Flagrante da pressão do Palmeiras sobre a saída do Audax com sete jogadores em um lado do campo que terminou no terceiro gol, de Maikon Leite.
No dia sete de dezembro de 2014, o time de Dorival Júnior fez a torcida padecer no empate com o Atlético-PR no Allianz Parque que manteve o Palmeiras na Série A do Brasileiro. Campanha de rebaixado, mas Vitória, Bahia, Botafogo e Criciúma caíram pelo Alviverde nada imponente.
Sofrimento que agora parece um passado distante. A revolução do diretor de futebol Alexandre Mattos trouxe Oswaldo de Oliveira para o comando técnico e nada menos que 18 contratações para tentar repetir a fórmula que deu certo com o dirigente no Cruzeiro: elenco homogêneo, com boa reposição. Capaz de construir e manter equipe forte, competitiva e jogando futebol atual.
Os 3 a 1 sobre o Audax serviram para reforçar o clima de otimismo e estrear sete peças. Zé Roberto, 40 anos, já assumiu o papel de líder em discurso inflamado no vestiário antes da estreia no Paulista.
Em campo, o Palmeiras apresentou um time que busca compactação, troca de passes, rapidez e mobilidade. Sufocou em vários momentos a saída da equipe de Fernando Diniz com bola no chão, como no lance que originou o terceiro gol, de Maikon Leite, e foi às redes com relativa facilidade.
Mas é possível muito mais. Oswaldo terá Arouca ao lado de Gabriel no meio-campo. Dupla que pode entregar técnica e dinâmica no início da construção das jogadas pelo meio e na proteção da retaguarda. Sem necessidade do típico "volante pegador". O técnico aposta na qualidade à frente da última linha defensiva desde sua primeira experiência como treinador nos profissionais: Vampeta e Rincón no Corinthians campeão brasileiro e mundial.
Pelos lados, duplas diferentes. À direita, Robinho, Allione ou Kelvin abre o corredor para as ultrapassagens de Lucas. Pela esquerda, a reedição da dupla Zé Roberto-Dudu que funcionou tantas vezes no Grêmio com o meia veterano de volta à lateral descendo por dentro e o ponteiro usando seus dribles e velocidades bem aberto, mas também buscando as diagonais.
Na zaga, Tobio e Vitor Hugo tiveram estreia segura, mas a disputa com Jackson, Victor Ramos e Nathan, que volta em breve da seleção que disputa o Sul-Americano sub-20, será interessante. O técnico gosta de zagueiros com bom passe e condução de bola, privilegia a qualidade em todas as posições.
No quarteto ofensivo do 4-2-3-1 quase imutável de Oswaldo é possível imaginar, além da troca de lado dos ponteiros, um revezamento entre Valdívia e Rafael Marques que o treinador já utilizou com o novo reforço no Botafogo, para liberar Seedorf - assista abaixo à explicação do técnico ao blogueiro no Papo Tático em 2013.
O meia chileno também já trabalhou assim, com Alan Kardec no próprio Palmeiras comandado por Gilson Kleina. Sem a bola, o atacante volta para ajudar na recomposição e descansa o camisa dez, esperança do técnico para desequilibrar. "Valdívia é um craque, o que eu espero dele é a excelência técnica", exaltou Oswaldo em entrevista à TV Globo.
Na retomada, o meia recua para articular e o centroavante se projeta como referência. Rafael Marques também sabe atuar pelos lados, o que facilita a movimentação dos ponteiros por dentro. Ou abrir uma vaga no centro do ataque para Leandro Pereira, que se adaptou rapidamente ao novo clube e já mostra a presença de área dos tempos de Chapecoense.
Uma formação possível do novo Palmeiras, no 4-2-3-1 de Oswaldo: Volantes técnicos, força pelos lados, revezamento entre Valdívia e Rafael Marques
No papel, time fortíssimo. E o melhor: reservas que podem manter o nível bem próximo dos titulares. Aranha na reserva de Fernando Prass; Ayrton, João Pedro, João Paulo e Victor Luis para as laterais; volantes Renato, Amaral e Andrei Girotto como opções; Kelvin, Ryder, Leandro e Maikon Leite para acelerar pelos lados; Alan Patrick, Mendieta e Robinho se Valdívia faltar e Cristaldo correndo por fora na disputa no centro do ataque.
Estrelas, só Valdívia e Zé Roberto. Mas o elenco é rico e versátil. Pronto para dar liga e desenvolver jogo moderno, vistoso. Recuperar protagonismo. Para que não seja preciso que um dos líderes do novo time lembre o que está impresso na história do futebol brasileiro: o Palmeiras é grande.
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