Após apenas quatro jogos na temporada, o Palmeiras já ouviu os primeiros protestos de sua torcida contra a diretoria , sábado, na Arena Barueri, após derrota de virada para o Novorizontino. O motivo: o ritmo de contratações e mudanças no elenco para 2025. Ao terminar a última temporada com um desempenho que incomodou inclusive o comando do futebol , a meta alviverde era uma reformulação maior no grupo e buscar mais jogadores de peso. O processo está demorando mais do que se esperava. – Conversei com meu diretor (Anderson Barros) e quero atletas "nível A" – resumiu Leila Pereira, em entrevista concedida há dez dias ao sportv . Logo ao fim do Brasileiro, o Palmeiras iniciou o mercado de maneira agressiva, fechando as chegadas de Facundo Torres e Paulinho. O atacante ex-Atlético-MG é o grande nome até aqui da janela, mas só deve ter condições de jogo a partir de abril. O clube, então, iniciou a grande novela do mercado: Andreas Pereira. Foram idas e vindas com o Fulham, e embora a negociação não esteja descartada, Leila adotou tom pessimista ao falar do negócio no sábado, dizendo que não conta mais com o meio-campista . Dias antes, Verdão anunciara que Claudinho recuou após ter sua contratação encaminhada e se transferiu para o Al-Sadd, do Catar . Os dois eram os nomes de peso desejados pela diretoria para completar o elenco neste início do ano. Junto destas tentativas até aqui frustradas, o Palmeiras vê Abel Ferreira cobrar as chegadas de mais um zagueiro e um atacante de área. O técnico também pedia um volante, mas na sexta o clube anunciou a chegada do uruguaio Emiliano Martínez. De acordo com Leila, o clube ainda não tem um camisa 9 engatilhado para reforçar o elenco. – Desde que fui eleita, sou cobrada por um camisa 9 e já conquistamos sete títulos desde então. Estamos sempre em busca de atletas para fortalecer o elenco. Este ano trouxemos o Paulinho, sem dúvidas um dos melhores atacantes do Brasil, além do Facundo e Emiliano (Martínez), ambos da seleção uruguaia. O Palmeiras está no mercado, mas vamos contratar quem tivermos convicção. Estamos em busca, mas nome não temos ainda – declarou à TNT Sports. Diante disso, e com a negociação de Vitor Reis ao Manchester City que vai render 35 milhões de euros (R$ 219 milhões) ao clube, a torcida puxou gritos de cobrança contra a diretoria no sábado, ao fim da derrota por 2 a 1 para o Novorizontino. – Vergonha, vergonha, diretoria sem vergonha – cantou parte do público na Arena Barueri. – P*** que pariu, é o diretor mais fraco do Brasil, Barros – acrescentou. Os gritos vieram principalmente do setor localizado na parte de trás do gol, onde ficam as organizadas do Palmeiras . A presidente Leila Pereira é rompida com a principal organizada, a Mancha Alviverde - investigada no caso da emboscada contra torcedores do Cruzeiro, que matou uma pessoa e deixou outras 17 feridas, em outubro do ano passado. Seu ex-presidente e vice se entregaram à polícia em dezembro. A reclamação que se tornou pública no fim de semana acontece também nos bastidores, com conselheiros ligados à gestão. Há um incômodo e cobrança deles para que o Verdão acelere o processo de reformulação projetado para este início de 2025. Ainda que Abel repita a cada entrevista que precisa de reforços, o técnico saiu em defesa de sua diretoria nas últimas duas vezes em que conversou com jornalistas. No meio de semana, aprovou a decisão de Leila expor os motivos pelos quais a negociação com Claudinho deu errado ; já no sábado, exaltou Anderson Barros e indicou que este é seu último ano trabalhando no Brasil . O treinador entende que pelas vendas recentes e o protagonismo do Palmeiras , os clubes dificultam nas negociações e pedem valores acima do mercado ao Verdão. Neste cenário, a diretoria entra em um mês decisivo, pois a primeira janela de transferências fecha em 28 de fevereiro. Depois, haverá um período especial de negociações antes do Mundial que o Verdão vai disputar, entre 2 e 10 de junho. A última janela ficará aberta de 10 de julho a 2 de setembro.