Após o pedido inicial feito pelo trio Grêmio, Internacional e Juventude, é discutida atualmente a possibilidade de paralisação do Campeonato Brasileiro por conta da tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Desde o início do último final de semana, a CBF enviou um ofício aos clubes da Série A em que pede uma posição oficial sobre o assunto - seja favorável ou contra a paralisação. Até o momento, 13 clubes já deram sua posição a favor da pausa.
Em um primeiro momento, o Atlético-MG foi o primeiro clube a se posicionar publicamente a favor da paralisação por meio de entrevista de seu presidente, Sérgio Coelho. Ao longo da rodada do fim de semana, outro clube que se posicionou de forma pública em favor da paralisação foi o Athletico-PR. Na contramão, também no último fim de semana, dirigentes de Flamengo e Palmeiras explicaram que os clubes são contra qualquer paralisação neste exato momento.
Os diretores Bruno Spindel e Anderson Barros, respectivamente, foram os representantes do Rubro-Negro e do Verdão que falaram. Já na noite de segunda-feira (13), os 11 clubes da Liga Forte União publicaram nota oficial em que pediram a paralisação imediata do Brasileirão até o dia 31 de maio. Cinco times ainda não se manifestaram publicamente: Bahia, Corinthians, Red Bull Bragantino, São Paulo e Vitória.
Vale lembrar que a CBF marcou reunião para tratar do assunto com representantes dos 20 clubes para o dia 27 de maio. O Conselho Técnico é que vai ser o pontapé de partida para qualquer decisão a ser tomada.
Entenda aqui tudo sobre o que esse encontro pode definir. Veja a posição de cada um dos 20 clubes da Série A do Brasileirão:
A favor: Atlético-MG (Libra) Atlético-GO (Liga Forte União) Athletico-PR (Liga Forte União) Criciúma (Liga Forte União) Cruzeiro (Liga Forte União) Cuiabá (Liga Forte União) Grêmio (Libra) Juventude (Liga Forte União) Fluminense (Liga Forte União) Fortaleza (Liga Forte União) Botafogo (Liga Forte União) Internacional (Liga Forte União) Vasco da Gama (Liga Forte União)
Contra: Flamengo (Libra) Palmeiras (Libra)
Sem resposta: Bahia (Libra) Corinthians (Libra) Red Bull Bragantino (Libra) São Paulo (Libra) Vitória (Libra)
Quais foram os posicionamentos dos clubes? Atlético-MG: "O futebol é muito importante, mas é importante que a gente também veja as dificuldades. Quando existe uma catástrofe, ela tem que ser tratada como catástrofe, e o que está acontecendo no Rio Grande do Sul é uma catástrofe. Os clubes e pessoas de lá não tem a menor condição de estar envolvidos, hoje, no futebol. Eles estão emocionalmente abalados. Eles não têm condições de treinar, têm familiares e amigos que estão passando dificuldades, podem ter perdido alguém da família, casa destruída. Para dar isonomia a esses clubes, no meu entendimento é que deveria parar o Campeonato Brasileiro", disse Sérgio Coelho, presidente do clube.
Liga Forte União (Atlético-GO, Athletico-PR, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Inter, Juventude e Vasco): Nesta segunda-feira, todos os clubes da Liga Forte União se posicionaram perante o ofício enviado pela Confederação Brasileira de Futebol. De forma unânime e em bloco, todos são a favor da paralisação imediata do Campeonato Brasileiro até a data de 31 de maio de 2024. A paralisação se faz necessária como medida humanitária, consensual e de justiça de competição.
Grêmio, Internacional e Juventude: Devido ao estado de calamidade pública no Estado, Grêmio, Juventude e Internacional enviaram ofício para a CBF solicitando o adiamento total (incluindo todas as equipes da competição) de até três rodadas do Campeonato Brasileiro Série A 2024. Os Clubes pedem compreensão e zelo para a situação, que impossibilita a realização de atividades esportivas no Estado e afeta o equilíbrio esportivo das competições.
Flamengo: "Primeiro ponto é que todos nós, como instituição e como seres humanos, somos extremamente solidários a todas as pessoas do Rio Grande do Sul por esse momento difícil, por essa tragédia, por essa catástrofe. O lado humano ele vem acima de tudo, da saúde, das vidas, das famílias que estão sofrendo lá. Temos amigos, alguns do clube tem parentes lá, e o clube tem feito uma série de ações, além do lado humano e da solidariedade, para ajudar o povo do Rio Grande do Sul. Pelo lado humano, já nos solidarizamos com qualquer causa humana e mais ainda por sermos todos brasileiros e nos solidarizamos como uma nação. Tudo o que nós, como cidadãos, podermos ajudar, vamos ajudar. O clube tem feito uma série de ações, fez uma ação hoje com o PIX da Ação da Cidadania para ajudar e vamos continuar ajudando. O clube já se posicionou entre em relação aos co-irmãos Inter, Grêmio e Juventude. Inter e Grêmio nós temos amigos lá e estão sendo mais afetados. A gente tem se solidarizado e colocamos nosso centro de treinamento à disposição dos três clubes para que possam usar nossas instalações entre outras ações que a gente tem conversado. A gente entende que continuando a trabalhar e exercendo as nossas atividades, nós podemos ajudar mais ainda. Se estiver parado, tem uma série de outras atividades no Brasil que não foram paralisadas. Estão todos tentando ajudar da melhor forma possível. "O Flamengo entende que pode ajudar muito mais se o campeonato seguir. A gente se solidariza com todo o lado humano, das vidas. Tudo o que pudermos fazer para ajudar, vamos fazer. O Flamengo de uma forma ou de outra, vai continuar ajudando. Entendemos que continuando a trabalhar, temos mais alternativas para ajudar", disse Bruno Spindel, diretor de futebol do clube.
Palmeiras: "Eu acho fundamental, como sempre o Palmeiras fez, se posicionar frente a isso. Será que que pararmos será a solução para todos esses problemas? Será que todas aquelas pessoas que dependem do futebol seriam capazes de suportar um período de não futebol? Será que todos aqueles trabalhadores que dependem exclusivamente do que está entorno do futebol seriam capazes de suportar esse momento? Será que os clubes menores seriam capazes de suportar essa situação? Tivemos um exemplo recente, que foi a questão pandêmica, e sabemos quantos clubes sofreram quando pararam o futebol. Será que a melhor forma de ajudarmos o Rio Grande do Sul e os clubes do Rio Grande do Sul será com a paralisação do futebol? O Palmeiras já deu exemplos, como no próprio caso da pandemia, quando assumiu todas as suas responsabilidades sem a demissão de qualquer funcionário. O Palmeiras está sempre preocupado com o que representa o futebol para todas essas pessoas que estão no seu entorno. É fundamental que a gente entenda que, aquilo que vem hoje, essa tragédia, poderá ser superada somente com muito trabalho, com muita entrega, com muita dedicação. Citamos exemplos de declarações onde deveremos ou devemos estar atento a tudo o que gira em torno da própria economia do Rio Grande do Sul. E assim nós vamos fazer. Assim como o Palmeiras fez hoje, assim como muitos outros clubes fizeram nesses últimos dias, se entregando totalmente à essa causa. E até mesmo os clubes do Rio Grande do Sul, participando da forma que pudermos para que eles possam superar essas dificuldades. Se nós considerarmos tudo isso, se nós pensarmos no futebol como um todo, fica muito claro para nós que somente o trabalho fará com que a gente supere essa situação, como qualquer tragédia na vida. Não tem como, somente com o trabalho. Então por isso que nós, Sociedade Esportiva Palmeiras, entende que não se deve parar o Campeonato Brasileiro, que devemos continuar, que devemos encontrar soluções, como estamos fazendo até agora para suprir, afagar, abraçar, todos os nossos companheiros do Rio Grande do Sul", disse Anderson Barros, diretor de futebol do clube.
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