Com Mina de volta ao time – o colombiano não jogava desde o dia 9 de agosto –, no lugar de Juninho, o setor vacilou desde o início, especialmente pelas beiradas. Mayke, na direita, e Egídio, na esquerda, davam muito espaço a Romero e Clayson, respectivamente.



Detalhe importante: a entrada de Mina jogou Dracena, que vinha jogando pela direita, para o outro lado, onde teve de cobrir Egídio. Coincidência ou não, foi um dos corredores mais explorados pelos corintianos.



Os três gols tiveram falhas dos defensores. Vamos a elas:



Primeiro gol: Romero (27 minutos do primeiro tempo)



Aqui, vale (muito) a ressalva do término da jogada. Romero estava impedido. Ponto. No intervalo da transmissão da TV Globo, a imagem congelada e reproduzida abaixo acaba com a discussão.

Na hora em que a bola sai do pé de Rodriguinho, Romero estava à frente dos palmeirenses (Foto: Reprodução)



O erro da defesa palmeirense, na verdade, é no início da jogada.



.Mayke dá muito tempo a Arana para pensar no que fazer;



Mina e Dracena maravam o mesmo jogador (Jô). Quando o colombiano sai para cobrir as costas de Mayke, já era tarde para interceptar o chute cruzado de Rodriguinho.



Para deixar bem claro: o gol foi irregular. A análise da construção da jogada serve apenas para ilustrar os problemas de posicionamento da defesa palmeirense, que se repetiriam ao longo do Dérbi.



Segundo gol: Balbuena (29 minutos do primeiro tempo)



Aqui, dois palmeirenses vacilam:



Edu Dracena precisava ter interceptado de cabeça o escanteio cobrado por Clayson. Não poderia ter furado;



Egídio não acompanha Balbuena, que entra nas costas do lateral para desviar a bola.



Terceiro gol: Jô (37 minutos do primeiro tempo)



O erro principal e mais evidente é de Dracena, que cai por cima de Jô dentro da grande área. Mas é bom mencionar como nasceu a jogada. Após falta de Egídio em Romero no campo de ataque do Palmeiras, Fagner cobra rápido, lançando Jô mais uma vez pelo lado esquerdo da retaguarda adversária. Pelo gif abaixo, dá para ver como todo o sistema cochila e deixa Dracena no mano a mano com o rival.

Como nasceu o lance do pênalti de Dracena em Jô (Foto: Reprodução)



É bom que se diga: a defesa não vem sendo o forte do Palmeiras no Brasileirão. Como comparação, veja quantos gols sofreu cada um dos times que integram o G-7 atualmente:

Tá, mas só a defesa foi mal?



Não! Os principais nomes ofensivos do time deixaram a desejar, especialmente Dudu (apesar do gol de Mina ter nascido de um escanteio muito bem cobrado pelo camisa 7).



Keno e Borja até começaram se entendendo nos primeiros 10 minutos. O colombiano estava ligado no jogo e foi um dos que mais finalizou pelo Verdão (três vezes).



Quando perdia por 2 a 0 e descontou com Mina, o Palmeiras também mal teve tempo para se acalmar no clássico – o pênalti em Jô veio apenas dois minutos depois do gol do zagueiro.



No segundo tempo, com 3 a 1 contra no placar e Róger Guedes no lugar de Keno, o time não tinha outra alternativa a não ser arriscar. Mesmo assim, no jogo todo, criou menos do que o rival (foram seis chances reais de gol do Corinthians, contra quatro do Palmeiras, segundo o Scout da TV Globo).



Valentim ainda tentou abrir mais a equipe ao trocar um volante (Bruno Henrique) por um meia (Guerra). O gol de Moisés, por sinal, veio no minuto seguinte à essa alteração e com escanteio batido por Guerra.



Apesar dos cruzamentos na reta final do Dérbi terem deixado o confronto emocionante, sabe quantas chances de gol o Verdão criou depois do segundo? Nenhuma.



A expulsão de Deyverson – que entrara no lugar de Tchê Tchê 10 minutos antes – nos acréscimos foi a prova definitiva que, apesar de não ter sido tão determinante para o resultado quanto a defesa, o sistema ofensivo do Palmeiras também deixou a desejar.

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