Dudu e Rafael Marques foram decisivos em vitória do Palmeiras Foto: Luis Moura / Gazeta Press
Contratado pelo Palmeiras depois de ter negociado com São Paulo e Corinthians -, Dudu havia dito em sua apresentação que, "se fosse para deixar os torcedores felizes", comemoraria gols contra os dois rivais como se estivesse tirando um chapéu. Assim como diante do time alvinegro, o meia não pôde cumprir a promessa porque também não balançou a rede da equipe tricolor na noite desta quarta-feira. Nem por isso, entretanto, foi menos decisivo e provocador na vitória por 3 a 0.
Ao chegar ao Palestra Itália – a menos de uma hora da partida, como o restante da delegação, cujo ônibus ficou preso no trânsito –, ele foi um dos poucos a passar pela imprensa. Deu um beijo nos dois filhos e mostrou pressa para pisar no gramado. "É bom (não ter chegado cedo), porque assim a gente fica menos tempo no vestiário", disse, sorrindo.
O atraso resultou em demora considerável para o início da partida. Com dois minutos de bola rolando, o Palmeiras abriu o placar. A imagem que ficará na história para registrar o gol de placa é o chute de Robinho de fora da área encobrindo Rogério Ceni. O lance, porém, teve origem em pressão de Dudu sobre o goleiro, que bateu muito mal na bola e a entregou para Robinho.
Cinco minutos mais tarde, ao receber bola de costas para a defesa e perceber a chegada de Rafael Toloi, tentou se desvencilhar usando o braço e acertando o cotovelo na barriga do marcador. Sem a bola, o zagueiro lhe deu um pontapé e foi expulso, enquanto o palmeirense nem advertido foi, apesar das reclamações, em especial do goleiro reserva Renan Ribeiro.
Os dois episódios já bastariam para torná-lo destaque. Mas Dudu fez mais. Aos 22 minutos, avançou pela esquerda, encarou a defesa e fez o passe lateral. Robinho furou a conclusão na meia-lua da área, e a bola caiu nos pés de Rafael Marques, que ainda a ajeitou antes de estufar a rede. Também foi do atacante o terceiro gol do Palmeiras, aos seis minutos da segunda etapa, este após cruzamento de Zé Roberto.
Antes do intervalo, o meia teve tempo e disposição para desarmar o ex-palmeirense Alan Kardec (cuja transferência para o São Paulo desencadeou a cisão na relação entre as diretorias dos dois clubes) próximo à linha de fundo defensiva. Por ali, no começo do segundo tempo, ganhou também uma joelhada de Edson Silva depois de se agarrar em suas costas, como se estivesse brincando de cavalinho ou aplicando uma mochila (golpe de MMA) sobre o zagueiro.
O fôlego do jogador de 23 anos e cerca de R$ 18 milhões diminuiu. Da torcida, não. A maioria dos 25.804 pagantes (público composto por pouquíssimos são-paulinos, até por conta do ingresso a R$ 200) aproveitou o restante do segundo tempo para tirar sarro de Rogério Ceni, Alan Kardec e companhia – muito às custas do que Dudu havia feito até então –, comemorar mais uma expulsão, de Michel Bastos, e tirar o chapéu quando o meia foi substituído.
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