Allianz Parque receberá o primeiro jogo oficial nesta quarta, entre Palmeiras e Sport
Com quase tudo pronto para reabrir a casa do Palmeiras, a WTorre ainda tem uma missão importante para os próximos meses. A construtora se movimenta nos bastidores para conseguir a liberação do consumo de bebida alcoólica em dias de jogos na Allianz Parque. Apesar de se tratar de um assunto complexo, a empresa alimenta esperanças de ter uma boa notícia no curto prazo.
De acordo com o dono da empreiteira, Walter Torre, há conversas em andamento sobre o tema. Uma das possibilidades é de que a venda de cerveja seja permitida pelo menos em alguns setores da arena. Se conseguir, aliás, o executivo garante que o estádio já tem uma tecnologia diferenciada à disposição para servir os torcedores, com direito a brinde especial.
"É uma briga difícil, mas estamos tentando de todo jeito. Acredito que podemos ter uma mudança em breve, pelo menos para liberar a bebida nos camarotes e setores mais VIPs do estádio. Já seria um grande começo, mas pode ser melhor ainda", disse Torre, em contato com a reportagem.
"Há uma máquina que vai servir um chope em um segundo e meio. Não mais do que isso. É super rápida. É como se fosse uma esteira, os copos ficam circulando e são enchidos por baixo e não por cima. Os copos ainda serão fechados pela máquina, com um diferencial: o suporte para tampar o chope será personalizado com a data da partida e os nomes dos times que disputaram o duelo naquele dia", completou.
A luta, no entanto, é complexa. As bebidas são proibidas em estádios de São Paulo por uma lei estadual. A proibição, aliás, começou na década de 1990, em definitivo em 1996, por vários episódios tristes que marcaram o futebol brasileiro.
Um deles foi a partida entre Corinthians e Flamengo pela Liberadores de 1991 conhecida como "Noite das Garrafadas". Na partida, o atacante Gaúcho, após marcar o segundo gol do Flamengo e colocar o time carioca na frente do placar por 2 a 1, provocou os corintianos, mandando beijos. A torcida começou a invadir o campo e a atirar centenas de cascos de 600 ml da cerveja Antarctica. O juiz teve de encerrar a partida por falta de segurança. Dez pessoas ficaram feridas.
Outro episódio marcante ocorreu no dia 22 de janeiro de 1992, durante a semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior entre Corinthians e São Paulo, no campo do Nacional. Houve uma briga generalizada nas arquibancadas, com torcedores dos dois times atacando garrafas dos dois lados. O corintiano Rodrigo Gasperin morreu após o tumulto.
Em agosto de 1995, o adolescente são-paulino Márcio Gasparin da Silva, de 16 anos, foi morto a pauladas em um confronto entre as torcidas do Palmeiras e do São Paulo na final da Supercopa de Juniores.
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