O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e os advogados da família de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras que morreu após ser atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro, estão buscando o aumento da pena do flamenguista Jonathan Messias Santos da Silva. Ele foi condenado a 14 anos de prisão por homicídio doloso. O recurso foi protocolado no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) pelo MP-SP e pelos assistentes da acusação, Pedro Gurek e Yohann Sade, que defendem os interesses dos familiares da palmeirense.
Já a defesa do torcedor do Flamengo tenta reduzir o período de reclusão. O pedido da acusação usa quatro argumentos para ampliar a condenação: culpabilidade exacerbada; circunstâncias do crime; consequências devastadoras e atenuante indevida. A intenção é de que o TJ-SP use uma pena-base condizente com o delito e que afaste a atenuante de confissão - o aumento da pena, se aceito, será definido pela Justiça.

"A sociedade não pode tolerar a banalização da violência que transforma estádios em arenas de medo. A pena precisa refletir a extrema gravidade deste ato e sua repercussão nacional. Não buscamos vingança, mas justa retribuição e prevenção; penas mínimas ferem o princípio da individualização e colocam em risco o pacto social que protege a vida - avaliaram os advogados Gurek e Sade.
Já a defesa de Jonathan sustenta que não há provas concretas — como filmagens ou testemunhas — que o acusem diretamente de ser o autor do crime. A tentativa deve ser de anulação do júri popular. O torcedor, no entanto, declarou de forma emotiva que atirou uma garrafa na direção onde Gabriela Anelli estava, mas disse não saber se foi a mesma que a atingiu.

Na noite de domingo (25), após a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, torcedores do Palmeiras prestaram uma homenagem a Gabriela Anelli. O ato aconteceu por volta das 19h, na Rua Caraíbas, nas proximidades do Allianz Parque.
Atualmente, o casal vive em Curitiba, no Paraná, e segue apoiando o Palmeiras à distância.

Na Rua Padre Antônio Tomás, próximo à divisão entre as torcidas mandante e visitante, Gabriela Anelli foi atingida por estilhaços de uma garrafa de vidro no pescoço. Na sequência, a jovem foi encaminhada para a Santa Casa, na região central da capital.
Já sob cuidados médicos, Anelli sofreu duas paradas cardíacas e, posteriormente, faleceu dois dias depois devido a uma "hemorragia aguda externa traumática". De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o suspeito foi identificado através de câmeras de segurança na região, que identificaram o rosto de Jonathan com auxílio de drones e do Instituto de Criminalística (IC) da cidade.