"O Porto tem algo que eu, particularmente, gosto, que é o espírito competitivo... Mas acho que, de forma geral, os três grandes de Portugal são assim, não é apenas o Porto que faz isso no futebol português", seguiu. "A única história que eu posso dizer que está mais ligada ao Porto é que, na minha lua de mel, eu levei alguns livros, e um deles era o do (José) Mourinho... A minha esposa perguntou o que eu ia fazer, eu disse que ia ler, e ela falou que eu não ia ter tempo para fazer isso (risos)", divertiu-se. "Depois, em um dos meus presentes de Natal, ela me deu o biografia do (ex-técnico e atual presidente do Porto) André Villas-Boas. No mais, eu não tenho nenhuma ligação com o Porto, a não ser uma grande rivalidade", reconheceu. "É um clube gigante do norte, e eu sou português e do norte, mas toda gente sabe que minha formação e meus primeiros títulos vieram no sul e no centro de Portugal, principalmente no Sporting. A partir do momento que você segue a carreira profissional, tudo isso passa", finalizou.

Em sua carreira profissional, que durou de 1997 a 2011, Abel Ferreira enfrentou o Porto como jogador por três clubes: Vitória de Guimarães, Braga e Sporting. Ao todo, foram 20 partidas, com sete vitórias das equipes do ex-lateral-direito, quatro empates e nove triunfos dos "Dragões". As vitórias do hoje comandante do Palmeiras, inclusive, foram "estrondosas", já que ele conseguiu ganhar vários duelos emblemáticos contra os "Dragões". Em 2005, por exemplo, Abel foi titular no 3 a 1 do Braga em cima do Porto em pleno estádio do Dragão, em um resultado que chocou Portugal.

Depois, em 2008, Ferreira estava no 11 inicial do Sporting que derrotou o Porto de forma emocionante por 2 a 0, na final da Taça de Portugal, com dois gols do brasileiro Rodrigo Tiuí na prorrogação. Meses depois, Abel voltou a celebrar um título em cima dos "Dragões" na Supercopa de Portugal: 2 a 0, no jogo que ficou famoso por ter sido a estreia de um jovem atacante chamado Hulk pela equipe azul e branca. Outro brasileiro que o hoje treinador do Palmeiras enfrentou bastante como atleta foi o ex-zagueiro Pepe. Em entrevista ao site da Fifa, o agora ex-jogador sorriu ao lembrar da pouca técnica de Ferreira em campo, mas enalteceu a raça e o comprometimento demonstrados pelo antigo lateral. "(Abel Ferreira era) Um lateral-direito que… Não tinha muita técnica (risos). Era um jogador de muito trabalho, de ocupar bem o espaço, lia muito bem o jogo e, por isso, suas equipes têm um pouco dessa sua identidade também, do que eu acho que ele foi como jogador", descreveu.