Na carta (veja abaixo, na íntegra), a Conmebol afirma ainda que todos os honorários de seus representantes são pagos diretamente pela entidade, através de transferências bancárias. A correspondência é assinada pelo secretário-geral José Astigarraga.



Na última quarta-feira o GloboEsporte.com revelou que ao menos cinco clubes brasileiros que disputam a Libertadores deste ano fizeram pagamentos a Goes, que se apresentava como “delegado da Conmebol no Brasil” apesar de não ter mais ligação com a Confederação.



Segundo relato de dirigentes, o valor chega a US$ 200 mil (quase R$ 700 mil). Há uma investigação em curso na Conmebol sobre o episódio.



A carta a que a reportagem teve acesso cita Goes nominalmente e afirma que “em nenhum caso representantes designados pela Conmebol poderão receber somas em dinheiro em nome da instituição, muito menos emitir recibos em sua representação”.



Goes foi delegado da entidade no Brasil entre 1996 e 2015, período em que os clubes, de fato, reembolsavam os representantes da entidade por taxas de arbitragem e de logística. A Conmebol assumiu esses custos e anunciou a medida em outra circular, essa distribuída em 28 de fevereiro de 2016.



O ex-delegado, porém, continuou prestando serviços de logística para as equipes de arbitragem. Reportagem da ESPN Brasil registrou Goes no vestiário dos árbitros da Vila Belmiro em confronto entre o Santos e o Sporting Cristal, em 23 de maio de 2017.



Apesar de a Conmebol assumir esses custos, procedimento que os clubes brasileiros desconheciam até formalizarem uma sugestão para mudar o sistema de pagamento em dinheiro, em reunião no mês passado, Goes continuou recolhendo as taxas e emitindo recibos com o logo da Confederação nesta temporada.

Recibo emitido por Goes com carimbo e o logo da Conmebol em jogo da Libertadores deste ano (Foto: Reprodução)



Goes foi procurado, mas não quis dar entrevista ao GloboEsporte.com. Ele enviou uma mensagem de texto em que diz não ter sido informado de seu desligamento da Conmebol:



– Quanto ao meu desligamento da Conmebol, informo que até a presente data nunca fui comunicado pela entidade sobre o assunto. Trabalho para a Conmebol desde o ano de 1996 de forma oficial. A respeito de qualquer procedimento de investigação não tenho conhecimento e não tenho nada a temer – escreveu.

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