Keirrison voltou para o Coritiba após ter chance no Barcelona (Foto: Giuliano Gomes/PR Press)
No momento em que o futebol brasileiro vê surgir novos nomes, como o palmeirense Gabriel Jesus, o "Redação SporTV" abordou um tema a partir da escolha dos internautas, nesta terça-feira: as promessas que vingaram e que não vingaram. O técnico do Figueirense René Simões participou do programa e, ao tratar do assunto, fez um alerta e também lembrou o surgimento de Keirrison, lançado por ele no Coritiba, em 2012. O jogador entrou para a lista dos jogadores pintados como craque que não confirmaram a expectativa - na época, o apresentador André Rizek tratou a 'joia' como um candidato a "novo Ronaldo".
- Não tem uma receita, como não tem receita de cantor, de artista. A vida é muito interessante, ela sorri para alguns que tem muito talento e continua sorrindo, para outros nem tanto, por culpa de si próprio, de seu entorno, ou questões de contusões, como foi o caso do Keirrison, que fez três operações de ligamentos cruzados. Fui treinador dele, lancei ele no Coritiba e tinha o mesmo pensamento que você, estava nascendo um novo Ronaldinho. Agora, se a gente pode dar um conselho, daria um conselho a quem gerencia a carreira desses promissores jogadores: 'Menos, menos!' - disse.
Após surgir aos 17 anos e brilhar com a camisa do Coritiba, chamou atenção no Palmeiras e parou no Barcelona, mas não vingou. Após empréstimos para Benfica, Fiorentina, Santos e Cruzeiro, voltou ao Couto Pereira. As sucessivas lesões também comprometeram a carreira do atacante, que tem 25 anos.
Para René Simões, a interferência externa atrapalha bastante quando novos craques surgem no mercado e acaba acelerando o processo de venda, o que pode aumentar a frustração. Para o treinador, muitos jovens acabam se transferindo cedo demais para fora do país e queimando etapas importantes.
- Existem exceções, são poucas, de jogadores com 17, 18 anos que explodem e se mantém. O auge do jogador vai ser no amadurecimento dele, psicológico, físico, com 21, 22 anos. Não se tem tempo aqui no Brasil. As receitas precisam ser feitas, os clubes têm que vender para fazer caixa, aí os jogadores saem e vão ter uma mudança muito abrupta, como o Gerson, do Fluminense, que vai para a Europa (tem 18 anos). É um mudança muito forte para o jogador em termo de clube, profissionalismo. Normalmente é emprestado para outro clube, e já sente o primeiro impacto (o jogador acertou com o Roma). Até estruturar tudo isso na cabeça... Quanto tempo levou o philipe coutinho para ter esse amadurecimento? Tem que rodar, existem problemas sério na saída desses jogadores - considerou.
Atualmente, no futebol brasileiro, alguns nomes aparecem como as promessas da vez, como os atacantes Gabigol, do Santos, e Gabriel Jesus, do Palmeiras. O meia Gerson, do Fluminense, citado por René Simões, foi vendido ao Roma e se apresenta ao novo clube em janeiro.
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