(Torcida do Timão na Arena Corinthians no Paulistão)
É a primeira vez na história que Corinthians e Palmeiras disputam o pouco atraente Campeonato Paulista em suas modernas arenas. Menos atraente ainda é a primeira fase, na qual os grandes pouco risco correm e, por consequência, o interesse dos torcedores diminui. Menos público, menos renda. Certo? Para os clubes em questão, errado! Os novos estádios, e seus preços de ingressos elevados, já proporcionam um fenômeno neste início de ano.
Apenas três jogos do Timão na Arena Corinthians pelo Estadual já foram suficientes para superar toda a arrecadação do clube no Paulistão de 2014, quando atuou no Pacaembu - e olha que a política de preços do Alvinegro já sofria contestações. A arrecadação como mandante em sete jogos no Municipal, e um no Décio Vitta, foi de R$ 3.680.170,40 no ano passado. Em 2015, contra Marília, Botafogo e Mogi Mirim, R$ 3.768.500 já foram arrecadados. A média de público é de 27.443.
O Palmeiras, mesmo com média inferior (25.806), atingiu em apenas quatro partidas como mandante no Allianz Parque a quantia de R$ 8.125.604. Como foi em 2014, no Pacaembu? A arrecadação chegou a R$ 5.647.095, em dez jogos - o Verdão caiu na semifinal, contra o Ituano, quando registrou os maiores públicos e rendas na edição do torneio (29.166 e R$ 1.363.977).
O último Paulistão do Palmeiras no velho Palestra Itália foi em 2010. Cinco anos se passaram, a economia, o futebol e o time mudaram. Mas a comparação entre o velho e o novo é ainda mais "assustadora". Os nove jogos no Palestra, com outro na Arena Barueri, resultaram em R$ 2.150.949 de arrecadação na época. Só a partida do último sábado, contra o Capivariano (cerca de R$ 2,5 milhões), já superou o Paulistão-2010 inteiro do Alviverde. Na ocasião, a renda recorde foi numa derrota para a Ponte Preta: R$ 481.275, com 17.247 pagantes.
Cresce a arrecadação, crescem também as despesas, é verdade. Cerca de R$ 1,6 milhão já foi "mordido" do Timão em seus três jogos na arena, média de R$ 561 mil por partida. O Verdão descontou de suas rendas cerca de R$ 2,9 milhões, média de R$ 734 mil por jogo. Ainda assim, só neste início, a renda líquida já quase iguala a bruta de 2014, por exemplo.
E como vai o Paulistão para São Paulo e Santos nos jogos com mandante (Pacaembu, Morumbi e Vila Belmiro)? A arrecadação total do Tricolor (média de público de 10.595) até aqui é de R$ 1.051.065 (três partidas), contra R$ 1.153.690 do Peixe (média de 9.275, em quatro partidas). Na última rodada, com as despesas, houve saldo negativo de quase R$ 20 mil no Municipal para o Alvinegro.

(Torcida do Verdão faz festa no Allianz Parque)
"Não consigo me acostumar com essas modernas arenas", é queixa que já ouvi de saudosistas torcedores corintianos e palmeirenses. Legítimo sentimento. Mas negar que os novos estádios já possuem potencial para serem minas de ouro é cegueira. O Palmeiras ainda leva a vantagem de não ter de pagar à WTorre - fica com toda renda líquida de jogos e pequenas porcentagens de lucros de camarotes, shows e outras coisas. O Corinthians fez grandes dívidas e não tem ainda uma conta redonda para quitar o estádio que abriu a Copa do Mundo de 2014.
O preço alto dos ingressos, principalmente por parte do Verdão, é um ponto que pode fazer a euforia atual passar caso não haja adequações. O "ticket médio" no Allianz Parque é de quase R$ 80 no Paulistão - há bilhetes que saem por R$ 200 cada. É caro e vai ser difícil manter uma média de público alta desta forma, apesar do enorme sucesso do programa de sócio-torcedor. O preço médio da Arena Corinthians no Estadual é mais "realista": cerca de R$ 45.
De "chato", o Paulistão não tem nada. Ao menos para os cofres de Corinthians e Palmeiras em poucas rodadas de 2015...
6864 visitas - Fonte: LanceNet!