E o legal de ver Deyverson em campo é que o rapaz não conhece o significado de "bola perdida": corre o tempo todo, faz o pivô que Cuca espera de um centroavante, se posiciona bem, não tem medo de finalizar. Erra, erra muito. Perdeu pelo menos um gol feito no primeiro tempo, mérito de Gatito mas também vacilo dele, que não sentiu firmeza de usar a perna direita, e depois demorou demais para finalizar na bola que ganhou do goleiro botafoguense.



Mas Deyverson não desanima e continua insistindo, até acertar. E é isso que a gente espera, no mínimo, de um time. E foi isso que me irritou na semana passada, após o gol do Cruzeiro. O Palmeiras naquela noite desistiu. O Palmeiras no Nilton Santos não desistiu: viu que o cenário do jogo era propício para vencer e continuou em cima. Não chegou a ser exatamente uma pressão avassaladora, mas alguns lances com efetividade bastaram.



Sim, o time ainda está longe do ideal, mas agora pedir bom futebol parece utópico: a essa altura da temporada, os resultados são prioridade, venham do jeito que vierem, e que o sonho do jogo bonito fique para 2018.



Faltam 20 rodadas. E, sim, eu já disse que o Brasileirão já era, mas sou um eterno teimoso. É óbvio que é desanimador olhar a tabela e ver o SCCP 12 pontos à frente, mas nossa campanha, por menos que o futebol encante, é boa, afinal de contas: são 32 pontos, apenas um a menos do que na 18ª rodada do ano passado, quando vivíamos, aliás, nosso pior momento - foi a rodada do empate com a Chape, após as derrotas para Galo e Botafogo.



Pela minha planilha lá do começo do campeonato, deveríamos estar com 36 pontos agora. Ainda assim estaríamos longe do Corinthians, mas é preciso levar em conta que a campanha deles é fora do normal, parecida com nosso segundo turno de 2016: 44 pontos, 13 vitórias, cinco empates, nós perdemos para o Santos e eles ainda têm um jogo a fazer. Ok, há pelo menos 12 rodadas estamos esperando eles vacilarem, mas o futebol às vezes tem dessas...



De qualquer forma, ainda é muito cedo para fazer contas. Primeiro temos que vencer o Atlético-PR no domingo, mesmo jogando com reservas, e depois passar pelo Barcelona, para então pensar no que fazer. Se não der na bola e na base da Academia, que seja no chutão e aos trancos e barrancos. Com o jeito de Deyverson.

A união está em alta no Palmeiras de 2017

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