Os duelos entre times brasileiros e europeus sempre farão parte do nosso imaginário. A distância econômica e técnica vai ser pauta constante. Mas se o encontro for entre um time de prateleira secundária no Velho Continente e o mais competitivo dos times brasileiros, tem jogo. Foi esse o recado que ficou do empate entre Palmeiras e Porto em New Jersey. Teve tanto jogo, que quem merecia vencer era o time de Abel Ferreira.
Competitivo, intenso e vertical, o Palmeiras viu o jogo no MetLife ter dois instantes distintos. Nos primeiros 65 minutos, ou dois terços de partida, muita disputa e alternância entre as equipes, com o time brasileiro levando mais perigo e encontrando bons espaços em profundidade nas costas da linha defensiva portista. Por ali, as movimentações de Estêvão, Maurício e Vitor Roque incomodavam. O Porto tinha um lado forte e um jogador extremamente influente em campo. Rodrigo Mora deu muito trabalho, especialmente para Giay e Felipe Anderson.
Era por ali que o time português chegava e também teve boas chances para marcar, em combinações com Francisco Moura e Samu. Mas no último terço do jogo, dois fatores também foram visivelmente notados em campo. As opções que Abel tirou do banco para tentar a vitória e o fator físico. Em meio de temporada, o Verdão teve mais pernas para sufocar e foi nesse trecho que a partida teve, de fato, uma equipe dominando a outra. Com Flaco, com Murilo e com Allan, o Palmeiras esteve muito perto de vencer a equipe europeia. As chances não foram aproveitadas e Cláudio Ramos operou milagres.
Ao Porto faltou energia para manter o ritmo do início e o empate não ficou ruim para o time de Martin Anselmi. Gustavo Gómez e Richard Rios tiveram grande atuação. O zagueiro paraguaio travou duelos dificílimos com Samu e conseguiu levar a melhor em muitos momentos contra o forte centroavante espanhol. Vitor Roque, apesar de boas leituras de espaço, tomou decisões técnicas equivocadas. A vitória não veio e o grupo está embolado.
Os dois próximos jogos terão o Palmeiras como favorito. Mas é consenso que o palmeirense se sentiu representado e orgulhoso do que viu em campo no primeiro duelo Brasil x Europa desse Mundial. As digitais do time de Abel Ferreira foram vistas em New Jersey. O que faltou foi a famosa eficácia, já citada pelo treinador português em tantos momentos. Se o objetivo inicial é passar de fase e brigar pela primeira colocação, o Verdão deu mostras que está pronto para brigar por isso.
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