Os dois times que buscam o título nacional no Pacaembu consagram um modelo de observação em suas divisões inferiores. Tanto Palmeiras, quanto Corinthians têm a maioria de seus elencos formado por jovens que não "nasceram" no clube, mas foram monitorados, analisados e contratados cedo.



No time alviverde, por exemplo, nenhum dos titulares na partida de ida da decisão – vitória por 1 a 0 na Arena Corinthians – fez carreira completa na base com a camisa alviverde. Quatro jogadores, aliás, são recém-chegados, contratados neste ano de 2017 após se destacarem em outros clubes.



O atacante Guilherme, conhecido como “Di María de Osasco”, foi o último a chegar, em setembro, após ser artilheiro no Audax. Em agosto, o Palmeiras buscou o goleiro Magrão, que fez boa Copa São Paulo pelo Fortaleza; e, em março, Willian Galvão, ex-Paraná, e Gabriel Vinicius, ex-Guarani.



Principais nomes do sub-17 alviverde, o zagueiro Vitão e o meia Alanzinho são outros exemplos de jogadores observados em outros clubes. O primeiro defendeu o PSTC, do Paraná, na categoria sub-15 e chegou ao Palmeiras em 2014; enquanto o segundo defendeu o São Caetano no sub-13.



A dupla, aliás, disputou o Mundial da categoria com a seleção brasileira, assim como o lateral Luan Cândido, que atuava pelo Centro Esportivo Ubaense, de Ubá-MG, antes de chegar ao Palmeiras.



O autor do gol que dá vantagem ao Palmeiras para o jogo de volta da final nesta quinta, Aníbal Gabriel, também foi descoberto em outro clube. O atacante é paraguaio, viajou para o Brasil para atuar no interior de São Paulo e foi para o Vitória, onde foi visto por observadores alviverdes.



No Corinthians, o cenário é semelhante. Dos 11 titulares da primeira decisão, sete foram descobertos em outras equipes. As exceções são o zagueiro Luro, os meio-campistas Luan (esses dois primeiros estão no clube desde os 12 anos) e Vitinho e o lateral-esquerdo Lucas Pires.



O goleiro Maltos, um dos destaques da campanha alvinegra, por exemplo, defendeu o Internacional de 2012 a 2015. Já o artilheiro Rafael Mascarenhas foi campeão sub-15 no Audax em 2015 – assim como o volante Felipe de Carvalho, reserva na primeira final – e chegou ao Corinthians em 2016.



O caso de Felipe de Carvalho, aliás, mostra que o monitoramento corintiano não se limita aos campos. Após se destacar no Audax, ele chegou ao clube para atuar no futsal e depois fez a transição novamente para o futebol. Foi assim também com o meia Lucas Piton, destaque nas quadras pelo São João, de Jundiaí-SP – onde também teve a primeira experiência nos gramados, em 2013.



Há ainda no Corinthians casos de jovens descobertos em rivais, como o zagueiro Ronald e o meia Serginho, que já defenderam o Santos na base – respectivamente, no sub-13 e sub-11



Atual campeão da Copa do Brasil sub-17, o Corinthians precisa vencer o Palmeiras por, pelo menos, dois gols de diferença para ficar com a taça novamente. Caso triunfe por apenas um tento de margem, o título será decidido nos pênaltis. Já a equipe alviverde, vice-campeã paulista na categoria no último fim de semana e em busca de conquista nacional inédita, joga pelo empate.

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