A Sociedade Esportiva Palmeiras e a Real Arenas, empresa do grupo WTorre S/A e superficiária do Allianz Parque, anunciaram nesta quarta-feira (09) a conclusão de um amplo acordo que põe fim a todas as disputas judiciais e arbitrais entre as partes. O acordo, que envolveu concessões de ambos os lados, marca uma nova fase na relação entre o clube e a administradora da arena, trazendo benefícios diretos ao time e à torcida com a perspectiva de uma gestão harmônica. Com esse novo entendimento, Palmeiras e Real Arenas encerram uma década de litígios.
O acordo totaliza R$ 117,1 milhões, dos quais R$ 50,1 milhões foram pagos imediatamente ao Palmeiras. Não fosse isso, o acordo não seria anunciado de maneira oficial. Os outros R$ 67 milhões foram diluídos, por assim dizer, em cessão de propriedades importantes dentro do Allianz Parque. Exemplo disso é o espaço no qual se encontra a sala de troféus do Palmeiras, que deixará de ser alugado e passará a pertencer ao clube de forma definitiva. Esse é um marco relevante, já que anteriormente o Palmeiras precisava pagar pela utilização desse e de outros espaços, aumentando as despesas operacionais.
Outro destaque é a implementação do Novo Setor Gol Norte, que ficará localizado no anfiteatro do estádio e ampliará a capacidade do Allianz Parque em cerca de mil lugares em dias de jogos. Embora ainda não haja uma data para o início das operações desse novo setor, o aumento de ingressos representa uma oportunidade para a torcida e para o clube na geração de novas receitas.
A disputa judicial entre Palmeiras e WTorre, que teve início em 2017, envolvia repasses de porcentagens de receitas geradas por eventos realizados no Allianz Parque. Conforme o contrato de parceria, o Palmeiras tem direito a percentuais crescentes sobre essas receitas até o fim dos 30 anos de concessão da arena. No entanto, devido a divergências sobre a execução desses repasses, os valores não foram depositados durante anos, resultando em uma ação de execução movida pelo clube. No começo da parceria, esses repasses foram realizados apenas em novembro e dezembro de 2014, além de janeiro, fevereiro, março, abril, junho e julho de 2015. E em 2024, em meio a costura do acordo, o clube voltou a receber desde abril.
No âmbito da Corte Arbitral, as discussões giravam em torno da quantidade de cadeiras que cada parte tinha direito a vender nos jogos do Palmeiras. Essa divergência foi um dos motivos do rompimento entre as partes, gerando a trava dos repasses financeiros. Com o novo acordo, esse e outros temas foram solucionados, permitindo que Palmeiras e WTorre voltem a focar no sucesso conjunto da arena.
Com o fim das disputas, Palmeiras e Real Arenas planejam fortalecer a parceria, buscando novas fontes de receita e otimização do uso do Allianz Parque em datas disponíveis, sem prejudicar o calendário esportivo do clube. Um ponto importante é o compromisso da Real Arenas com a manutenção adequada do gramado. Problemas relacionados ao desgaste do campo, que já levaram o Palmeiras a abandonar o Allianz Parque temporariamente neste ano, não devem mais ocorrer. A WTorre, que chegou a ser criticada pela presidente Leila Pereira por não cuidar adequadamente da estrutura, agora assume uma postura mais responsável na preservação do estádio. A presidente chegou a afirmar que a Real Arenas entregaria "um coliseu" ao fim do contrato.
Um dos pontos celebrados do acordo foi a definição clara da setorização das cadeiras, beneficiando os programas de sócio-torcedor Avanti e Passaporte, além de garantir os direitos dos proprietários de cadeiras cativas. Houve um temor entre os torcedores de que esses lugares privilegiados, herdados desde o antigo Palestra Itália, fossem remanejados para locais de menor destaque, como o Gol Sul, mas com o novo acordo, os detentores de cadeiras cativas continuarão ocupando áreas centrais e nobres do estádio.
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