Valdivia chama a torcida durante clássico contra o Corinthians (Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press)
Valdivia nunca tentou esconder que a seleção chilena estava acima de tudo. A prioridade total chegou a causar mal-estar no Palmeiras, que paga (caro) para tê-lo no elenco.
Em 2013, o clube criou um cronograma que fez o físico do Mago se realinhar – e o ajudou muito a ser lembrado por Jorge Sampaoli, técnico de “La Roja” -, mas ele sempre deu todos os méritos ao fisioterapeuta cubano José Amador. Obviamente, a meta do trabalho no Palmeiras era deixá-lo em condições de brilhar usando verde e branco, o que aumentava o incômodo com as dores que ele relatava toda vez que voltava da seleção e o faziam virar desfalque.
Mas disputar a Copa do Mundo no Brasil era uma obsessão para o armador, e isso fez com que a diretoria jamais pensasse em pedir a ele que abrisse mão de uma convocação. Até porque a resposta provavelmente seria negativa. Chegou a acontecer o contrário: em maio, Valdivia foi liberado com larga antecedência para iniciar a preparação para o Mundial, enquanto o Verdão jogava pelo Brasileiro.
A ordem dos fatores pode ter se invertido. Um sinal é que José Amador, que antes trabalhava para o Chile, agora trabalha para o Verdão. Essa mudança ficará provada se Valdivia realmente ficar fora dos amistosos contra Venezuela e Uruguai para defender o Palmeiras nos importantes jogos contra São Paulo e Sport. O clube vai solicitar à seleção que desconvoque o armador, nem que seja só de um dos jogos. E, na teoria, jamais poderia fazê-lo sem o consentimento dele.
O camisa 10 voltou atrás após renunciar à seleção, sua esposa fez campanha na internet para vê-lo convocado de novo, e o próprio admitiu o desejo de defender o Chile – em entrevistas e em conversas por mensagem com Sampaoli, a quem ele parece já ter perdoado por usá-lo tão pouco na Copa. Foi chamado, dividindo opiniões no Chile, mas parece disposto a enfim colocar o Palmeiras como prioridade.
Valdivia aparenta estar mais “inteiro” dentro do clube, expressão que Dorival Júnior usou para explicar o que desejava ao lhe dar a braçadeira de capitão. Os números mostram que o chileno sempre foi importantíssimo. Jogando com frequência e envolvido como está agora, torna-se ainda mais essencial.
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