Técnico pede para Palmeiras usar seus passadores: "Fator de desequilíbrio"

Eduardo Baptista crê na qualidade dos meio-campistas para romper as fechadas defesas dos rivais da Libertadores e pede mais infiltrações e triangulações

Na primeira disputa da Taça Libertadores da América de sua carreira, Eduardo Baptista crê ter à disposição a solução para furar as tradicionalmente fortes defesas adversárias: a qualidade do passe dos meio-campistas do Palmeiras. Mas o técnico admite que o time ainda não sabe usar bem essa arma.



– Precisamos evoluir nas triangulações, nas infiltrações, entradas em diagonais. Pegaremos defesas muito compactas na Libertadores, com a marcação muito alta, e precisaremos disso para rompê-las. A qualidade dos nossos passadores é o fator de desequilíbrio do Palmeiras.



Os números mostram que a equipe ainda pode render mais nesse quesito. Dos 14 gols marcados nas sete partidas oficiais da temporada, seis saíram em alguma triangulação ou infiltração (veja vídeo acima), o que representa 42,85% das vezes em que o time balançou as redes em 2017 - incluindo na conta a troca de passes de primeira entre Willian, Raphael Veiga e Dudu que resultou no pênalti convertido por Jean contra o São Bernardo.

A variedade de quem deu a assistência nesses lances mostra que há qualidade em diversos atletas no elenco. Raphael Veiga, Dudu (duas vezes), Willian (duas vezes) e Zé Roberto já foram os responsáveis por dar o passe para gol em uma triangulação ou aproveitando uma entrada em diagonal de um companheiro.



As goleadas por 4 a 0 contra o Linense e 4 a 1 diante da Ferroviária são citadas por Eduardo Baptista como exemplo da movimentação que ele deseja no setor ofensivo. O pedido do técnico é para que o time se habitue mais aos passes rasteiros para aproveitar melhor seus jogadores de meio-campo.

– Sempre que o Palmeiras sai jogando com a bola no chão, cria chances reais de gol. Estamos mostrando isso para eles em vídeos - disse o treinador, depois da vitória por 3 a 1 sobre o RB Brasil, na sexta-feira.



Para melhorar o entrosamento, cabe ao comandante alviverde definir os titulares. Com a lesão de Moisés, que só deve voltar a atuar em outubro, as fracas apresentações de Guerra e a busca por mais confiança de Tchê Tchê, recém-recuperado de fratura no ombro esquerdo, o mais provável, com base nos últimos jogos, é que Felipe Melo, Zé Roberto, Michel Bastos, Dudu e Keno formem as linhas entre a defesa e o ataque na estreia do time na Libertadores, às 21h45 (de Brasília) desta quarta-feira, contra o Atlético Tucumán, na Argentina.