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Aos 16 anos, Estêvão ainda tentava assimilar o que era sonho e o que era realidade. Enquanto quase todos os jogadores comemoravam o 12º título brasileiro conquistado pelo Palmeiras naquela noite, o jovem tentava convencer a si mesmo que fazia parte de tudo aquilo.

Talvez olhando de longe a percepção de que acabara de estrear como jogador profissional no time mais vencedor do futebol brasileiro ficasse mais real.

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O olhar do garoto e a felicidade por ter feito o primeiro jogo no time principal do Palmeiras justamente no empate que confirmou mais um título brasileiro traduzia que sonhos também podem ser vividos acordado.

– Eu falei, eu falei. É pé quente, já cheguei como? Ganhando – dizia Estêvão ao telefone enquanto mostrava e brincava sobre o peso da medalha. O garoto ainda demonstrou que a preocupação sobre a permanência ou não de Abel Ferreira no Palmeiras vai muito além do torcedor.

– Todo mundo aqui gritando "Fica, Abel", o tempo inteiro. Ele tem que ficar, ele vai ficar. Acho que nós temos que amarrar o Abel aqui para ele ficar. Ele tem que ficar, não pode sair. Desse jeito não – dizia Estêvão.

Aos poucos, o garoto levantou e foi viver o seu sonho. Tirou fotos com a taça, com o ídolo Dudu e festejou como parte integrante do elenco multicampeão do Palmeiras comandado por Abel Ferreira.

Aos 16 anos, Estêvão é considerado o jogador mais promissor da geração de R$ 1 bilhão, grupo de seis jogadores das categorias de base tratados como joias pelo coordenador João Paulo Sampaio, que projetou que o Palmeiras deve arrecadar essa quantia bilionária com a soma das transferências futuras de Luís Guilherme, Fellipe Jack, Thallys, Luis Guilherme, Endrick e Estêvão.

O meia-atacante chegou ao Palmeiras em 2021, quando deixou o Cruzeiro, onde ficou por quatro anos, após ser envolvido pelo clube mineiro em uma série de irregularidades. Os direitos econômicos do jogador chegaram a ser colocados como garantia de um empréstimo, algo proibido pela legislação trabalhista.

O primeiro contrato profissional de Estêvão com o Palmeiras foi assinado no início do ano, quando ele completou 16 anos. Válido até 2026, a multa estipulada está na casa dos R$ 240 milhões. Na volta ao Mineirão, a sua estreia e o primeiro título como profissional.

– Uma mistura de sentimentos. Estou muito feliz pelo grupo, por ter estreado, ainda mais com título, e tenho que agradecer a Deus por tudo que está realizando na minha vida. Tenho certeza que é daqui para frente – disse ao ge ainda no gramado do Mineirão.

Estêvão foi alvo do PSG inicialmente em uma oferta casada, por ele e Endrick. Os valores não agradaram: o time francês ofereceu 50 milhões de euros (R$ 271 milhões) fixos e mais 30 milhões de euros (R$ 163 milhões) em bônus pela dupla.

Em nova investida, o Paris Saint-Germain chegou a sinalizar com uma oferta que poderia chegar a 40 milhões de euros (R$ 222 milhões na cotação atual) pelo meia-atacante no fim do ano passado. O Verdão não quis negócio.

O jogador coleciona ótimos números nas categorias de base do Verdão. Antes chamado de "Messinho", Estêvão deixou o apelido de lado para tentar fazer história com a própria assinatura. Neste ano, foi campeão brasileiro pelo time sub-17 e da Copinha com o sub-20.

– Espero continuar desfrutando do meu melhor futebol, se Deus quiser ter mais oportunidades no profissional. Um passo de cada vez, com pés no chão, mas daqui para frente fazer muita história no Palmeiras – completou.

O Palmeiras trabalha com calma para a promoção de Estêvão. Integrante do elenco sub-20, o atacante também atuou pelo sub-17 e foi chamado por Abel para treinar entre os profissionais no restante da temporada após o fim do calendário da base.

Além de toda a estrutura oferecida pelo Palmeiras no dia a dia, Estêvão possui acompanhamento com nutricionista e preparação física em trabalhos complementares.

O desenvolvimento esportivo feito pelo clube e também pelos profissionais que cuidam da carreira de Estêvão é considerada fundamental no processo de amadurecimento como atleta.

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