Washington consulta São Marcos na fila do banco e anuncia aposentadoria

5/9/2015 09:34

Washington consulta São Marcos na fila do banco e anuncia aposentadoria

Artilheiro da Libertadores de 2006 pelo Palmeiras, atacante de 37 anos decide parar de jogar após jogar na cidade natal; amizade com ex-goleiro Marcos continua

Washington consulta São Marcos na fila do banco e anuncia aposentadoria

Washington vestiu a camisa 23 do Verdão na Libertadores, em 2006: ele fez cinco gols e foi o artilheiro

(Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)




Washington saiu de casa aos 13 anos. Na bagagem, ele levou o sonho de ser jogador de futebol. Aos 37, voltou a São José dos Campos realizado. As missões eram ajudar o São José FC e organizar a aposentadoria. A decisão de pendurar as chuteiras não foi fácil. Só que um santo apareceu em seu caminho. Ou melhor, na fila do banco. São Marcos, como é conhecido o ex-goleiro do Palmeiras, deu algumas dicas ao agora ex-atacante. A praticidade de pagar as contas pela internet vai ficar de lado. Afinal, o que está em jogo agora é uma boa resenha...

– A gente sempre se encontra. A última vez foi no banco. Batemos um papo de quase duas horas. Ele falou que ficar dentro de casa é difícil. Por isso ele pega as contas do dia cinco e vai ao banco pagar, arrumar alguém para bater um papo. Você tem que se ocupar para que a cabeça continue em atividade – contou.



Dos tempos do Palmeiras, Washington guarda as melhores recordações. Turma do Amendoim? Que nada! A saudade mesmo é da Turma do Limão.

– Temos muita história, né. Eu andava muito com o Marcão, com o Sérgio (também ex-goleiro). Nas concentrações a gente sempre estava junto. A gente gostava de um suco de limão. Então era sempre a "Turma do Limão" (...) Futebol é difícil a questão da amizade, mas graças a Deus fiz grandes amigos – relembrou.

O anúncio oficial da aposentadoria veio após a disputa do Campeonato Paulista da Série A3, pelo São José FC. O acesso para a Série A2 quase foi alcançado.



– Chega um momento que você tem que parar de jogar. Tinha a ideia inicial de parar quando voltei ao Bragantino (em 2014). Já tinha rodado quase o mundo todo. Mas, como sou de São José dos Campos, recebi um pedido de alguns amigos pra ver se eu poderia ajudar a tentar fazer o São José FC subir. Infelizmente não conseguimos, faz parte... Mas dei o máximo de mim, isso é importante – acrescentou.



Vencer no futebol é para poucos. A maioria não tem sucesso. Washington, então, teve de penar para conquistar sua meta. Foi um não seguido de outro. São Paulo, Corinthians, Palmeiras... O Trio de Ferro paulista não quis saber dele.



O atacante deu algumas voltas por aí. Passou pelo futebol grego, teve chance no Vasco, onde foi campeão carioca, e acabou contratado pelo Palmeiras em 2006. Na Academia de Futebol, ele diz ter vivido os melhores momentos.



– Meus melhores momentos foram no Palmeiras, no Ceará e na Portuguesa. Fui artilheiro da Libertadores e isso fica marcado na história. Na Portuguesa, fiz 12 gols no Campeonato Paulista. Isso me ajudou muito. E no Ceará também foi muito bom. Você saía na rua, parava no posto de gasolina e a torcida fazia festa: "Desce do carro pra tirar foto com a gente aqui". Era demais – acrescentou o atacante.





Washington guarda com carinho as lembranças da torcida do Ceará, onde foi carrasco do Fla em 2011

(Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)




A mensagem à torcida dos clubes por onde atuou é de agradecimento e desculpas. Se aquela bola não entrou, se aquele chute não saiu como o esperado, enfim, Washington não sucumbiu ao receber a primeira crítica. Não desistiu depois de tantos "nãos". Olhando para trás, sente orgulho da carreira.



– Tenho que agradecer a todos que me aturaram também (risos). E a todos torcedores. Todos que apoiaram, que estiveram juntos em todos os momentos. É difícil. Torcida é sentimento, coração. Então tem momento bom, tem momento ruim. Isso faz parte do futebol. Mas é agradecer pelas passagens, alguns momentos que ficaram marcados. Isso é que é importante pra nossa vida – comentou o jogador.





Washington saiu do Vale do Paraíba aos 13 anos para retornar aos 37 (Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)



BATE-PAPO COM WASHINGTON



Planos para o futuro fora de campo

– Intuito é preparar futuros craques. Dar uma base para as crianças fugirem das drogas, de coisa errada. O primeiro passo vai ser esse. Temos 420 alunos aqui na escola (Esplanada Society). E nós queremos criar cidadãos, acima de tudo (...) Eu costumo falar aos pais da molecada: não deixem o estudo de lado. Quer sonhar em ser jogador de futebol? Legal. É um sonho. Mas não são todos que conseguem. É importante ter pais presentes, como eu tive. Minha mãe é professora. Meu pai, militar. Eles falavam: quer jogar? Tenha seu sonho, mas estude. Eu comecei a fazer educação física e hoje faço pós-graduação em São Paulo. E isso vou passar para as minhas filhas, a Sophia e a Isadora.





Presente de Marcos e camisa da Lusa decoram escolinha de futebol society do ex-jogador em São José dos Campos

(Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)




Melhores momentos da carreira

– Não tem como não falar do Palmeiras. Fui artilheiro da Libertadores (2006) lá. Time de muita tradição. Ficou marcado na história. Tem a Portuguesa também. E o Ceará, pela força da torcida. O jogo em casa, quando eliminamos o Flamengo da Copa do Brasil (2011), foi inesquecível.



Segredo dos gols de cabeça

– Eu tenho 1,82m de altura. Não sou tão alto. Em comparação ao Jardel, por exemplo, que é bem mais alto. Mas eu me posicionava muito bem. E também tem o tempo de bola. Eu tinha muito tempo de bola. Eu brincava de vôlei, de basquete e isso sempre me ajudou. Mas a tática a gente não pode ensinar ainda (risos). Qualquer dia vou encontrar alguém para ensinar aqui na escolinha.





Washington durante entrevista em São José dos Campos (Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)



Jogo de despedida?,/b>

– Então, cara, o rapaz que organiza esses jogos me ligou. Ele é sobrinho do Marcos Vinicius, o Goiaba, que foi jogador também. Eu falei: "Não sei se tenho essa... não sei, vamos conversar". Empurrei com a barriga. Vamos ver se vai ser legal...





Washington com a camisa do São José FC, o time da sua cidade natal (Foto: Danilo Sardinha/GloboEsporte.com)



Tímido? Não gosta de entrevistas?



– (risos) Jogador fala aquelas frases repetidas: "Estamos preparados na semana, trabalhando forte". Mas sempre tive facilidade de falar. Não gosto muito de dar entrevistas, sou mais tranquilo. Mas ia aos programas de televisão até pela facilidade de falar. Mas falo com o coração. Em vez de vir com as frases prontas.



Arrependimento de algo na carreira?

– Momentos de dificuldades são vários para você aprender. Ainda mais na minha função de centroavante. Eu dependia do gol. A cobrança era em cima do gol. Nunca fui rápido, jogador de beirada, que pega a bola e dribla. Era de finalização. E às vezes a bola não entrava. Eu não era aquele jogador que a torcida se empolgava. Ela só empolgava quando eu fazia um gol. Então tinha muita cobrança. Sempre passei por dificuldades quando não fazia gol. Mas sempre dei a volta por cima. E sou feliz, isso é o que importa.



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