A profissão goleiro mudou muito nas últimas décadas. Se no jogo entre Croácia e Japão foi preciso Livakovic brilhar, agarrar 3 pênaltis e garantir Modric e companhia nas quartas de final da Copa do Mundo, essa vitória é muito por conta dessa evolução.
Estamos na fase mata-mata da Copa do Mundo do Qatar. Durante a fase de grupos, foram 11 cobranças de pênaltis, seis convertidas em gol e cinco defendidas. Nos jogos das oitavas de final, duas partidas tiveram os vencedores decididos por penalidades máximas. Nessas decisões, o goleiro de Croácia agarrou três batidas, o de Marrocos duas e, assim, levaram suas seleções às quartas de final.
Para Fernando Prass, conhecido pela torcida do Palmeiras como São Prass, tudo em relação à profissão de goleiro mudou. E com muita evolução em relação ao que acontecia em um passado nem tão distante.
‘A posição que mais evoluiu no futebol nos últimos anos foi de goleiro em relação a treinamento, exigências e, principalmente, em relação a ação do goleiro no jogo’, contou.
Aos 44 anos, Prass começou a carreira no Grêmio. Passou por Coritiba e Vasco até chegar ao Palmeiras em 2013. Grande pegador de pênalti, o ídolo do Verdão consagrou-se quando, em 2015, na final da Copa do Brasil contra o Santos, defendeu a cobrança de Gustavo Henrique e foi o responsável pelo chute final, que garantiu o campeonato para o Verdão.
Agora, longe dos gramados, o ex-goleiro, que exerce a função de comentarista nos Canais Disney, avalia essas mudanças. Se, principalmente para os jogadores de linha, as novas tecnologias nas chuteiras são primordiais, para a posição que impede os gols, as luvas fazem a diferença.
‘Eu acho que a luva faz parte do corpo do goleiro, né? Se você pegar um goleiro de 20 anos atrás, e ver a abrangência das ações do goleiro, a influência do goleiro no jogo, hoje, ela é muito mais complexa. E o material acompanhou isso. A gente pega as luvas de antigamente e o design era diferente, mas, principalmente, a palma, que é a parte mais importante da luva, é diferente’, explicou.
‘A posição de goleiro, hoje, é outra. Se a gente puder comparar visualmente as luvas, já dá para ver que a diferença é muito grande, mas, principalmente, em termos de qualidade, de aderência e de gripe, né? Analisando a pegada na bola, agora, a mudança é absurda para quando eu comecei a jogar. Isso torna a luva um material, vamos dizer, de segurança para os goleiros. Tanto que muitos goleiros, às vezes, não usam determinadas marcas de luva, apesar de terem proposta de patrocínio, porque não lhe dão a segurança suficiente para atuar’, finalizou.
Vale lembrar que no passado a luva não era um item obrigatório para o goleiro. E um exemplo claro é o de Manga, eterno ídolo do Botafogo. Ele dispensava o uso das luvas. Técnicamente, Manga brilhava e se tornava um carrasco do Flamengo na época com a tradicional frase: 'o bicho é certo', em relação à freguesia que o Rubro-Negro tinha quando enfrentava o Glorioso.
No entanto, fisicamente a falta da luva cobrou. Manga ficou conhecido pelos dedos tortos, fruto de muito trabalho sem as luvas. Uma vez, ele disse que o equipamento não o dava segurança. Atualmente, além de ser obrigatório, a luva se tornou um artigo totalmente moderno e que traz estabilidade para quem tenta evitar o lance mais importante de um jogo de futebol.
"Nunca tive medo, sempre era assim. Valente. Sempre assim. Não gostava de agarrar com luvas porque elas não me passavam confiança. Nessa época as luvas não eram tão boas. Eram muito grossas e ficavam frouxas nos dedos. Eu esfregava a minha mão na terra para sentir mais segurança, principalmente nos dias que chovia e a bola escorregava. Eu quebrava meus dedos no treinamento, os médicos me engessavam e o técnico começava a me tirar do time. Mas eu jogava assim mesmo. Essa é a sua profissão, você tem que se meter em qualquer lugar. Pode quebrar a cabeça, os braços, mas tem que defender a bola", disse Manga, ao GE, em 2018.
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