Em entrevista coletiva realizada na Academia do Futebol, nesta quarta-feira (11), a mandatária condenou os episódios recentes dos torcedores que picharam muros da sede social do clube e de mais de 40 lojas da Crefisa .

''Pressão é normal, mas é inadmissível atos de vandalismo contra quem quer que seja, mas contra um parceiro que está há nove anos só colaborando com o Palmeiras. Lembrando que quando a Crefisa e a FAM chegaram, em 2015, o Palmeiras estava em 2014 quase rebaixado e só não foi rebaixado não por mérito do Palmeiras, vocês sabem disso. E o torcedor sabe disso. Ninguém nos procurou do Palmeiras, nós espontaneamente viemos aqui oferecer nosso patrocínio'', afirmou.

''Nós já fizemos a conta, em todo esse período a Crefisa e a FAM colocaram no Palmeiras em torno de R$ 1,2 bilhão. E por que nós fizemos isso? Porque eu tinha certeza que, com aporte financeiro, nós poderíamos reerguer o Palmeiras. Porque futebol se faz com investimento. Sem dinheiro, não se faz absolutamente nada. Não é tocando bumbo na porta da Academia de Futebol que vou renovar com a grande maioria dos meus atletas. Não é tocando tambor no estádio e ameaçando atletas que vou contratar jogadores. É com investimento, trabalho claro, profissional e transparente'', disparou.

''Esses atos de vandalismo contra 40 lojas de uma patrocinadora que só colaborou com o Palmeiras, em momentos dificílimos, inclusive na pandemia. Quando a maioria dos patrocinadores cortaram os investimentos, afinal ele paga para aparecer e não tinha jogo, a Crefisa em nenhum momento suspendeu os pagamentos para o Palmeiras. Por isso o Palmeiras conseguiu manter os empregos dos nossos colaboradores intactos. Ninguém foi demitido porque a Crefisa seguiu honrando religiosamente os patrocínios'', completou.

Na última semana, 40 lojas da Crefisa amanheceram pichadas com palavras contra Leila e contra Anderson Barros, diretor de futebol. Como mostrou a ESPN na última terça-feira (9), a operadora de crédito resolveu processar a Mancha, pedindo reparação de danos .

Em seu discurso, a mandatária argumentou que as organizadas não torcem para o clube e afirmou não entender tal ''paixão'' a ponto de ''vandalizarem o que amam''.

''Torcedor organizado não pensa no Palmeiras, não torce para o Palmeiras. O torcedor organizado torce pela entidade deles. Se torcesse para o Palmeiras, não atacariam um dos patrocinadores que está aqui só para colaborar. Se gostassem do Palmeiras, não vandalizariam muros do clube. Então, eu não entendo essa paixão que dizem ter, mas vandalizam aquilo que dizem que amam. Isso é conversa fiada. São dogmas do futebol completamente errados que precisam ser discutidos e rechaçados'', disse.

A presidente do Palmeiras reiterou ainda que mesmo com o processo, vai continuar honrando o contrato de patrocínio, que vai até dezembro de 2024.

''A Crefisa vai processar essa torcida organizada que vandalizou nossas lojas, criminalmente e no aspecto cível. Isso não vai ficar assim. E com relação à postura das empresas, temos contrato de patrocínio com o Palmeiras até dezembro de 2024 e vamos honrar religiosamente como sempre honramos até o final. Eu vou ser candidata à reeleição do Palmeiras. Se o associado continuar confiando no meu trabalho, vou ter todo o prazer de continuar patrocinando o Palmeiras com as minhas marcas, mas nós faremos uma concorrência. Se vier alguém pagando acima do que eu vou me propor a pagar, desde que seja uma empresa idônea, não uma Black Star. Quando fui candidata, apareceu uma empresa que ninguém sabia qual era oferecendo milhões, mas que não tinha nada. Mas com certeza ano que vem vai aparecer uma Green Star, uma empresa idônea que ofereça o melhor valor do mercado'', declarou.

E os reforços?

Durante a coletiva, Leila comentou sobre a possibilidade de contratar reforços. A mandatária pediu paciência e pontuou que alguns dos nomes procurados pelo clube não aceitaram vir para o Brasil por medo da violência.

''Não quero trazer jogador que não deu certo na Europa, passou de uma certa idade e quer se aposentar aqui. O Palmeiras não é lugar de aposentado. Não vou fazer isso, não vou. Contratação é caro, um investimento muito alto. Então quero contratar jogadores que venham resolver. Contratamos algumas apostas que nós entendemos que viriam para resolver, mas vocês sabem que demora um pouco, tem que ter um pouco de paciência'', disse.

''Vamos continuar nessa trilha, nessa luta. Nosso planejamento é feito dentro da Academia de futebol. Em hipótese nenhuma vamos planejar contratação ou saída de jogador por pressão de torcida organizada. Isso pode ficar claríssimo para os torcedores. Nós fazemos sempre o melhor para o Palmeiras, mas decidimos aqui dentro da Academia. Respeito profundamente nossos 20 milhões de torcedores que não são só torcedores da vitória, mas sim do Palmeiras. São torcedores do planejamento que temos desenvolvido ao longo desse tempo, haja vista que o Palmeiras hoje é um clube modelo'', completou.

play

'Em hipótese alguma vamos planejar contratação por pressão de torcida organizada', dispara Leila Pereira

Presidente do Palmeiras concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (11)

Por fim, Leila voltou a criticar a agressividade das organizadas, fez um apelo à CBF e afirmou que as organizadas são o ''grande câncer do futebol brasileiro''.

''Pela agressividade, pela força, nós vamos impor. Não vai nada. Enquanto eu for presidente do Palmeiras, eu vou fazer o que é melhor para o Palmeiras. Nós aqui dentro somos pessoas preparadas. Essas pessoas que ficam gritando aí na porta, que preparo que essa gente tem, meu Deus do céu? Para administrar um clube, falar o que é melhor ou não para um clube da grandeza do Palmeiras. Eu falo com muita liberdade, jornalista não pode dar ouvido para isso. Que preparo essa gente tem? O que eles fizeram na vida, o que construíram na vida? Além de ameaça, dor, morte. Não pode dar ouvido para essa gente. Tem que dar ouvido para as pessoas de bem, que querem o bem do futebol'', disparou.

''É isso que eu peço a vocês, às autoridades públicas, ao meu amigo Ednaldo, presidente da CBF. Tem que bater forte contra essas pessoas que estão com a mentalidade que, com o medo, a agressão e a covardia, vão administrar um clube do tamanho do Palmeiras. Nós não vamos deixar, não vamos. Nós aqui somos extremamente preparados. Essas torcidas nunca construíram nada e não são absolutamente nada. São caso de polícia. Aliás, essa gente é o grande câncer do futebol brasileiro'', completou.

Próximos jogos do Palmeiras: