[OFF] Quando sai tudo errado: lista relembra dez gols contra bizarros

Em tempos de zagueiro mandando no ângulo com o peito, relação mostra outros lances marcantes de trapalhadas no próprio gol

Sabe aquele dia em que era melhor nem ter saído de casa? Muito jogador sabe. Em fim de semana marcado por gols contra nas Séries A e B (Leonardo Luiz, do Náutico, Cleber, do América-RN, e Luccas Claro, do Coritiba), cabe lembrar outros lances semelhantes nos últimos anos. Tem volante levando bolada na nuca, goleiro jogando a bola contra a própria rede e zagueiro tentando duas vezes, insistente, até alcançar a infelicidade. Confira abaixo alguns casos.



LEONARDO LUIZ (NÁUTICO)



O lance mais emblemático do último fim de semana foi de Leonardo Luiz, zagueiro do Náutico. Em jogo contra o Paraná, no sábado, na Vila Capanema, pela Série B, o defensor viu a bola se aproximando pelo alto e estufou o peito, cheio de confiança, para recuar nas mãos de Alessandro. Mandou no ângulo. O olhar do goleiro do Timbu para o zagueirão, algo entre incrédulo e raivoso, foi seguido por um cumprimento constrangido de Leonardo, como quem diz: "Foi mal, parceiro...".



LUCCAS CLARO (CORITIBA)



O gol contra de Luccas Claro, do Coritiba, no Atletiba deste domingo, é um caso clássico. A bola surge do nada, na direção do jogador, e ele não tem tempo de agir. A bola bate e, paciência, acaba entrando. No caso, o azar do defensor do Coxa foi originado por uma falta no travessão batida por Natanael, do Atlético-PR. A bola explodiu no travessão e voltou na direção de Luccas, que não conseguiu dominá-la. Ela rumou direto para dentro do gol. O Furacão venceu o jogo por 2 a 0.



CLAYTON HE-MAN (PRINCESA)



Tem vezes que uma perna atrapalha a outra. No jogo entre Santos e Princesa do Solimões, pela Copa do Brasil, na Vila Belmiro, em 15 de maio, o zagueiro Clayton He-Man, do clube do Amazonas, até pode ter tido a força, mas não teve o jeito. Em cruzamento de Lucas Lima, o atleta tentou cortar com a perna esquerda, mas furou a bola - e ela acabou acertando seu pé direito. Resultado: gol do Santos, que naquele momento já vencia por 2 a 1. O jogo terminou com vitória de 4 a 2 do Peixe.



IZALDO (NÁUTICO)



Difícil é superar Izaldo. O lateral-esquerdo do Náutico, em clássico contra o Santa Cruz, pelo Pernambucano deste ano, até se livrou do gol contra no primeiro lance, mas não passou incólume pelo segundo, instantes depois. Foi tragicômico. Após cruzamento da esquerda, ele mandou uma pancada contra seu próprio travessão. No rebote, a bola veio na direção de sua cabeça, e aí ele conseguiu: mandou para dentro do gol, contra. A infelicidade foi tamanha, que o jogador acabou substituído no intervalo. O perfil do Náutico em uma rede social classificou o lance como bizarro. O Santa Cruz venceu o jogo por 5 a 3.



NEI (VASCO)



Pelo Brasileirão de 2013, Nei marcou belo gol de cabeça para o Inter. O problema é que ele já tinha deixado o clube gaúcho e vestia a camisa do Vasco. Em 7 de julho, em Caxias do Sul, Fabrício cruzou da esquerda, e o lateral-direito subiu alto na área e mandou testada forte, precisa, contra a própria rede. Pior: ainda ficou caído no gramado, com dores. Vale a ressalva: no lance, ele foi atrapalhado por Rafael Vaz, seu colega de time. O Inter, com a ajuda de seu ex-atleta, venceu a partida por 5 a 3.



OSÉAS (PALMEIRAS)



Falar em gol contra é lembrar de Oséas. Em 1998, o atacante, jogando pelo Palmeiras, protagonizou um lance que virou sinônimo de fogo amigo. Pior: foi em um clássico contra o Corinthians. Marcelinho Carioca bateu escanteio da direita, e o atacante subiu sozinho, livre, encaixou o corpo e mandou cabeceio certeiro, mortal, no canto esquerdo de Veloso. A impressão que ficou é que o centroavante teve um branco e pensou que estava no ataque. Depois do jogo, porém, ele falou que tentou mandar a bola a escanteio. O jogo, válido pelo Campeonato Paulista, terminou empatado por 1 a 1.



MICHEL ALVES (CRICIÚMA)



Gol contra de goleiro também existe. E um deles é impagável. Michel Alves, jogando pelo Criciúma em 2012, entregou um gol de presente para o América-MG pela Série B. Após uma jogada despretensiosa do Coelho pela direita, um cruzamento seguido de uma conclusão fraca, o goleiro do Tigre defendeu sem problemas. Encaixou a bola e foi se levantar para recolocá-la em jogo. E aí fez a lambança da vida dele. Como se tivesse as mãos banhadas em manteiga, permitiu que a bola escapasse e rumasse para dentro do gol. Surreal. O time mineiro venceu o jogo por 4 a 0.



JÚNIOR BAIANO (FLAMENGO)



Outra cena que não chega a ser inédita, mas também não deixa de ser bisonha: acossado por um atacante, o zagueiro resolve não complicar e manda o recuo para o goleiro. Só que sai tudo errado. Aconteceu com Júnior Baiano, em 2005, pelo Flamengo, em duelo com o São Paulo pelo Brasileirão. O defensor tentou jogar com segurança e deu a bola para trás, buscando o goleiro Diego. Só que o arqueiro estava justamente saindo do gol para, se preciso, cortar a jogada. Resultado: acabou encoberto. O São Paulo ganhou a partida por 2 a 0 no Morumbi.



FABINHO (FLAMENGO)



Fabinho demorou a entender o que tinha acontecido. O volante do Flamengo corria área afora, em direção ao meio do campo, com a tranquilidade dos volantes que sabem que a bola está nas mãos de seu goleiro. De repente, levou um golpe na nuca e desabou no gramado. Quando viu, era gol do Bahia na Fonte Nova. Pior: gol contra dele. Acontece que o goleiro Julio Cesar, ao tentar repor a bola, mandou na cabeça de Fabinho. Ela prontamente rumou na direção do gol. Felizmente para a dupla que protagonizou a trapalhada, o lance não custou pontos. O Flamengo venceu por 2 a 1 pelo Brasileirão de 2003.



ÍNDIO (INTER)



Índio é o zagueiro que mais fez gols com a camisa do Inter na história. Mas o ídolo colorado também teve seus momentos de infelicidade. Pelo Brasileirão de 2008, no Couto Pereira, o camisa 3 acompanhou o goleiro Clemer em uma lambança daquelas... Após cruzamento de Ricardinho da esquerda, o arqueiro vermelho encaixou a bola, mas permitiu que ela escapasse. Por um desses azares do destino, ela foi na direção de Índio, que estava caído no gramado. Bateu nele e entrou. Naquele momento, o Inter vencia por 1 a 0, mas o lance custou caro: o Coritiba ganhou por 4 a 2. Detalhe: um dos gols do Inter também foi contra (de Maurício, do Coxa).