No Campeonato Brasileiro, o Palmeiras já tem mostrado alguma evolução. Apesar de não apresentar futebol de encher os olhos, tem conseguido vitórias que o fez galgar posições na tabela de classificação.



Na Libertadores, alguns times brasileiros quando jogam fora de casa, costumam mudar de tática e optam por jogar pelo empate, deixando a decisão para o confronto em casa. Nesta rodada, tanto o Palmeiras quanto o Atlético Mineiro usaram estratégias semelhantes e voltaram com uma derrota que os obrigam a vencer a próxima partida, com dois gols de diferença para passar para a próxima fase do campeonato.



O Palmeiras até fez bom primeiro tempo e criou algumas jogadas, que poderiam ter resultado em gol, mas pecou nas finalizações. Caiu sensivelmente de rendimento na segunda etapa, sendo dominado pelo adversário que apresentou um volume considerável de ataques.



A falta de posse de bola, principalmente no meio campo, foi uma das falhas cometidas pelo Palmeiras. Como, também, fugiu de sua característica primária de padrão de jogo, que é mesclar a velocidade com a posse de bola para envolver o adversário, utilizou muitas ligações diretas entre a defesa e o ataque que o levaram a essa atuação irregular.



Como o treinador não contou com todos os titulares, fez alterações nas posições de alguns jogadores, o que prejudicou o esquema tático da equipe. Para substituir o meio campista Alejandro Guerra, jogador importante desta temporada, escalou o lateral Zé Roberto como principal articulador de meio campo. Apesar de ter sido um dos destaques na partida, Zé Roberto não conseguiu dar a fluência necessária que o jogo pedia.



Como o empate persistia, a partir do meio do segundo tempo, o Verdão adotou postura de que estava contente com o resultado e em alguns momentos deixou de agredir o time equatoriano. O Barcelona percebeu isto e partiu para o ataque, sufocando a equipe brasileira.



Acredito que Cuca não esperava comportamento agressivo do adversário e formatou a equipe de forma ofensiva. Apesar de atentar para a distribuição deficitária de jogadas no meio campo, foi infeliz nas substituições, principalmente quando colocou Michel Bastos no lugar de Dudu, que estava bem na partida. Acredito que se os dois atletas tivessem atuado juntos, o Palmeiras teria maior volume de jogo.



Até entendo a postura do treinador Palmeirense que percebeu que o time não estava rendendo. Porém, é necessário fazer com que a bola chegue com qualidade ao setor ofensivo. Uma alternativa para resolver essa falta de criatividade seria a entrada de Raphael Veiga, que já mostrou ser capaz de controlar a distribuição do jogo e a velocidade do meio campo.



Outro ponto frágil foi o lado esquerdo da equipe, que quando perdia a posse de bola, não conseguia se recuperar com facilidade. O lateral esquerdo Juninho teve dificuldades de fazer a recomposição defensiva e proporcionava espaços para criação ofensiva do Barcelona de Guayaquil.



Como o intervalo entre as duas partidas das oitavas de final é de praticamente um mês, acredito que Cuca terá tempo hábil para corrigir essas falhas e formatar a equipe para fazer atuação mais segura no jogo de volta, que será disputado em São Paulo.

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