Nos 3 a 2 na Arena Corinthians, o Palmeiras até teve motivos para reclamar da arbitragem, com o gol impedido de Romero que abriu o placar. Falhas individuais no sistema defensivo, porém, também ajudam a explicar o revés. Fora isso, os números embasam a queda nas “horas H” da temporada.



Contra o Corinthians, por exemplo, o Palmeiras não conseguiu impor o jogo de toque de bola como vinha fazendo sob o comando de Alberto Valentim. Algo que passa pelo maior número de erros.



Até o domingo, a média da equipe em quatro jogos com o técnico interino era de 608 passes tentados e 494 completados, uma taxa de acerto de 81,3%. Já diante do maior rival, foram 450 tentativas e apenas 339 acertos, um aproveitamento de 75,3%. Nas finalizações, desempenho também inferior: de 7,75 chutes no alvo nas quatro partidas anteriores, o time deu apenas dois no Dérbi – os dos gols.



Roteiro repetido



Nas demais “decisões” do Palmeiras na temporada, com eliminações no Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Libertadores, o padrão do clássico deste domingo se repete – apesar dos diferentes treinadores.



Na competição sul-americana, prioridade do clube no ano, a média de passes certos por partida, por exemplo, era de 302, 74% do total de tentativas. Contra o algoz Barcelona-EQU, esse número caiu para apenas 238 e o aproveitamento ainda mais, 66%. Em chutes, eram 12,7 - sendo 4,63 no alvo - por jogo até as oitavas de final; e apenas 8,5 - com duas no alvo - nas duas partidas contra os equatorianos.



Na Copa do Brasil, foram dois mata-matas. No primeiro, classificação sobre o Internacional, com vitória no jogo de ida e derrota na volta; no segundo, queda diante do Cruzeiro, após dois empates.



Considerando os dois jogos que definiram os classificados do confronto, o Palmeiras novamente piorou. Em passes, por exemplo, o índice de acerto caiu de 75,5% para 72,9% e para 71,7% considerando apenas o jogo da eliminação para o Cruzeiro. Em finalizações, a média geral foi de 14 por jogo (4,5 no alvo), 11 nas duas “decisões” (três certas) e nove (duas certas) no Mineirão.



Por fim, no Paulista, ainda com o técnico Eduardo Baptista, a campanha do Palmeiras era a melhor do campeonato até o encontro com a Ponte Preta, no qual uma derrota por 3 a 0 em Campinas, com atuação apática da equipe alviverde, praticamente definiu a semifinal.



Curiosamente, porém, no confronto em que a queda de desempenho na “hora H” ficou mais evidente, os números mostram a piora mais leve. A média de finalizações certas, por exemplo, era de 5,7 por jogo e foi de quatro contra a Ponte; em passes, o aproveitamento foi de 78,4% para apenas 77%.



E agora?



Com oito pontos de desvantagem para o Corinthians (62 a 54), o Palmeiras manteve o discurso de que brigará até quando for possível pelo título. O retorno aos gramados acontece já na próxima quarta-feira, fora de casa, contra o Vitória, às 21h45 (horário de Brasília) – o líder visita o Atlético-PR no mesmo dia.

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