Palmeiras fazia goleiros em casa; agora contrata aos montes para a posição

Weverton acertou e é o novo reforço do Palmeiras para 2018



Depois de muita expectativa, Weverton é foi anunciado nessa sexta-feira pelo Palmeiras. O goleiro de 30 anos será mais um reforço para a próxima temporada. Com contrato até o maio com o Atlético-PR, estima-se que a diretoria palmeirense deva ter desembolsado R$ 2 milhões para antecipar sua chegada.



A contratação de um goleiro por parte do Palmeiras não era algo comum nos últimos anos. O clube se especializou em revelar grandes goleiros ao longo de sua história, ganhando inclusive o apelido de "Academia de Goleiros".



Oberdan Cattani, Valdir Joaquim de Moraes, Leão, Velloso, Sérgio, Marcos e Diego Cavalieri são alguns dos nomes conhecidos e que saíram das categorias de base para fazer história no time profissional.



Mas o que mudou nos últimos anos para que o clube mudasse sua mentalidade, voltasse a contratar jogadores para a posição e deixasse de apostar nos jovens?



Fernando Prass 'quebrou' a escrita



A chegada de Fernando Prass no fim de 2012 encerrava um período de 18 anos sem nenhum reforço no setor. O último havia sido o paraguaio Gato Fernández - pai do também goleiro Gatito Fernández, do Botafogo. O jogador já tinha 40 anos de idade quando chegou do Internacional em 1994 para ser reserva de Sérgio. Fernández não ficou muito tempo e saiu no mesmo ano.



Desde então, o clube apostou apenas naqueles que subiam desde a base. E a fórmula deu certo.



Velloso e Sérgio já tinham se consagrado no clube e participado das conquistas dos Paulistas e Brasileiros de 1993 e 1994. Na mesma época, o terceiro goleiro era Marcos, que teria uma oportunidade apenas em 1996 e ganharia a posição de vez na Libertadores de 1999, com Felipão no comando, após Velloso se machucar na fase de grupos. da competição.



Transformado em 'Santo' pela torcida, Marcos sofreu com as lesões em boa parte da carreira e abriu espaço para o surgimento de Diego Cavalieri, que já em sua primeira temporada, em 2007, foi considerado um dos melhores goleiros do Campeonato Brasileiro.



Instabilidade na meta



O problema foi que, após Cavalieri, vendido para o Liverpool após o Campeonato Paulista de 2008, a base deixou de corresponder às expectativas na posição.



Marcos teve uma boa sequência em 2008 e 2009, mas voltou a ficar longos períodos no departamento médico, até se aposentar de vez em 2012. A vaga então ficou em aberto.



Bruno e Deola eram os primeiros da fila e ganharam a responsabilidade pela sucessão do ídolo palmeirense. Ambos se intercalaram nos anos seguintes e não transmitiram confiança ao técnicos e ao torcedor.



Ainda assim, voltaram a ter oportunidades com a lesão de Prass em meio ao Brasileiro de 2014. O resultado foi pior do que o anterior: revezamento entre ambos e Fábio, outro jovem da base, e o quase terceiro rebaixamento do Palmeiras. Prass teve de voltar às pressas no fim da competição e foi fundamental para garantir a permanência na Série A, em pleno ano do Centenário do clube.



Busca constante no mercado



O insucesso com as crias da base gerou uma espécie de 'trauma', e o Palmeiras passou a enxergar no mercado as soluções no gol.



Ainda em 2014, Dorival Júnior indicou a contratação de Jaílson. O goleiro era reserva do Ceará e chegaria para ajudar durante a má campanha no torneio, apesar de não ter jogado uma vez sequer.



A reformulação iniciada no ano seguinte com Alexandre Mattos incluiu a chegada de Aranha, sem clube desde a rescisão com o Santos. Com isso, o Palmeiras tinha os três goleiros de seu plantel vindos de fora.



A tendência se repetiu nos anos seguintes. Aranha não renovou em 2016 e para o seu lugar veio Vágner, campeão paulista com o Ituano. Para a temporada em 2017, mesmo sem reforços contratados para a posição, ninguém da base sequer pisou em campo na temporada.



A chegada de Weverton é vista como alternativa para o futuro próximo, em substituição a Prass e Jaílson, que têm idades avançadas e condições físicas que preocupam a diretoria de futebol. O goleiro do Atlético-PR deve ser mais um a cumprir o papel antes reservado às categorias de base. Hoje, a solução é abrir os cofres e ir ao mercado mais uma vez.