– Eu falo que se eu soubesse que seria tão bom assim, acho que teria parado um pouco antes. Ídolo do América-MG e campeão pelo Palmeiras, Moisés se despediu dos gramados em 2024. Acostumado com grandes jogos e viver a elite do futebol brasileiro por tantos anos, seria normal ter saudade do futebol. Hoje, porém, a vida sem a mesma exigência física de um atleta de alto nível faz o ex-jogador questionar o porquê não tomou tal decisão antes. Aos 37 anos, e depois de passagens por países como Croácia e China, ele decidiu retornar ao Brasil com dois últimos sonhos antes de oficializar a aposentadoria: subir o América-MG para a Série A do Brasileirão e ter a oportunidade de enfrentar o Palmeiras uma última vez. Não estava nos planos do meio-campista a 8ª colocação do Coelho na Série B do ano passado, o que impossibilitou o acesso dos mineiros e abriu caminho definitivo para a aposentadoria. – Meu corpo já não estava aguentando tanto, já me sentia mentalmente desgastado com tudo que o futebol envolve. Foi o momento ideal para mim – revelou ao ge.
Moisés passou por um processo até a decisão de pendurar as chuteiras. Ele planejou seu retorno ao Brasil para defender a camisa que o revelou para o futebol. Foi do América-MG que saiu para ganhar projeção nacional e até internacional. Depois do Coelho, passou por Portuguesa e HNK Rijeka, da Croácia, antes de fechar com o Palmeiras para ser bicampeão brasileiro e um dos principais destaques do time de 2016. Do Verdão, seguiu para a última aventura no exterior, na China, onde defendeu Shandong Luneng (que virou Shandong Taishan) de 2019 e 2023. – (A aposentadoria) Foi uma decisão tomada de cabeça fria. Ao longo dos anos, eu me preparei. Por isso, acredito que estou vivendo um momento gostoso – contou.
Nos pensamentos que fortaleceram a decisão de encerrar a carreira, Moisés decidiu parar de jogar bola antes que o futebol parasse com ele. Fosse por meio de lesões, dores ou até da exigência psicológica exagerada para enfrentar a pressão de um atleta profissional no Brasil. – Brasil sempre foi assim, só que as gerações anteriores se adaptaram e conseguiam viver com essa pressão. A geração mais nova têm tido dificuldade para passar por isso. – (No exterior) É totalmente diferente do que a gente se vive no Brasil. A cobrança que existe aqui realmente extrapola aquilo que eu acredito ser o ideal para um cenário do esporte. E não vejo como algo que vamos mudar. Para Moisés, o debate sobre o tema, principalmente entre os mais jovens, fortalece a geração a enfrentar os desafios da carreira profissional no futuro. – As pessoas acham que todos os atletas recebem um salário astronômico, mas essa porcentagem é muito pequena. Uns 95% dos jogadores de futebol recebem abaixo de 5 mil reais; 90% recebe menos de um salário mínimo. – Às vezes confundem por ver as estrelas, os astros... e nisso vem a pressão maior, porque acha que o atleta é um robô. Por ganhar um salário X, é obrigado a aceitar a cobrança de uma forma extrema – comentou.
O carinho por América-MG e Palmeiras Cria do América-MG, Moisés tem o clube enraizado em sua família. O jogador começou na base do Coelho, depois passou para o profissional e viu o seu irmão Matheus Magalhães, quatro anos mais novo, fazer o mesmo caminho. Os dois chegaram a atuar juntos no profissional e isso aproximou o ex-jogador ainda mais do clube, por conta da relação familiar. – É muito especial para mim. Foi o clube que me abriu as portas, que acreditou em mim. Encerrar minha carreira no clube, não foi coincidência, era algo que eu tinha esse desejo no meu coração. – Joguei no estádio antigo do América, o antigo Independência. Depois inaugurei o novo e encerrei minha carreira nele mesmo, com a presença da minha família. Para mim, foi algo muito marcante e nunca vou esquecer. Além do imenso carinho pelo América-MG e a torcida pelo clube, Moisés revelou que existe outro time no seu coração e no da sua família: o Palmeiras, em que atuou entre 2016 e 2019. – Foi um clube que marcou muito a minha vida. Não consigo imaginar como seria minha carreira se não tivesse jogado no Palmeiras. Sou torcedor, declarado um palmeirense, minha família é palmeirense. O Palmeiras se tornou o clube que a gente torce junto com a América.
O ex-meia chegou ao clube em 2016 e fez parte de um resgate do clube na rotina de disputar títulos expressivos. – Vivemos momentos difíceis, mas a gente conseguiu fazer essa transição e conseguimos os títulos que deram a tranquilidade para o Palmeiras se reerguer. Fico feliz de ter participado desse momento de transição e ter contribuído de alguma forma. O futebol após a aposentadoria Recentemente, Moisés testou sua popularidade com a torcida do Palmeiras. Ele esteve no Allianz Parque na reta final do Brasileirão do ano passado e foi convidado a anunciar a escalação do time antes da partida contra o Botafogo. – Na entrada dos jogadores, cheguei a dar uma arrepiada. Passou um filme na cabeça dos grandes jogos e momentos. A atual calmaria na vida de ex-atleta deve ser momentânea. Enquanto curte a família e vê os filhos crescerem, ele projeta se aventurar em novas funções, ainda dentro do futebol. – Já tive algumas conversas no América... De repente assumir um cargo no clube futuramente, ou virar comentarista, gosto de falar sobre futebol – contou.
1086 visitas - Fonte: -
Mais notícias do Palmeiras
Notícias de contratações do PalmeirasNotícias mais lidas


Jogador de seleção no Verdão? Palmeiras tenta contratação de craque da seleção para 2026
Craque de rival no Verdão? Palmeiras encontra brecha em contrato de craque brasileiro e tenta contrata-lo para 2026
Craque no Verdão? Boca Junior aceita vender atacante para o Palmeiras mas pede alto valor
BARCA ALVIVERDE: Após ano turbulento, Palmeiras planeja mudanças profundas e define cinco saídas
Palmeiras vive pressão após temporada frustrante e avança por Jhon Arias
GOLAÇOOOOOOOOO! SOSA VIRA O PLACAR DE FALTA! 2 A 1 PRO VERDÃO!
Reforço de peso? Nino volta ao Brasil nas férias e vira alvo do Palmeiras
Reforço de peso? Após recuar por Vitão, Palmeiras mira Adryelson e prepara oferta pelo jogador