O final do jejum e de uma história de amor

12/6/2017 12:34

O final do jejum e de uma história de amor

O final do jejum e de uma história de amor

12 de junho é o Dia dos Namorados. Para os palmeirenses, principalmente aqueles que viveram durante a fila, entre 1976 e 1993, a data representa muito mais do que isso. É o dia da redenção, a marca de que finalmente o jejum de títulos tinha terminado, com a vitória sobre o Corinthians (4 a 0).







Não há um palmeirense, que sofreu muito durante o período, que não tenha uma história de 12 de junho de 1993, inclusive de como dar um drible na namorada para ver a partida – se você tiver pode contar nos comentários. Mas, por incrível que possa para um palmeirense, talvez o mais fanático que eu conheci, o gol de Evair foi término de uma das mais sofridas histórias de amor.



Carlos, ele era seu nome e durante o final dos anos 1970, toda a década de 1980 e início dos 1990, ele estava presente em praticamente todos os jogos do Palmeiras, sempre vestindo uma antiga camisa do clube de número 5, que teria sido usada pelo volante Dudu.



É incrível como que para alguns torcedores o fato do seu time está por baixo o torna mais louco pelo clube. Para Carlos, cada derrota ou título perdido era motivo para ele mostrar que era mais palmeirense que qualquer um. Nada o afastava de sua paixão, nem os acidentes – era assim que ele se referia os tropeços do time - como ser derrotado em finais para times do interior, perder classificações garantidas e ser eliminado de um torneio sofrendo apenas um derrota em um campeonato. Sem dizer que no período de seca alviverde, Corinthians e São Paulo dividiam todos os títulos, o que deixava nosso personagem cada vez mais enlouquecido e fanático pelo Palmeiras.



A insanidade de Carlos era tanta, que até os palmeirenses se afastavam dele. Os seus discursos defendendo o Palmeiras passavam até pela história do futebol brasileiro. Era só alguém falar da penúria que vivia o Palmeiras que ele logo rebatia: "No tempo que o Palmeiras tinha time bom o Brasil ganhava Copas do Mundo" - não custa lembrar que o Brasil ficou sem ganhar um Mundial entre 1970 e 1994, mais ou mesmo período que o Palmeiras não levantou uma taça.



Ele não parava de chamar de ignorantes aqueles que não acreditavam que o Palmeiras, ao vencer a Copa Rio de 1951, se tornou campeão do Mundo. Quando alguém o questionava se ele já tinha visto ao vivo alguma glória de seu clube, ele dizia que tinha visto a final do Campeonato Paulista de 1974 - vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Corinthians - mesmo só tendo apenas cinco anos naquela ocasião. Também não se cansava de falar da goleada do Palmeiras sobre o Flamengo por 4 a 1, em pleno Maracanã, em 1979 e uma vitória sobre o Corinthians por 1 a 0, num jogo que o goleiro Gilmar fechou o gol.



Também espantava muitos amigos de roda quando tentava comparar os "craques" do Palmeiras com os dos outros times. Para ele, Carlos Alberto Borges seria o grande craque do Brasil na Copa do Mundo de 1986 e que um ataque formado por Roberto Carlos, Bizu e Ditinho Souza poderia dar um título ao Palmeiras. Era duro de ouvir sem dar risada, mas ele falava com tanta paixão que, por incrível que possa parecer, era fácil perceber que o sujeito acreditava realmente no que falava.



Mas a vida de torcedor fanático começou a ficar "difícil" no momento que a Parmalat fechou um contrato de parceria com o clube. Com os craques contratados, Carlos foi ficando sem assunto. Agora, com aquele time milionário montado, não teria jeito, o Palmeiras voltaria a ser campeão. Por isso, depois de 12 de junho de 1993, sua vida de torcedor não tinha mais sentido, não havia mais motivo para defender o time. Ele sabia não poderia conviver com glórias e títulos.



Depois daquela tarde e noite no Morumbi, Carlos nunca mais entrou em um estádio de futebol. A taça erguida por craques como Antônio Carlos, César Sampaio, Mazinho, Evair, Zinho e Edmundo tinha matado seu fanatismo pela paixão da sua vida. "Agora o Palmeiras não precisa mais de mim e isso não me deixa feliz. Acabou a graça de torcer”, teria dito enquanto procurava sair o mais rápido possível do estádio. Se muitos choravam de alegria, as lágrimas de Carlos demonstravam tristeza. Ele sabia que o seu caso de amor com o Palmeiras tinha acabado.



Carlos não amava o Palmeiras. Ele amava sofrer pelo Palmeiras. Quer mais amor do que isso? Pena que acabou, como várias histórias de amor que pareciam eternas, justamente em um Dia dos Namorados.



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essa é a história de todos os Carlos

se o dirigente do Palmeiras está atrás de centroavante Diego Costa tá disponível no mercado...ele mostrou interesse em trabalhar no Brasil, agora quem quer corre atrás não fica só especulando...

oi boa tarde desbloqueio todos os canais fechados de TV por assinatura de qualquer lugar do Brasil premiê combate telecine HBO Fox PFC e canais adultos também reduzimos reduzimos o valor da sua fatura mais informações sobre o assunto chamar no ZAP 11961004639

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