De contratação milionária, com direito a tentativa de participação da torcida na arrecadação, a uma saída pelas portas do fundos.
Assim se resume a trajetória de Wesley no Palmeiras, do início de 2012 a fevereiro de 2015. Depois de três anos no clube, o volante se despede do Verdão nesta sexta-feira com 103 partidas, 12 gols, os títulos da Copa do Brasil de 2012 e do Campeonato Brasileiro da Série B de 2013, sem deixar saudade nos dirigentes e torcedores alviverdes.
Seu destino é o rival São Paulo, clube com o qual assinará contrato de quatro anos e é esperado na próxima semana. Agora esquecido no Verdão, ele viveu realidade totalmente diferente no início da sua trajetória.
Para reforçar o plantel comandado por Luiz Felipe Scolari, o presidente Arnaldo Tirone e o vice Roberto Frizzo foram ao mercado e acharam na Alemanha uma opção para agradar ao exigente treinador e resgatar a confiança dos torcedores.
Depois de se destacar com a camisa do Santos na conquista do Paulista e da Copa do Brasil de 2010, Wesley foi vendido para o Werder Bremen. Mas, quase dois anos depois, viu com interesse a possibilidade de retornar ao Brasil.
Com problemas no caixa, o Verdão tentou uma manobra inédita e lançou o site www.wesleynoverdao.com.br para atrair investimentos dos torcedores. No sistema crowdfunding, o clube "vendeu" cotas de R$ 100 e tinha como objetivo arrecadar os R$ 21.377.300,00 necessários para bancar os custos da transferência (R$ 13 milhões ao clube alemão e cerca de R$ 8 milhões em custos bancários, participação do Santos como clube formador e comissão ao site organizador do projeto).

Wesley teve um ano complicado em 2014, de confusão nos bastidores (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
Insatisfeitos com o baixo rendimento do time e de Wesley, dirigentes pediram a Dorival Júnior que afastasse o volante. O treinador não apenas o manteve no elenco como continuou o escalando entre os titulares.
Coincidência ou não, a comissão técnica foi demitida um dia após o término do campeonato e decidiu não iniciar a temporada com o jogador no grupo.
Em março do ano passado, o GloboEsporte.com revelou o início de namoro entre Wesley e São Paulo. Tal fato sempre foi negado constantemente pela diretoria tricolor e pelos empresários do atleta.
O objetivo era não aumentar a rivalidade entre Paulo Nobre e Carlos Miguel Aidar, acirrada depois da transferência de Alan Kardec, amigo do volante, para o rival.
Nesta sexta-feira, o atleta fica livre para, finalmente, assinar com o Tricolor. No Verdão, resta uma dívida de R$ 21 milhões, cobrada por Antenor Angeloni, presidente do Criciúma, por ter sido o avalista da negociação entre Palmeiras e Werder Bremen, e nenhuma saudade.
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