Assim, o Corinthians se enche de moral ao derrotar o Palmeiras por 3 a 2, é claro. E o Palmeiras se afasta da ponta e cai para a quarta posição na tabela, oito pontos atrás do líder. Mas esse resultado vale tanto quanto qualquer outro, se os time não os corroborarem, para o bem para o mal, nas próximas rodadas.



Para resumir: ficou bem mais difícil, mas o Corinthians não demonstrou futebol que tranquilize seu torcedor para o resto do campeonato, ou que tenha conseguido afastar, definitivamente, a desconfiança que paira sobre a Zona Leste há alguns meses.



E o Palmeiras, muito pelo contrário, em que pesem os erros deste domingo, mostrou que está crescendo e que seguirá rondando o topo da tabela, mantida a evolução que vem demonstrando.

Moisés comemora golaço em Itaquera, o segundo do Palmeiras no Dérbi



Foi estranho, por tudo que pode representar em termos de ilusões desfeitas e por seu sempre grande peso histórico. Mas a derrota por 3 a 2 para o Corinthians, neste domingo, em Itaquera, não me causou dor, revolta ou tristeza. Posso estar sendo muito otimista, mas a sensação que fica para mim, passadas algumas hora do apito final, é positiva.



Calma. Perder para o Corinthians é sempre terrível por si só. É lógico que lamentei o afastamento da possibilidade de conquista. Também fiquei nervoso com o mau desempenho de Mayke, Dudu e Egídio. E, evidentemente, perder com novos erros de arbitragem, como no gol irregular anotado por Romero, é sempre motivo de ódio.



Mas vamos falar a verdade? Por tudo que fizeram no ano, não era nem para o Palmeiras estar, a essa altura do campeonato, cogitando conquistar a taça, tampouco era para o Corinthians ter despencado tanto na tabela e estar correndo o menor risco que fosse.

Mina comemora o gol anotado em Itaquera, o primeiro do Palmeiras no Dérbi



Assim, após um breve período de nervosismo, algumas respiradas mais profundas me trouxeram para a conclusão a que chego no momento em que escrevo este texto: o Palmeiras perdeu, mas mostra evolução, demonstra estar caminhando para algum lugar melhor do que qualquer outro visitado pela equipe, até o momento, neste ano.



Sim, o time esteve menos ligado no jogo que o rival e isso tem muito a ver com a derrota. Mas jogou futebol, teve uma proposta e soube mantê-la. Preocupa que, pela segunda rodada seguida, o Palmeiras tenha se desestabilizado após ser vazado? Sem dúvida. Erros individuais e de posicionamento, típicos de um começo de trabalho, foram capitais na partida.



E é isso que temos de entender sobre esse novo Palmeiras de Alberto Valentim: estamos em novembro, mas a realidade é que há um trabalho, com cara de promissor, apenas se iniciando. É sob essa perspectiva que o torcedor deve seguir avaliando o desempenho desse novo Palmeiras até o fim do ano.



Soa estranho dizer isso, mas pensando no futuro, talvez fosse “melhor” que o Palmeiras não tivesse mais nada para disputar nesta temporada. Era hora de o elenco inteiro estar sendo avaliado e pensado já com o nome do próximo comandante definido. Mas que time, com a grandeza e o investimento do Palmeiras, pode abrir mão de qualquer mínima possibilidade de conquista?



Há muito em disputa.



O G4, objetivo irônico do Palmeiras ao longo da semana que antecedeu o Dérbi, passa a ser um objetivo real.



E, vou confessar: eu ainda acho que o título não está definido. Faltam seis rodadas. Que essa evolução demonstrada pelo Palmeiras até agora não se interrompa. A obrigação do time continua sendo somar pontos e fazer o seu melhor. E o que vai acontecer a partir disso, avaliamos na hora certa.

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4821 visitas - Fonte: ESPN FC

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