Desde o final do ano passado, antes das partidas no local, o 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar tem bloqueado com grades as principais ruas de acesso ao estádio. Apenas moradores, trabalhadores da região e pessoas com ingresso recebem autorização para passar.



Como os sócios-torcedores compram ingressos pela internet e usam suas carteirinhas como entrada, são funcionários da Futebolcard (empresa paga pelo Palmeiras para operar o sistema de ingressos), munidos de tablets, que fazem a verificação se os cartões estão carregados.



Nos últimos jogos, a fiscalização ficou mais rigorosa. Podem acessar a Rua Palestra Itália, onde ficam a loja oficial do clube e uma série de bares e outros comércios, somente quem tem ingresso para o portão A. O novo procedimento resultou em filas gigantescas, e houve queixas quanto ao despreparo dos responsáveis pela função.



– Na qualidade de torcedores, nos sentimos lesados em patrocinar, mesmo que de forma indireta, a fiscalização. Que é, antes de mais nada, inconstitucional, uma vez que, por exemplo, impede a passagem de quem quer que seja pelo bloqueio – diz Marco Nespoli, idealizador do abaixo-assinado.



– É inadmissível que o Palmeiras solicite ingresso, através de funcionários, mesmo que terceirizados, de torcedores para acessar a rua. Ou que impeça torcedores, mesmo com ingresso, de acessar a rua que não corresponda à do seu portão de entrada – acrescenta o sócio-torcedor.



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Entorno do estádio tem sido bloqueado pela PM desde o fim do ano passado (Foto: Tossiro Neto)



Além de disponibilizarem listas físicas na quarta-feira, os torcedores lançaram um manifesto para assinaturas online. O abaixo-assinado deverá ser protocolado na semana seguinte na secretária do clube, aos cuidados do presidente Maurício Galiotte.



Tanto Galiotte quanto seu antecessor, Paulo Nobre, foram favoráveis ao cerco, com o argumento de que o procedimento reduziu o número de ocorrências policiais. O clube não se manifestou de forma oficial a respeito do assunto, mas a reportagem apurou junto à diretoria que a presença dos funcionários terceirizados para verificação dos ingressos nos bloqueios se deve a uma solicitação da própria PM.

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