança em caso de vitória. O Verdão até saiu na frente do placar, mas sofreu a virada do time carioca e levou 2 a 1, num jogo em que a própria torcida palmeirense "torcia contra" o seu time na Arena Barueri. Lenny não é enfático ao afirmar que o Palmeiras facilitou a vida do Fluminense naquela ocasião, mas respondeu de maneira enigmática. – Só te faço uma pergunta: você tem o seu concorrente. Você tem a corda no pescoço dele e no seu. Você deixa no seu e tira dele, ou tira dele e coloca no seu? Antes de chorar sua mãe, chora a do outro. Entre um prato de comida que não pode dividir, quem come? Você ou o outro? Quem passa fome? Não tem muito para onde fugir. Agora, cada um que tire suas conclusões...



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Isso é uma reportagem ou um livro? Leny muito obrigado ms vc fez parte dos piores times que o Palmeiras teve.

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