A Justiça determinou que o caso envolvendo a morte de Gabriela Anelli, jovem de 23 anos morta em uma confusão entre torcedores de Palmeiras e Flamengo, no dia 10 de julho de 2023, nos arredores do Allianz Parque, seja julgado por júri popular na próxima segunda-feira (19), no Fórum Criminal da Barra Funda, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. + Palmeiras x Flamengo: Justiça marca júri popular de caso que matou torcedora por garrafada A determinação partiu da juíza Marcela Raia de Sant'Anna, da 5ª Vara do Júri da capital paulista, ainda no início de 2024. Jonathan Messias Santos da Silva, integrante da torcida FlaManguça, é apontado como principal suspeito do crime. O homem, de 34 anos, foi detido duas semanas após o ocorrido e segue preso até o momento.

Em entrevista exclusiva ao Lance! , Dilcilene Prado Anelli (mãe) e Ettore Marchiano Neto (pai) comentaram sobre a relação de amor e devoção de Gabriela com o Palmeiras e pediram justiça no julgamento da próxima semana. - Eu agradeço pela oportunidade de pedir justiça. (…) Quem conheceu a Gabriela jamais vai esquecer quem ela era. É difícil falar dela. O júri está bem próximo, é nos dias 19 e 20 de maio. Meu pedido é de justiça, não só para mim, mas para todas as mães. Aprendi com o luto uma questão de amor incondicional. A gente, quando é mãe, ama. Mas, quando a gente perde… nós não temos noção do que é um amor de verdade. Não temos de volta esse amor - disse Dilcilene.

- A gente (família e amigos) vive dias terríveis. Parece que a hora não passa. A gente não vê a hora de acabar com tudo isso. A gente não consegue dar continuidade no nosso luto, porque o luto é um processo longo. Você não consegue ter um minuto de paz. É uma vida que foi tirada. Eu deixei ela no metrô do Campo Limpo e levei ela embora dentro de um caixão - explicou Ettore.
Na Rua Padre Antônio Tomás, próximo à divisão entre as torcidas mandante e visitante, Gabriela Anelli foi atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro no pescoço. Na sequência, a jovem foi encaminhada para a Santa Casa, na região central da capital.
Já sob cuidados médicos, Anelli sofreu duas paradas cardíacas e, posteriormente, faleceu dois dias depois devido a uma "hemorragia aguda externa traumática". De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o suspeito foi identifcado através de câmeras de segurança na região, que identificaram o rosto de Jonathan com auxílio de drones e do Instituto de Criminalística (IC) da cidade.
Em agosto de 2023, Jonathan Messias Santos da Silva, integrante de uma torcida organizada do clube carioca, passou a responder como réu após ser indiciado por homicídio doloso, que ocorre quando há intenção de matar. A defesa nega as acusações e chegou a pedir, em duas ocasiões, a revogação da prisão preventiva, mas ambos os pedidos foram rejeitados pela Justiça.
O amor de Gabriela Anelli pelo Palmeiras vem de berço. Nascida em uma família de alviverdes, ela começou a frequentar estádios ainda jovem, entre 2006 e 2007, quando o clube vivia fase conturbada, dentro e fora de campo.
Com o passar dos anos, a paixão se transformou em rotina, e Gabriela passou a acompanhar a maioria dos jogos que podia, além de cultivar a cultura de estádio, fosse nos arredores do antigo Palestra Itália ou do novo Allianz Parque.
O veredito do caso será anunciado entre os dias 19 e 20 de maio, em audiência no Fórum Criminal da Barra Funda, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Já a camisa alviverde, "uniforme" de Gabriela Anelli em vida, continuará presente onde quer que o Palmeiras jogue.