– Fiquei estarrecida. Estavam todos os atletas concentrados, profissionais que trabalham no clube, porque antes dos jogos alguns dormem no CT. Isso não são torcedores, são bandidos – disse a presidente. – Para combatermos esse tipo de vandalismo, esse tipo de bandidagem, é com punições severas e tirar essas pessoas do convívio da sociedade. Só assim vamos poder dizer que o futebol é um ambiente familiar, não com esse bando de marginal solto por aí. O clube optou pela petição com pedido de instauração de inquérito para reunir documentações mais detalhadas e assim agilizar o processo de investigação policial. É o que explica o advogado criminal do Palmeiras, Euro Maciel Filho.

Palmeiras denuncia ataque com bombas e rojões à Academia de Futebol neste domingo. O Palmeiras pede investigação sobre os crimes de dano contra o patrimônio, periclitação da vida, porque havia um segurança na guarita do centro de treinamento no momento do ataque, e analisa ainda um crime de incêndio. – Pelo fato de termos um segurança na guarita, que assustado saiu correndo e por pouco não foi atingido pelos fogos. E houve um princípio de incêndio em um dos toldos do local – explica Euro Filho. Flaco López diz que acordou com o barulho de bombas no CT do Palmeiras: "Falta de respeito".

Agora, cabe à autoridade policial analisar a documentação e determinar ou não a instauração de inquérito policial, que é o procedimento formal de investigação de um crime. Caso se confirme a abertura, a Polícia passará às investigações, com provável recolhimento de provas e oitivas de testemunhas. As câmeras de segurança do local registraram as imagens do momento em que pelo menos cinco pessoas aparecem, vestindo capuzes ou capacetes, e arremessam artefatos explosivos na direção do portão de entrada da Academia de Futebol.

O advogado acrescenta ainda a presença de um sexto agente, que filmou a ação dos cinco que efetivamente atiram os fogos e rojões. – O problema é que todos estavam encapuzados ou até com capacete de moto, então a identificação é difícil, mas a polícia tem os seus meios para investigar, o veículo no qual estavam, a placa do veículo, então acreditamos que a partir de um trabalho investigativo, que a polícia vá desenvolver daqui para frente, será possível identificar esses agentes e puni-los de acordo com a lei – encerra.

Perguntado sobre o assunto antes da partida contra o Ceará, na quarta-feira, o técnico Abel Ferreira respondeu com poucas palavras. – Lamento, é tudo que tenho a dizer – afirmou. Na ocasião, o centroavante Flaco López disse ainda que foi acordado pelo barulho das bombas, uma vez que o time estava em regime de concentração no momento do ocorrido, e classificou a ação como uma falta de respeito. O clube vem sendo alvo de protestos desde terça-feira, que se intensificaram na quarta-feira com a eliminação para o Corinthians na Copa do Brasil, chegando ao ataque da madrugada de domingo às vésperas da partida contra o Ceará.