[OFF] Alexandre Gallo defende melhorias de estrutura e política na base do Brasil

26/12/2014 08:18

[OFF] Alexandre Gallo defende melhorias de estrutura e política na base do Brasil

Coordenador da base da CBF e técnico da sub-20 fala ao LANCE!Net. Nesta sexta ele começa a treinar a equipe na Granja Comary visando ao Sul-Americano no Uruguai

[OFF] Alexandre Gallo defende melhorias de estrutura e política na base do Brasil

Alexandre Gallo concedeu exclusiva ao LANCE!Net (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)



Da reformada Granja Comary, em Teresópolis – onde se prepara, a partir desta sexta-feira, com a delegação brasileira, para o Sul-Americano Sub-20, no Uruguai –, Alexandre Gallo, coordenador da base do Brasil, não tem o que reclamar.



Mas, depois das “peregrinações” feitas nos quase dois anos no cargo, o diagnóstico dado por ele nesta entrevista exclusiva ao LANCE!NET é de que ainda há muito trabalho a ser feito nos clubes brasileiros.



A estrutura é o primeiro item na lista de melhorias. Depois, a cultura política do futebol nacional, que gera efeitos colaterais na formação de jovens jogadores.



Qual é o balanço de 2014 nas Seleções de base do Brasil?

GALLO: O trabalho foi a contento. Fizemos 24 jogos este ano. Ganhamos os torneios de que participamos, principalmente com a sub-20 e a olímpica. A sub-17 também ganhou dois torneios, como o Nike Friendlies e outro no Chile. Estamos montando grupos específicos em cada uma das seleções para o ano que vem, que é ano de competições oficiais.



Como você encara a disputa do Sul-Americano?

GALLO: Essa é a competição mais difícil. Mais difícil até que o Mundial, em função daquilo que acontece fora de campo. Tivemos uma experiência no Sub-17 na Argentina, ano passado, que foi complicada. Mas temos que passar por isso, porque o objetivo primeiro, o foco, é a classificação para o Mundial, que será em maio, na Nova Zelândia. Vamos chegar preparados. Nossa equipe é boa e estará muito concentrada para evoluirmos nos treinos e jogarmos bem.



O Brasil pegou uma chave que é dureza, o sorteio não ajudou. Uruguai, Chile, Colômbia...

GALLO: São times complicados, principalmente a Colômbia. Todos os que jogam contra o Brasil vêm no limite físico, técnico e psicológico. Sabemos que teremos que trabalhar mais do que eles para chegar ao topo.



O que esse grupo que foi convocado pode apresentar de bom na competição?

GALLO: Temos bons jogadores. Estão todos no Brasileiro ou até fora do Brasil, como o Lucas Evangelista (Udinese-ITA) e o Otávio (Porto-POR). São vários jogadores titulares nos clubes, como o Carlos (Atlético-MG). Viemos com alguns deles há algum tempo. Poucos não estiveram em algumas oportunidades, como o Marcos Guilherme e o João Pedro, por problemas de liberação dos clubes. O importante é ter a consciência de que o time é bom, mas com pés no chão.



Que tipo de erro o Brasil não pode cometer no Sul-Americano?

GALLO: Temos que sair dessa questão de arbitragem, briga, o jogo latino. Isso não interessa para nós. Temos que ir de cara limpa, coração aberto e tentar fazer o nosso melhor. Para chegar a uma competição dessa, temos que jogar mais que os nossos adversários.



O Sul-Americano de 2013 foi uma das piores experiências da base do Brasil, e não fomos ao Mundial. Você sabe o que ocorreu lá? Está pronto para não repetir aquilo?

GALLO: Foi antes da minha chegada. Eu sei, mas não posso falar. Estamos preparados para fazer uma boa competição. Os atletas são comprometidos, eles são cúmplices do trabalho, respeitam tudo, e temos certeza de que vamos bem.



A maioria dos jogadores entrou de férias no começo do mês e terá menos descanso e pré-temporada do que nos clubes. Vai haver uma preparação especial?

GALLO: Vão ser 20 dias de férias. Tá ótimo. Na verdade, vamos ter uma pré-temporada de 16 a 18 dias, que é até o início da competição. É um tempo hábil, até porque os atletas são jovens e tivemos 20 dias de férias. É um tempo legal para que eles se recomponham, e 18 dias dá para chegar em boas condições. Não adianta chegar no primeiro jogo no limite. Tem que chegar com 70% para ter um crescimento na competição.



Olhando um pouco mais atrás, em 2011, aquele time do Ney Franco tinha Neymar, Lucas, Oscar... Sente falta de um destaque como esses no grupo?

GALLO: São fases do futebol brasileiro, temos safras de jogadores mais técnicos. Esta é muito competitiva, concentrada. Talvez não tenhamos um diferencial, como o Neymar, mas temos jogadores competitivos. E vamos bater em cima disso.



Você não poderá contar com o Danilo, volante que esteve em todas as convocações antes. Qual é o tamanho da sua lamentação?

GALLO: A lamentação é grande. É o jogador com mais convocações nas seleções de base. É um líder técnico importante. Mas temos os nossos limites. Estive em Braga, conversei com o presidente e o treinador. “Infelizmente”, ele é um ponto de equilíbrio da equipe. E por isso o clube não quis ceder. Eles têm seus interesses também e temos que respeitar.



Como está a relação com Dunga?

GALLO: Continua igual. Fico muito contente que ele tenha levado quatro atletas nossos: o Marquinhos, o Fabinho, o Talisca e o Fred. Quanto mais servimos jogadores para a equipe principal, é sinal de que o trabalho está bem feito.







Você está a um mês de fazer dois anos na base do Brasil. O que você identifica como principal problema do futebol de base ao redor do país atualmente?

GALLO: O que temos visto é a questão estrutural. Vários clubes precisam melhorar a estrutura, dar melhores condições aos profissionais. Criar uma cultura de revelação, não de cobrança de títulos. Acho que é importante trabalhar mais com tranquilidade. Aqui no Brasil, muda a diretoria, muda toda a categoria de base, os projetos, os direcionamentos. Isso acaba sendo ruim para o Brasil. Espero que aos poucos isso mude. Na Seleção, há uma política, e temos ido bem. Mas temos nossos limites. Vemos uma necessidade grande de melhorar a estrutura e dar continuidade ao trabalho.



Sobre os jogos da Olímpica em 2015, vamos mesmo enfrentar Argentina e Chile em março?

GALLO: Essa questão de datas fica com o marketing para resolver. Fizemos o convite para os dois. O local, quem escolhe é o presidente, aí é uma questão dele. Vamos para o Sul-Americano e vamos encontrar as duas seleções lá e fortalecer essa questão. Mas vai acontecer. Também vamos tentar jogar contra Portugal, Alemanha... Todos os campeões e vice-campeões continentais.



Um jogador de que você gosta, o Lucas Silva, esteve negociando com o Real Madrid. Acha que sair do Brasil é uma boa?

GALLO: Acho ele um ótimo atleta, de alto nível, foi bicampeão brasileiro jogando. Sempre nos serviu bem na Seleção, repetindo o bom trabalho dele no Cruzeiro. Isso que é importante para gente. Não adianta ele ir bem no Cruzeiro e chegar aqui e sentir. Então, ele é um atleta de personalidade. Ir para a Europa não atrapalha em nada, mas o que pedimos é que os jogadores possam jogar. Se não for no time principal, que seja no time B, sub-23... É muito importante para mim isso.



Para a Rio-2016, você chegou a pensar em levar, como jogadores acima de 23 anos, Neymar e mais duas peças de ataque. Mas, como as suas opções não jogam como titulares, você já mudou e fala em levar um goleiro experiente...

GALLO: É uma posição diferente. Tenho que ter algum deles jogando como titular. É complicado levar para uma Olimpíada se não tiver jogando, porque é competição de tiro curto. Não podemos errar. Ainda não tenho a escolha, tenho que esperar chegar 2016. Acho que é um caminho natural usar o titular da principal. Não sei se vai acontecer, e a resposta só posso dar mais próximo à Olimpíada.



E sobre o Pan? Se o Brasil jogar, não vai dar para convocar a sub-20 nem a olímpica. Acha que não valeria levar a sub-17?

GALLO: Acho que a definição vai ser do presidente Marin e do Marco Polo. Mas levar com qual intuito? Num ano pré-olímpico, não teríamos ganho com a sub-17, especificamente. Esse grupo é importante para nós, fez boas campanhas e tá com calendário recheado. E como vamos explicaar para a torcida que estamos com a sub-17 contra times sub-23? É difícil...





Tem viagem à Europa marcada para visitar jogadores e clubes?

GALLO: Está pronto para a segunda quinzena de fevereiro. Vamos sair no dia 23 para Portugal, Espanha, Holanda e Bélgica. São nove jogadores. Alguns novatos e outros que estiveram com a gente na China. Tem gente que não visitamos ainda, mas não podemos falar porque senão o cara pode mudar o comportamento.



























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