Sem chances no Palmeiras, zagueiro virou o 'rei do acesso' na Itália: 'Fiz gols em todas as divisões'

1/9/2017 09:24

Sem chances no Palmeiras, zagueiro virou o 'rei do acesso' na Itália: 'Fiz gols em todas as divisões'

Sem chances no Palmeiras, zagueiro virou o 'rei do acesso' na Itália: 'Fiz gols em todas as divisões'

Emerson em ação com a camisa do Livorno na Série A Italiana



Há quase 15 anos na Europa, o zagueiro canhoto Emerson Ramos Borges coleciona um feito impressionante: fez gols em todas as divisões do futebol italiano. Praticamente desconhecido no Brasil, o jogador passou por times de várzea e quase não atuou em outras equipes até chegar ao "Velho Continente".







Depois de começar a carreira no Caxias, de Joinville-SC, ele jogou pelo Jalesense-SP na extinta Série B-2 do Campeonato Paulista de 2002.



"O presidente do clube era meu empresário e me levou para o Palmeiras B em 2003. Fiquei por dois meses treinando na equipe. Eu morava na Vila Medeiros [Zona Norte de São Paulo] e era vizinho do Vágner Love, que estava no time de cima", disse, ao ESPN.com.br.



"Era um sonho porque sou palmeirense. Parecia até um conto de fadas. Esperava uma chance para assinar contrato, mas estava demorando muito para isso acontecer. tinham muitos jogadores bons. Eu vi que não estava dando certo", reconheceu.



Avisado por um primo de que uma equipe italiana precisava de jogadores com passaporte europeu, Emerson resolveu sair do Palmeiras.



"Eu não pensei duas vezes e voltei para Joinville para providenciar os documentos. Pouco depois, fui fazer testes e acabei aprovado no Atletico Cagliari, que jogava a Série D do Italiano [5ª Divisão à época]", recordou.



"Nos primeiros dias eu senti um pouco de dificuldade nos treinos. A parte tática e o idioma eram muito diferentes. Mas eu consegui fazer amizade com o pessoal e deu tudo certo", agradeceu.



Após uma temporada na Série D, ele foi para o Nuorese, que jogava a Sexta Divisão, em 2004. Nesta equipe, ele foi treinado por Marco Osio, ex-atacante italiano que a Parmalat levou ao Palmeiras em 1996.



"Ele só falava do Verdão comigo (risos). Ele é apaixonado pelo Brasil e pelo Palmeiras. Nós dávamos muita risada porque ele é uma figura", elogiou.



Com Emerson, a equipe subiu para a Série D (2005) e depois para a Série C2 (2006). Em 2008, ele foi para o Taranto, da Série C1. Depois, ficou mais três anos no Lumezzane, também da 3ª Divisão da Itália.



'Foi uma volta ao mundo'



Em 2011, o brasileiro jogou a Série B pela Reggina, antes de acertar com o Livorno - também da segunda divisão italiana - na temporada 2012/2013. Pelo time, ele conseguiu o acesso para a Série A do ano seguinte e debutou na elite do Calcio.



"Eu tinha 33 anos e foi uma volta ao mundo (risos). Eu saí da sexta divisão da Itália para a primeira. Tive a chance de fazer gols em todas elas. Joguei contra Juventus, Milan e Roma. É difícil explicar. Não é que eu não acreditava, mas era muito difícil chegar até lá", reconheceu.



"Eu via caras como o Totti na televisão e pensava que queria estar lá. Foi show de bola e inesquecível não somente para mim, mas para toda minha família. Eles sempre que podem assistem meus jogos pela internet. Foi um dos motivos para eu chegar lá", assegurou.



Conhecido pelo chute forte e por ser um bom cobrador de faltas, Emerson atuou 31 vezes na Série A do Campeonato Italiano naquela temporada.



“O jogo que mais me deixou feliz foi contra o Napoli fora de casa. Eles estavam em segundo na tabela e estávamos em penúltimo. Eles colocaram 50 mil pessoas e foi incrível ver isso. Pena que perdemos por 3 a 0”, lamentou.



O zagueiro canhoto ainda duelou com craques no San Siro e no Estádio Olímpico de Roma.



“Os caras na televisão parecem que são malas, mas é ao contrário. São muito humildes, por isso chegam nesse nível. Eles têm carisma”, garantiu.







Após um jogo contra a Lazio, o brasileiro foi surpreendido por Lucas Biglia, da seleção argentina, que pediu para trocar de camisa.



“Ele disse: ‘Você é muito bom jogador e continue assim porque terá muito futuro pela frente. Eu respondi: ‘Eu tenho 33 anos, não sei se vou ter tanto assim (risos). Mas eu agradeço demais as suas palavras’. Eu nem esperava por isso”, contou.



Naquela temporada, Emerson marcou dois gols na competição. Um deles, foi uma pintura contra o Torino no empate por 3 a 3. O outro foi na vitória por 2 a 1 sobre o Cagliari fora de casa.



“Eu fiz um gol na Sardenha, onde eu moro. Foi muito legal porque tinha muita gente da família da minha esposa e os amigos lá me vendo”, disse.



O Livorno terminou a temporada na 20ª posição e foi rebaixado para a Série B Italiana.



Diferenças entre as divisões

Com o conhecimento de quem disputou todos os níveis do futebol italiano, Emerson explica as principais características de cada competição.



“A sexta divisão é regional. Vi muitos jogadores bons, mas que não deram sorte de encaixar em um time bom e seguir na carreira. A Série D já é nacional. Tinha uma regra de jogar quatro moleques abaixo dos 20 anos. Ela é feita para formar gente da base e chegam muitos caras emprestados por clubes grandes”, relatou.







“A Série C2 acabou e fundiram tudo na Série C1. São 10 grupos com 60 times no total. O nível técnico é bem alto. Têm equipes que são mais fortes do que algumas da Série B. É um torneio muito equilibrado”, analisou.



Já a Série B da Itália, que tem 22 equipes, é menos nivelada.



“Sempre tem dois ou três times mais ricos que se destacam. A última vaga, decidida nos playoffs, tem um pouco mais de surpresa. Já a Série A é a categoria mais alta e tem muita diferença técnica para a Série B. Tem que ter uma base boa e um time equilibrado. Tanto é que muitas equipes que sobem em um ano caem no outro”, falou.



'Vou até quando aguentar'



Após disputar a 1ª Divisão, Emerson permaneceu por mais duas temporadas no Livorno antes de ir ao Padova, da Série C italiana, ano passado.



Na última janela de transferências, ele foi para o FeralpiSalò, clube localizado na região norte da Itália e que disputa a 3ª Divisão. Aos 37 anos, o zagueiro não pensa em se aposentar tão cedo.



“Eu me sinto bem e quero jogar até quando meu preparo físico deixar. Quero aproveitar”, garantiu.



Casado com uma italiana e pai de dois filhos nascidos no país europeu, Emerson não deve retornar ao futebol brasileiro.



“Nunca tive chances de jogar no Brasil porque fiz minha carreira toda na Europa. Eu não sei se voltaria para aí porque vivo muito bem na Itália. Moro na Sardenha e praia não falta para a gente (risos). Mas é claro que sinto saudades do Brasil porque tenho muitos amigos e familiares”, finalizou.





Emerson jogou pelo Padova-ITA















6831 visitas - Fonte: ESPN

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