Aos 29 min do 1º tempo - gol anulado por impedimento de Wessam Abou Ali, do Al-Ahly, contra o Inter Miami A lesão na clavícula de Emam Ashour na estreia do Al Ahly na Copa do Mundo de Clubes fez com que a responsabilidade de fazer gols pelo time egípcio no duelo contra o Palmeiras, nesta quinta-feira, às 13h (de Brasília), recaísse sobre Wessam Abou Ali. E isso pode ser a consagração para o jogador de 26 anos, que sofreu grandes sustos em sua carreira e teve que tomar uma decisão importante no ano passado.
Nascido na Dinamarca e filho de pai palestino, Abou Ali despontou para o futebol no seu país natal. Apesar do pai querer que ele se tornasse um lutador de artes marciais, a mãe o incentivou e o inscreveu para treinar no B52, clube dinamarquês de Aalborg. O seu início foi como goleiro, mas os treinadores enxergaram que atuar na linha era o grande dom do garoto. Após passar pelo meio de campo e como atacante de beirada, ele se encaixou de centroavante e despontou de vez aos 17 anos. No Aalborg BK se tornou um dos destaques e teve convocações para as seleções da base da Dinamarca.

Em 2019, foi emprestado ao Vendsyssel, também do país, e viveu o maior drama de sua carreira. Dois anos após a sua contratação, Abou Ali desmaiou em campo devido a um mal súbito pela elevação da frequência cardíaca. Após exames, ficou afastado do futebol durante nove meses e pensou em se aposentar. Após o período de angústia, porém, foi liberado pelos médicos e sofreu um novo golpe: quebrou duas costelas e perfurou o pulmão. Parecia o fim definitivo, mas em 2023 voltou e, surpreendentemente, melhor do que quando parou.
Abou Ali fez a melhor temporada de sua carreira até ali com 14 gols em 32 jogos. Os números chamaram a atenção do Sirius, da Suécia, que o contratou, e os gols continuaram: dez em 16 jogos. Foi então que o Al Ahly apareceu, assim como a seleção da Palestina. E a decisão não foi difícil ser tomada para ambas. Abou Ali aceitou a proposta do time egípcio e realizou o sonho do pai ao aceitar a Palestina. Com os 19 gols em 26 partidas na temporada de estreia no Al Ahly, a condição de titular na Palestina foi inevitável.