A torcida palmeirense pediu durante temporadas a presença de um centroavante de alto nível no elenco. Ele demorou a chegar, não engrenou rapidamente, mas parece que valeu a pena esperar. Vitor Roque saiu do banco de reservas para definir o duro clássico contra o São Paulo nos acréscimos. É o terceiro jogo consecutivo marcando gols importantes com a camisa alviverde. O São Paulo parecia já ter passado pelo pior. Foi pressionado durante boa parte do jogo. Fez um bom trabalho defensivo e chegou e desperdiçar as chances mais claras antes do tento de Vitor Roque. Fazia uma reta final de maior presença no campo oponente, mas foi duramente penalizado com o poder de decisão de Vitor Roque. Pode terminar a rodada a uma posição do Z4. Escalações Abel Ferreira enfim precisou poupar Facundo Torres, que começou no banco, assim como Emiliano Martinez e Vitor Roque. Allan, Aníbal Moreno e Flaco López ganharam chance.
Paulinho foi titular pela primeira vez desde que chegou ao clube. Giay trabalhou basicamente como um zagueiro. Luis Zubeldia optou pela manutenção de Ruan e Alan Franco como dupla de zaga. Arboleda ficou banco, assim como Oscar. Ferraresi foi o lateral-direito e Cédric Soares jogou na linha de meio-campo, pela direita. Matheus Alves foi o meia-central, Wendell o lateral-esquerdo e Marcos Antônio voltou a fazer dupla de volantes com Alisson.
O 1º tempo do Choque-Rei não foi tão bom. Sobrou intensidade, marcação e espírito de luta. Faltou clareza do que fazer com a bola e capacidade criativa nas duas equipes. Tudo de formas distintas, é verdade. Mas o cenário não deixou a partida atrativa. O Palmeiras passou mais tempo com a bola. Naturalmente teve a iniciativa de pressionar com e sem a posse. Finalizou mais. Sem precisão. Não é possível dizer, porém, que o Verdão fez realmente uma pressão efetiva no Tricolor. Viveu três episódios de maior contundência nos 50 minutos de 1ª etapa. A furada de Bruno Fuchs na pequena área, em escanteio cobrado por Estevão e desviado por Paulinho. A travada de Ruan em Richard Rios, após bela jogada do colombiano. E um chute perigoso de Estevão da entrada da área. Com exceção dessas jogadas, o Palmeiras até teve volume no campo de ataque, boas combinações e movimentos de Estevão e Allan entre o centro e o lado direito, mas muita afobação para terminar as jogadas.
Aliás, faltou critério como um todo aos palestrinos na circulação da bola. Em alguns momentos confundiram velocidade com pressa, precipitaram passes ao terço final do campo. Paulinho chegou a participar bem de duas jogadas aéreas no início da partida, mas acabou recebendo poucas bolas em fase ofensiva. Estevão foi o mais influente do ataque palmeirense. Mais acionado, e e em alguns momentos corrigindo jogadas que não chegavam tão redondas a seus pés. Esbarrou, porém, em uma marcação firme e organizada dos rivais. Alan Franco fez ótimas coberturas na zona mais criativa do ataque palestrino. Ruan bloqueou finalizações e passes promissores, não deu sossego a Flaco López. Ferraresi esteve impecável na proteção da área. Wendell vinha tendo mais dificuldades, mas saiu lesionado para a entrada de Enzo Diaz.
O São Paulo teve o mérito de igualar a competitividade dos donos da casa desde o minuto inicial. Os comandados de Zubeldia tentaram não marcar tão atrás em determinados momentos. Quando puderam, buscaram segurar a bola para arrefecer a pressão palmeirense. Por mais que isso nem sempre fosse possível, quebrou a volúpia do arquirrival em instantes preciosos. Ofensivamente, no entanto, o São Paulo esteve praticamente nulo. Ficou restrito a um chute de longe de André Silva e a uma cabeçada sem perigo de Ferreira.
Foi difícil ter a bola mais tempo no campo de ataque com as boas pressões pós-perda feitas pelo Palmeiras, além das pressões bem encaixadas na saída tricolor, que muitas vezes foi obrigado a fazer ligações diretas sem efeito. Cédric Soares, mesmo pouco acionado, somou boas ações ao receber no setor direito. As assistências para os arremates de André e Ferreirinha foram dele. Paulinho voltou a aparecer com destaque em dois lances antes dos 15 minutos do 2º tempo. Duas finalizações da entrada da área. Ambas após erros do São Paulo na hora de levar a bola até o ataque.
Ferreira esteve mais ativo após o intervalo, forçou um erro de Giay no meio-campo e quase abriu o placar na sequência, Tentou segurar algumas bolas pelo lado esquerdo, mas tirar o Tricolor do campo de defesa não era tarefa fácil. Abel, expulso ainda na metade inicial do 2º tempo, sacou Richard Rios, Allan e Paulinho antes dos 20 minutos. Colocou Lucas Evangelista, Felipe Anderson e Maurício. No São Paulo, Oscar e Lucas Ferreira substituíram Matheus Alves e Cédric Soares.
O volume ofensivo anfitrião só aumentava. O time marcava no campo de ataque, conseguia circular a bola com mais critérios. Felipe Anderson e Lucas Evangelista entraram bem. Participaram de boas ações ofensivas com poucos minutos em campo. O Tricolor, no entanto, não diminuía o nível de concentração, e parecia pronto para aproveitar qualquer vacilo palmeirense. Isso quase aconteceu aos 28 minutos. Oscar recebeu na área após erro bobo de Bruno Fuchs, e bateu em cima de Weverton. Boa chance perdida. Pablo Maia e Luciano entraram logo depois. Ferreirinha e Marcos Antônio saíram.
As últimas mexidas do Palmeiras foram as entradas de Vitor Roque e Raphael Veiga nos lugares de Estevão e Aníbal Moreno. A equipe ficou mais ofensiva, sem volantes de origem em campo. Ironicamente a pressão não foi a mesma nos minutos seguintes. Isso tem a ver com as entradas de jogadores de mais qualidade e retenção de bola no São Paulo, que passou a incomodar no ataque. Luciano dominou mal dentro da área uma boa trama construída pelo meio. Na sequência, Vitor Roque, que entrou pela esquerda do ataque, ganhou na marra de Ferraresi ao arrancar pelo setor, cruzou para Felipe Anderson e aproveitou o rebote da ótima finalização do meia-direita. Gol de centroavante! Ligado no rebote depois de "romper" a dura marcação rival. O Palmeiras segue líder do Brasileirão!