Ainda na noite de quarta-feira, o Palmeiras enviou novo ofício à FPF. O documento, ao qual o ge teve acesso, considera o plano de ação apresentado e pede a revogação da Portaria, para que a entidade volte a permitir a realização de jogos na arena. A decisão só afeta competições organizadas pela Federação. Ainda assim, a CBF confirmou a manutenção de Palmeiras x Cruzeiro nesta quinta-feira, pelo Brasileirão Feminino, de portões fechados, em diretriz assinada pelo diretor de competições Julio Avellar.

A Federação, em ofício enviado ao clube, afirma ser preciso apresentar: objetivo da obra, área do estádio impactada, área interditada e tempo de reforma. Cita o recebimento do Laudo de Engenharia renovado, mas que menciona não contemplar "outros aspectos do uso e operação em dia de jogo, bem como adequações provisórias". A previsão é de que a administração envie documentos complementares nesta quinta-feira pela manhã.

As obras em andamento são uma continuação da reforma iniciada em setembro do ano passado, quando a Arena Barueri instalou novo gramado, iluminação, vestiários, cabines, cadeiras, entre outras modificações, como parte do acordo de modernização pactuado no contrato de concessão assumido por uma das empresas de Leila Pereira. Agora, estão em andamento: a modernização das lanchonetes, a instalação de iluminação em áreas internas, a pintura do piso, que está desgastado, e também a reforma dos banheiros do terceiro andar do prédio azul, que são os últimos ainda em obra. O investimento agora ultrapassa os R$ 70 milhões.

Acontece que a liberação de público vinha atrasando o cronograma de entrega, perdendo cerca de três a quatro dias de trabalho a cada partida. Foram solicitados, por isso, 20 dias para execução das obras mais urgentes, que são o caso principalmente das lanchonetes e da pintura do piso. No caso das lanchonetes, era preciso parar até dois dias antes de cada jogo, guardar os materiais, receber a limpeza, o jogo, retirar o tampão no dia seguinte e só assim retomar a obra. No piso, em que o plano é utilizar tinta epóxi, conhecida pela resistência e durabilidade, é preciso alguns dias para secagem antes de ser liberada. Questões referentes à instalação de luminárias, a pintura de outras áreas, e passagem de cabos de internet, por exemplo, conseguem ser feitas durante os jogos.

A Federação recebeu do Palmeiras, no dia 16 de maio, um ofício informando que o estádio iria passar por obras e não poderia receber público até fim de junho. Com isso, se baseia no Artigo 8º, inciso 4º, do Regulamento Geral de Competições, que não permite jogos sem público em seus torneios, e emitiu a portaria com a interdição. Por conta dessas mesmas obras, o Palmeiras chegou a mandar a partida contra a Ferroviária no Paulista Feminino, dia 14 de maio, sem público no estádio. E informou o motivo em nota no site do clube. A FPF, por sua vez, diz que não houve liberação e que o clube fica sujeito a sanção. Até o momento não há tramitação de punição ao Alviverde neste caso. Internamente, Leila Pereira entende se tratar de abuso de poder e retaliação ao clube pelo não apoio à candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos na eleição da CBF. Ela declarou apoio a Samir Xaud, que será candidato único e inviabilizou o concorrente. Reinaldo Carneiro não se pronunciou sobre esse entendimento. A FPF não vê motivação política.