Por mais que a maioria das pessoas possa não ter ouvido falar de Tombos, cidade que fica na Zona da Mata mineira e tem aproximadamente 10 mil habitantes, o nome do clube tem se tornado cada dia mais conhecido no cenário do futebol nacional.

O Gavião Carcará tem 108 anos de fundação, mas apenas 24 como equipe profissional. Mesmo assim, esse pequeno pedaço de história é suficiente para mostrar o crescimento de um clube, que já aprontou tanto em âmbito estadual, quanto na Copa do Brasil e que tem nomes conhecidos, como o de Egídio, campeão do Brasileiro pelo Palmeiras em 2016.

Taça atrás de taça no interior de Minas

O Alvirrubro tem se destacado muito nas competições estaduais nas últimas temporadas. A equipe conquista pelo menos uma taça por ano desde 2020, quando foi campeão do Interior do Campeonato Mineiro. De quebra, o Gavião ficou com o vice-campeonato estadual. A equipe foi derrotada pelo Atlético-MG, à época comandado por Jorge Sampaoli.

Em 2021, mais duas conquistas: a equipe venceu a Recopa de Minas Gerais, que reúne os campeões do Mineiro do Interior e do Troféu Inconfidência. Além disso, o Carcará repetiu o feito e se sagrou campeão do Interior, pela terceira vez na história. A primeira havia sido em 2013.

A cereja do bolo em 2021 foi o vice-campeonato da Série C do Brasileiro, que garantiu ao clube mineiro o acesso à Série B, colocado nos anos anteriores como grande objetivo carcará. A equipe havia sido campeã da Série D do Brasileirão em 2014.

A temporada 2022 também teve grito de "É campeão". Novamente o time faturou a Recopa Mineira. Em âmbito nacional, foi a primeira temporada em que o time disputou a Série B do Brasileirão.

Apesar de ter brigado pelo acesso até o início do returno o Tombense ficou na 15ª posição. Embora a campanha pudesse ter sido melhor, o time conquistou o objetivo da permanência na estreia na competição nacional.

Em 2023, o Tombense tenta mais uma taça. A equipe não chegou às semifinais do Mineiro, mas pode ser campeã do Troféu Inconfidência. A equipe abriu boa vantagem diante do Villa Nova-MG, após a vitória por 2 a 1 fora de casa.

O Gavião será campeão mesmo que perca por um gol de diferença para o adversário no sábado, às 18h, no Soares de Azevedo, em Muriaé. Se conquistar o troféu, o Tombense estará novamente na Copa do Brasil em 2024.

Histórico na Copa do Brasil

Essa é a sexta vez em que o clube disputa a Copa do Brasil. Nas edições de 2014, 2016, 2019 e 2021 as aparições foram modestas, em que o time avançou no máximo até a segunda fase.

As melhores participações aconteceram em 2022 e agora em 2023, quando a equipe chegou à terceira fase. No ano passado, o time foi eliminado pelo Ceará, com derrotas por 2 a 0, em Muriaé, e 2 a 0, no Castelão, em Fortaleza.

A equipe mineira aprontou uma vez contra times de expressão no torneio. Em 2019, o Tombense fez 3 a 0 no Sport na primeira fase da Copa do Brasil e despachou o adversário.

Bons números em Minas Gerais

O Tombense foi fundado em 7 de setembro de 1914, mas só se tornou profissional em 1999. Depois de pouco mais de uma década nas divisões inferiores, o clube ascendeu à elite estadual em 2012. A equipe passou a disputar o Módulo 1 a partir de 2013.

Em 11 temporadas finalizadas do Mineiro, o Carcará foi quatro vezes às semifinais, em 2013, 2015, 2020 e 2021. Em uma delas, em 2020, avançou para a decisão. Ao todo, foram três títulos do Mineiro do Interior (2014, 2020 e 2021) e duas Recopas Mineiras (2021 e 2022).

Parceria, estádio próprio e CT

O projeto de profissionalização do time mineiro foi concluído em 1999, por meio de parceria entre o presidente do clube, Lane Gaviolle, e o empresário Eduardo Uram. No entanto, os sócios na Brazil Soccer já tinham um trabalho conjunto com categorias de base desde 1997.

Com o andamento do trabalho e a evolução dos resultados do Tombense em campo, o projeto ganhou corpo em duas frentes.

Em termos de estrutura, o clube iniciou há alguns anos a construção de um Centro de Treinamento. Atualmente, o CT conta com três campos que são usados pela equipe profissional, academia de musculação e outras estruturas de trabalho para o departamento de futebol. Ainda há espaço para construção de três campos oficiais.

Um hotel, que terá 30 apartamentos, começou a ser erguido no local. A estrutura servirá como concentração no futuro. Atualmente, o Tombense tem mais de 32 apartamentos mobiliados para abrigar atletas e familiares dos profissionais em Tombos. Jogadores que chegam sozinhos à cidade ficam hospedados em um hotel.

A equipe tem como casa o Estádio Antônio Guimarães de Almeida, o Almeidão, com capacidade para cerca 4.560 torcedores. O estádio está em processo final de reforma e chegará posteriormente a 6 mil lugares.

Entretanto, o Tombense utiliza, desde abril de 2022, o Estádio Soares de Azevedo, em Muriaé, a 60km de Tombos. A praça esportiva tem sido o palco dos jogos alvirrubros até a conclusão das obras do Almeidão.

Técnico conhecido, Egídio e 9 matador

Em campo, o plano do clube sempre é montar times competitivos e com jogadores com bom nível técnico. Em razão da sociedade entre Lane Gaviolle, nascido em Tombos e que toca os rumos do clube no dia a dia, e Eduardo Uram, com grande experiência no mercado do futebol, jogadores conhecidos defendem o Alvirrubro.

Esses são os casos do goleiro Felipe Garcia, ex-Santos, do zagueiro Roger Carvalho, ex-Botafogo, dos atacantes Fernandão, ex-Bahia e Goiás, e Rhayner, ex-Fluminense, do volante Bruno Silva, que vestiu as camisas de Botafogo, Fluminense, Cruzeiro e Internacional, que é titular do time, e dos laterais Kevin, ex-Botafogo, e Egídio, que ganhou títulos e defendeu o próprio Palmeiras, além de Cruzeiro, Fluminense e Flamengo. Destes, Felipe Garcia e Roger Carvalho são titulares. Os outros chegaram recentemente.

No entanto, o grande nome da equipe comandada pelo técnico Marcelo Chamusca, é Daniel Amorim. O atacante é o artilheiro do Gavião na temporada com nove gols em 12 partidas. Apesar de não ter balançado as redes na Copa do Brasil, ele é o principal goleador do Campeonato Mineiro, à frente de Hulk, do Atlético-MG, que marcou oito vezes.



Fora de campo, o clube se beneficia da transferência de atletas que sequer jogaram pelo Tombense, mas que são ligados contratualmente ao Carcará. Exemplos disso foram as vendas do Lucas Paquetá, ex-Flamengo, e do atacante Evanilson, ex-Fluminense, que renderam cifras ao Alvirrubro.

Outros jogadores conhecidos também já atuaram pelo Carcará, como o lateral-esquerdo Juan, o meia Ibson e o polivalente Joilson.



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