A sequência da jogada fez Silvio Luiz 'morder a língua'. Mazinho recuperou a bola, arrancou pelo lado esquerdo, invadiu a área e tocou para o “matador” chutar para o gol vazio. “Foi, foi, foi ele, Evair...”, berrou o narrador, utilizando o seu bordão.
Naquele 12 de junho de 1993, Evair viveu o seu maior momento no esporte. Ídolo do Palmeiras, onde foi campeão estadual, nacional e da Libertadores, o centroavante considera que o gol que encerrou um jejum de quase 17 anos sem título foi a sua maior glória.
O Palmeiras ganhou por 3 a 0 – Zinho e Edílson também balançaram as redes. Como o arquirrival havia vencido a partida de ida por 1 a 0 – gol de Viola, que comemorou imitando um porco e irritou os palmeirenses –, a decisão do título foi para a prorrogação.
O Verdão jogava por um empate nos 30 minutos extras e tinha um jogador a mais em campo. Aos 10 min do 1° tempo da prorrogação, o especialista em cobranças de pênalti pegou a bola e colocou na marca da cal, após Edmundo sofrer falta dentro da área. “Era um momento crucial, não podia errar”, lembra.
A estratégia já estava definida. “Quando o goleiro não se mexia, o canto estava definido, era o canto esquerdo dele. Quando se mexia, e normalmente eles iam para o esquerdo, era só virar o pé. Mas para fazer isso é preciso ter tranquilidade, repetir no dia a dia, errar nos treinos, para chegar naqueles segundos e estar psicologicamente preparado. O momento do pênalti é mais psicológico do que físico”.
Cadê o César Sampaio?
O capitão daquele esquadrão palmeirense, recheado de contratações de peso graças à parceria com a multinacional Parmalat, era César Sampaio. Evangélico e atleta de Cristo, o camisa 5 tinha o hábito de se aproximar de Evair, quando ele ia bater pênalti, e dizer: “vai em nome de Jesus”.
Mas justo naquele instante decisivo para o campeonato, com o Palmeiras muito próximo de sair da fila, Sampaio sumiu.
“Bati pênaltis aquele campeonato ouvindo essa frase do Sampaio o tempo todo. Só que naquele dia ele não chegava. Procuro ele atrás de mim e penso: ‘será que nesse dia ele não vai vir?’. Tomava distância, e ele não aparecia”, descreve o camisa 9.
Até que César Sampaio surge com sua frase de apoio. “Aí parece que as coisas mudaram, parecia que eu não tocava o chão. É isso que eu tenho na minha mente. Quando vejo de novo aquele gol, lembro da dificuldade de ver o Wilson do outro lado, mas a certeza de que estava preparado. O momento ali era especial e tinha sido preparado pra mim".
O camisa 12 corintiano, que entrou no lugar do titular Ronaldo, expulso no segundo tempo, se mexeu antes da cobrança e pulou para o seu lado esquerdo. Evair virou o pé e bateu no direito.
Placar final: Palmeiras 4 x 0 Corinthians (3 a 0 no tempo normal e 1 a 0 na prorrogação). Após 16 anos, 9 meses e 25 dias de espera, o torcedor palmeirense voltava a gritar é campeão e se acostumaria a festejar títulos durante o restante da década de 1990. Evair é um ícone naquele período vitorioso da história do clube alviverde.
ESPORTE(ponto final)
A entrevista com Evair foi realizada pelo ESPORTE(ponto final), um canal produzido a partir de depoimentos de ídolos sobre os grandes momentos do esporte.
A cada semana, novos episódios serão lançados na página especial do ESPORTE(ponto final). E você também pode acompanhar nas mídias sociais: youtube.com/esportepontofinal e facebook.com/esportepontofinal.
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