"Primeiro, ter homens de caráter para se treinar. Segundo, ter gente qualificada no grupo. Terceiro, o clube ter um norte. Saber onde está, para onde quer ir e saber que no caminho irão haver críticas, mas não se desviar um milímetro de onde se quer. Por isso me identifiquei tanto com o clube. Temos uma comissão técnica competente, um clube muito organizado, com ideias muito claras do que quer no presente e no futuro, e pessoas muito competentes em todos os campos", disse.

"Quando tudo isso se une com uma ambição e um desejo muito grande de querer ganhar, de fazer o que for preciso para jogar e ganhar, os resultados estão mais próximos de acontecer. E depois, o segredo que poucos estão dispostos a fazer, o trabalho duro de forma consistente. Se fosse fácil, todos estavam no meu lugar, dos jogadores, do Barros, da Leila... é preciso que todos entendam dentro do clube que é preciso fazer o mesmo, mas melhor", continuou.

“Há pessoas que dizem que 'não tem que provar nada a ninguém'. Eu penso exatamente o contrário, que tenho que provar todos os dias, que o que faço não é suficiente. Eu nunca estou satisfeito com aquilo que eu faço no âmbito profissional. Acho sempre que há espaço para melhorias, estou sempre aprendendo com outros treinadores. Eu tenho as minhas inseguranças, tenho que mostrar a mim mesmo que eu mereço estar no lugar em que estou. O que fizemos, nos dá responsabilidades. Eu não tenho dimensão nenhuma do que estamos fazendo", completou.

Abel também descartou que o título já está garantido por conta do nível do possível adversário na decisão. “Em primeiro lugar, parece fácil. E agora somos obrigados a ganhar. Não. O Palmeiras vai perder, não sei quando, mas vai perder. Nós não somos obrigados a ganhar. O que eu digo aos meus jogadores é que eles são obrigados a deixar tudo dentro de campo".

"É a única obrigação que temos. É fácil estar sentado aqui e falar sobre o Palmeiras, mas o Água Santa passou, e o Ituano também. Parece fácil. E hoje foi difícil, foi preciso estar concentrado. O mínimo erro que tivemos fez lembrar aquelas provas da Fórmula 1 em Mônaco, em que um erro o piloto estava fora", avaliou.

"E hoje foi assim. E parece fácil, ‘o Palmeiras é melhor’. É preciso, de segunda a sexta, treinar e de forma consistente. Se nós nos sentarmos à custa do que ganhamos, o que vamos fazer a seguir é descer. Agora, não vamos ganhar sempre. A única obrigação é dar tudo que podemos, com aquilo que temos. A palavra vexame pode até entrar no vestiário, se os jogadores derem tudo dentro de campo”, acrescentou.

Com a classificação, Abel superou Felipão como treinador com mais finais pelo Palmeiras. Na entrevista, o português não poupou elogios ao seu ex-treinador de seleção de Portugal.

"Eu acho que nunca vou conseguir chegar a ele. Ele é o 3º treinador com mais títulos no mundo. E, às vezes, eu fico chateado, porque há pessoas que não gostam dele. Eu penso: como é possível não gostar desse homem? Porque é top, top treinador, top pessoa, top tudo. É daqueles brasileiros que eu gosto mesmo", finalizou.

Veja a lista de técnicos com mais finais pelo Palmeiras
Abel Ferreira: 11 finais

Felipão: 10 finais

Vanderlei Luxemburgo: 7 finais

Oswaldo Brandão: 5 finais

Ventura Cambón: 3 finais

Próximos jogos do Palmeiras
Ida da Final (F): 2/4 - Campeonato Paulista

Volta da Final (C): 9/4 - Campeonato Paulista

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