Virada verde na manhã paulistana

É a velha discussão de sempre: bola parada, gol de cabeça, mérito do ataque ou falha da defesa?



É a velha discussão de sempre: o jogador é tocado dentro da área, mas dramatiza. É pênalti?



Nem bem o jogo começou na arena palmeirense mais uma vez tomada e as polêmicas tão antigas como o futebol voltaram à baila.



Zé Roberto bateu escanteio pela esquerda e Jackson subiu para fazer mais um gol de zagueiro e de cabeça para o Palmeiras, novo gol deste jeito sofrido pelo Flamengo.



Mérito ou defeito?



O alviverde tem uma resposta e o rubro-negro tem a inversa.



Antes do gol, assinalado aos 5 minutos, Pará foi derrubado na área verde, mas se atirou e o assoprador de apito não apitou.



Como não apitou, depois do gol, numa dividida entre Fernando Prass e Guerrero, na qual o peruano dobrou o joelho e desistiu de jogar.



Ora, se o assoprador de apito não marcou o pênalti cometido pelo goleiro do São Paulo no atacante do Goiás ontem, hoje é que não marcaria no lance de Prass.



Mas duro foi ver um terceiro assoprador marcar contra o Atlético Paranaense, braço colocado no corpo, cotovelo na grama…



Enfim…



O jogo entre Palmeiras e Flamengo teve um primeiro tempo tão movimentado e equilibrado na ensolarada, seca e quente manhã paulistana que dificilmente a segunda etapa manteria o ritmo.



O Flamengo manteve 70% de posse de bola, não correu riscos contra um Palmeiras acomodado, mas só exigiu uma grande defesa de Prass, em cabeçada de Guerrero.



Fosse gol, os palmeirenses diriam que houve falha de sua defesa e os flamenguistas falariam das virtudes de Guerrero. Como o goleiro defendeu, fica por conta das qualidades da defesa paulista…



O Flamengo voltou com tudo no segundo tempo ao criar três chances até empatar aos 5 com Ederson, que entrara no intervalo no lugar de Jonas.



O Flamengo tinha Ederson, Éverton e Emerson na frente e o Palmeiras trocara de Lucas na lateral-direita, com a entrada de Lucas Taylor, vítima de uma caneta de Sheik antes do gol carioca, cuja bola ainda desviou em Victor Hugo.



O resultado era justo passou a ser injusto quando, aos 8, depois de novas pontadas rubro-negras, Emerson Sheik carimbou o travessão paulista.



Aos 11, lembra da bola parada e da cabeçada?



Alan Patrick bateu escanteio pela esquerda e o afortunado Ederson cabeceou para virar o clássico.



Robinho saiu, Cleiton Xavier entrou e em seu primeiro lance, aos 13, tocou de cabeça no peito de Samir que fez contra e empatou de novo, 2 a 2, num castigo que o Flamengo não merecia.



A torcida palmeirense enlouqueceu a arena com o gol achado e o segundo tempo que era para mostrar dois times desgastados ficou eletrizante, bom de ver.



A massa pedia Cristaldo, quase certeza de gol em segundos tempos.



Mas não foi preciso.



Zé Roberto viu Alecsandro como pivô e o ex-rubro-negro deu com açúcar para Dudu entrar na área batendo para virar outra vez, agora para o Alviverde: 3 a 2.



O mesmo Alecsandro, aos 25, ao receber de Clayton Xavier, fez o giro sobre a frágil defesa e ampliou para 4 a 2, com o que o Palmeiras entrava no G4 e desalojava o rival São Paulo, diante de quase 38 mil torcedores.



Futebol é assim: as polêmicas gritam e a bola passa.



Cristóvão Borges acertou ao botar Ederson no jogo, mas sua defesa é muito fraca.



Marcelo Oliveira também acertou com Cleiton Xavier e ganhou o jogo.



Depois de duas derrotas e um empate em jogos pela manhã, o Palmeiras vence pela primeira vez no horário.