Heinze hoje treina o Newell's Old Boys, equipe que o revelou como zagueiro em 1997. O vínculo explosivo entre o técnico de 44 anos e o clube de Rosário tem ganhado destaque na Argentina até mesmo entre os portenhos, tradicionalmente pouco afeitos às coisas que ocorrem fora da capital do país. Da mesma maneira que Abel, a "montanha-russa emocional" de Heinze tem sido uma atração à parte nas partidas sempre acirradas do Campeonato Argentino. Na noite da última sexta-feira (3), contra o Vélez Sarsfield, por exemplo, ele foi flagrado chorando em plena segunda rodada do torneio, com a batalhada vitória por 1 a 0 no Estádio Marcelo Bielsa, a casa do Newell's. Foi sua estreia em casa.

Heinze gritou o gol do meio-campista Juan Sforza, aos 24 minutos do segundo tempo, como um torcedor enlouquecido. Sua vibração acabou sendo o comentário mais repetido das rádios e TVs portenhas na noite de domingo, ressaltando que sua comunhão com a torcida tem tudo para ser a mais forte do país depois da saída de Marcelo Gallardo no River. O que fez o treinador escorrer tímidas lágrimas antes mesmo da partida foi o reconhecimento de vários jogadores do Vélez, seu ex-clube.

Muitos atletas adversários fizeram fila em frente ao banco do Newell's para cumprimentá-lo. "Isso vai além do esporte. Muitos deles jogadores eram adolescentes, e hoje são homens. Isso obviamente me emociona demais", justificou o "Gringo", como Heinze é chamado na Argentina.

Outra situação abalou o treinador no fim de semana. Um de seus meio-campistas, Francisco González, teve grave lesão no joelho. Extremamente mal-humorado por esta razão, Heinze quase não compareceu à entrevista coletiva depois da partida, mas falou rápido com os jornalistas e voltou a abordar as suas emoções.

"Sou o responsável pela alegria e pela tristeza dos torcedores. Hoje, estou em casa. É por isso que me envolvo tanto", resumiu.

3759 visitas - Fonte: UOL