Estádio do Palmeiras receberá somente torcedores alviverdes neste domingo (Foto: Marcos Ribolli)
Palmeiras e Corinthians se enfrentam neste domingo, às 17h (horário de Brasília), pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Além de ser o primeiro duelo entre os rivais no novo estádio do Verdão, o duelo vai marcar por um fato inédito da história do futebol paulista. De acordo com recomendação do Ministério Público de São Paulo, o Dérbi terá apenas a presença de torcedores palmeirenses no estádio.
O fato de ter um estádio lotado só com alviverdes não animou os atletas do Verdão. Muito pelo contrário. Nos vestiários da arena, Fernando Prass lamentou que a violência tenha interferido diretamente na organização do clássico de domingo.
– É uma medida extrema para evitar o pior. Mas é difícil para quem luta pelo futebol não ter duas torcidas, um Palmeiras x Corinthians, um clássico maravilhoso. Não podemos ligar isso só ao futebol, não é só o futebol que está violento. Vemos coisas absurdas acontecendo. Tenho casa há 25 anos na Guarda do Embaú e um policial deu dois tiros nas costas de um menino. O que vemos no noticiário todo dia é violência em cima de violência. Isso reflete muito no futebol. Infelizmente, não estamos dando conta disso – afirmou Prass.
– São vários fatores, incluindo escândalos que tiram verba de setores que deveriam ser muito bem cuidados. É o que falam: o Brasil é o país do faz de conta, finge que pune. Estamos vendo muitas coisas acontecendo e não muda a situação do país. Isso reflete em uma data triste: o primeiro clássico em São Paulo sem torcida visitante – completou.
O técnico Oswaldo de Oliveira também comentou o assunto. Para o comandante do Verdão, tal decisão tira o brilho do espetáculo de uma partida tão importante. Ainda assim, o comandante ressaltou que algo precisava ser feito para combater a violência no futebol.
– Minha opinião é uma só, sendo cidadão, treinador, profissional do futebol. Não vejo como falência, mas uma medida extrema para tentar equilibrar uma situação que vem se agravando. É claro que alguma coisa precisa ser feita, mas acho que tira muito da beleza do futebol você ter torcedores de um só time.
É muito claro que a iminência da violência está aí, não podemos deixar de reconhecer, e de alguma forma precisa ser proibida. Acho que a gente está amputando o espetáculo dessa forma.
Tomara que seja uma medida agressiva, mas que depois alguma coisa seja feita para restabelecer aquilo que a gente acha mais bonito, que é a bilateralidade, duas torcidas participando do espetáculo em paz, com tranquilidade e respeitando o direito do adversário – citou.
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