Torcedores do São Paulo protestam contra ingressos caros no Morumbi
O Brasil vem passando por momento difícil na economia, mas quem define os preços dos ingressos dos estádios parece não estar por dentro dos problemas.
Enquanto setores como agropecuária, indústria e construção civil apresentam números cada vez mais desanimadores, o valor dos bilhetes para quem quer acompanhar o futebol in loco não para de subir.
Em 2014, o preço médio do ingresso no Campeonato Brasileiro foi de R$ 33,80. Já neste ano, chegou a R$ 38,80, o que reprenta um crescimento de 14%.
O número vai bem ao contrário da economia nacional, que vem apresentando dados cada vez mais desanimadores e deve sofrer retração de 2,26%, segundo pesquisa do Banco Central divulgada na última segunda.
Também fica muito acima da inflação, que, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), ficou em 9,56% entre julho de 2014 e julho de 2015.
Segundo os últimos indicadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística), apresentados no final de agosto, os números da ecomomia brasileira não param de cair.
No segundo trimestre de 2015, por exemplo, até a agropecuária, um dos "motores" do país, decaiu 2,7%, enquanto a indústria sofreu perda ainda maior: 4,3%. Dentro dos dados da indústria, a construção civil foi quem mais despencou: 8,4%.
Já no setor de serviços (o maior empregador do país), que apresentou queda de 0,7%, o comércio mostra decréscimo de 3,3%, enquanto transporte, armazenagem e correio caiu mais 2%.
Além disso, a despesa de consumo das familias encolheu 2,1%, e a importação de bens e serviços diminuiu 8,8%.
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Enquanto isso, no primeiro semestre, o desemprego aumentou 8,3%, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
Os únicos números da economia que apresentaram melhora no segundo trimestre de 2015, de acordo com o IBGE, são o extrativismo mineral e as atividades imobiliárias e aluguéis (ambos com aumento de 0,3%), assim como a exportação de bens e serviços, que cresceu 3,4%.
Este último, porém, é consequência do aumento do preço do dólar, que, nesta quarta-feira, vale R$ 3,76.
A alta dos ingressos, porém, não impediu que o público médio do Brasileirão aumentasse de 16,5 mil no ano passado para 17,3 mil neste ano. E a tendência é que ainda cresça mais, já que as rodadas decisivas devem ter casas cada vez mais cheias.
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