Desafios da Saúde Mental dos Treinadores no Futebol Brasileiro

22/5/2025 17:30

Desafios da Saúde Mental dos Treinadores no Futebol Brasileiro

Desafios da Saúde Mental dos Treinadores no Futebol Brasileiro

Há exatamente um mês, no dia 22 de abril, Matheus Bachi usou as redes sociais para comunicar que o técnico Tite, de quem é filho, estava anunciando "uma pausa na carreira por tempo indeterminado para cuidar de sua saúde mental e física". A decisão interrompeu a negociação para um possível retorno do profissional ao Corinthians e deixou claro: treinadores de futebol não são heróis nem robôs. "Entendi que existem momentos em que é preciso compreender que, como ser humano, posso ser vulnerável e admitir isso certamente irá me tornar mais forte", escreveu Tite, à época. Não é comum um treinador manifestar, de forma pública, preocupação com a saúde mental. A forma como o futebol brasileiro lida com o assunto -- ou deixa de lidar -- ainda é controversa. Um artigo da CBF Academy, responsável por emitir licenças para técnicos atuarem no Brasil, dá uma dica a quem quer começar na profissão. "Aprender a conviver com a pressão: pressão externa por resultados, interna por escalar certos jogadores, pressão dos jogadores que desejam uma vaga no time, enfim, pressão de todos os lados", diz um trecho.

A pressão, no entanto, nem sempre é saudável. Dorival Júnior, ex-técnico da seleção brasileira e responsável por assumir o comando do Corinthians após a recusa de Tite, pediu atenção à saúde mental dos comandantes. "O nível de cobranças e preocupações de um profissional do futebol é muito alto. As pessoas às vezes não têm ideia do que isso provoca", disse, em entrevista coletiva, quando foi apresentado no clube paulista. "É uma atenção que deveríamos dar de maneira diferente, para preparar um pouco mais nossos atletas e profissionais, porque a carga é muito pesada", seguiu.

Como os treinadores lidam com a própria saúde mental? "É importante entendermos que ter saúde mental não significa só a ausência de uma doença", explicou Juliane Fechio, psicóloga do Santos por quase uma década, à reportagem.

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"Quando falamos de uma pessoa que tem um transtorno mental, transtorno de ansiedade, depressão, ali sabidamente não existe saúde mental. Mas muitas pessoas, muitos treinadores, acham que estão bem, que têm saúde mental, quando na verdade não têm, porque as pessoas associam isso com a questão do adoecimento", seguiu. "Ter saúde mental significa que você tem bem-estar físico, bem-estar social e bem-estar psicológico, que você consegue gerenciar suas emoções positivas e negativas de uma forma equilibrada e saudável, até porque as emoções negativas fazem parte do nosso dia a dia. É conseguir ter conexões sociais saudáveis e equilibradas, passar pelas adversidades de uma forma que consiga viver bem com aquilo. Nossa saúde mental é sustentada por alguns pilares, como sono de qualidade, alimentação equilibrada, atividade física regular e manejo do estresse", completou.

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Durante as últimas semanas, a ESPN enviou um formulário para ser preenchido de forma anônima pelos 20 técnicos da Série A do Brasileirão. Foram feitas três perguntas objetivas sobre saúde mental. A reportagem conseguiu nove respostas; 11 treinadores não se manifestaram.

Os treinadores de futebol vivem uma situação parecida com os atletas: é preciso performar como se fosse um robô. Não pode chorar, não pode sentir, não pode reclamar. "Existe uma cobrança da população de uma forma geral de olhar para atleta e treinador como se fossem heróis, que aguentam tudo, que podem suportar tudo", disse Juliane Fechio.

A CBF Academy, que surgiu em 2016, é uma unidade educacional da CBF. Um dos objetivos é preparar e dar licenças a técnicos no Brasil. Serve como um curso de formação e qualificação para profissionais que atuam ou desejam atuar no futebol. A Licença A, que habilita treinadores a comandarem times profissionais, tem "Psicologia do Futebol" como uma das matérias na grade curricular. A importância de introduzir a disciplina foi percebida ao longo do tempo "No início do processo estava muito na moda algo que os psicólogos não gostam muito, que é [..]







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