Comentaristas criticam tentativa da CBF de usar vídeo em jogos

11/9/2015 17:48

Comentaristas criticam tentativa da CBF de usar vídeo em jogos

Arnaldo Cezar Coelho, Leonardo Gaciba e Renato Marsiglia apontam problemas na ideia de criação do Árbitro de Vídeo para analisar lances duvidosos

Comentaristas criticam tentativa da CBF de usar vídeo em jogos

Arnaldo critica tentativa da CBF de usar vídeo nas decisões dos árbitros (Foto: Reprodução SporTV)



A CBF tentará convencer a Fifa a autorizar o uso de vídeo em jogos do futebol brasileiro. A solicitação partiu da Comissão Nacional de Clubes e foi atendida pelo presidente da entidade máxima do esporte no país, Marco Polo del Nero. Se aprovada, a medida será uma revolução na arbitragem. Nascerá a função do Árbitro de Vídeo, que avisará ao apitador sobre erros capitais. Arnaldo Cezar Coelho, Leonardo Gaciba e Renato Marsiglia, comentaristas da TV Globo, são contrários à ideia.



- O que a CBF quer fazer, com um cara no alto tirando dúvidas, é brincadeira. A CBF, ao propor e levar isso à Fifa, quer desviar a atenção de erros que estão acontecendo nesse Brasileiro, muito por incapacidade profissional. O jogo vai demorar cinco horas – critica Arnaldo.



- É bobagem, pura e simplesmente bobagem. É para a CBF tentar acalmar os clubes dizendo que está fazendo alguma coisa. (...) A decisão é simplista e demagógica. A CBF está jogando para a torcida. Não tem nenhum respaldo legal, e a operacionalidade é quase impossível - concorda Marsiglia.



A ideia é que o Árbitro de Vídeo interfira em seis situações: se a bola entrou ou não; se a bola cruzou a linha de fundo em lances que resultaram em gol ou pênalti; definição sobre o local onde ocorreu uma infração próxima à linha da área, sendo pênalti ou não;ls e pênaltis ocorridos após lances claros de falta ignorados pela arbitragem; impedimentos em lances de gol ou pênalti; jogo brusco grave ou agressão física.



Arnaldo, porém, acredita que a medida vai tumultuar as partidas. Ele cita um exemplo:



- O time vai atacando, tem um lance de pênalti, o juiz não marca, a defesa sai no contra-ataque, e aí o juiz para o jogo porque recebeu uma ordem para tirar a dúvida do lance que aconteceu. Imagina a confusão. Vira uma bagunça.



Gaciba cria uma hipótese parecida. E questiona se o futebol brasileiro está preparado para uma mudança tão radical.



- Eu gostaria da tecnologia para salvar árbitros, mas dizem que vão usar o princípio de não-interrupção. Aí caio na área, o time puxa um contra-ataque e sai o gol. Aí anula o gol? Volta o pênalti? O público está preparado para isso? É esse o futebol que queremos?

pênalti? O público está preparado para isso? É esse o futebol que queremos?



Mais polêmicas





Leonardo Gaciba entende que polêmicas não serão eliminadas (Foto: Daniel Cardoso)



Na visão dos comentaristas, as polêmicas não acabarão com o possível uso do vídeo: apenas mudarão de parâmetro. Para eles, surgirão novos questionamentos: quem gerou as imagens, quais lances são passíveis de análise, quem deve ter a opinião soberana entre o árbitro do campo e o do vídeo.



- As pessoas estão achando que isso vai acabar com o erro no campo de jogo. Por exemplo, vamos analisar se o amarelo dado é amarelo ou vermelho? Aí vão questionar a decisão do árbitro do vídeo. Por que não existem dois árbitros em campo? Porque eles têm opiniões diferentes. Vi a CBF colocando que vão analisar lances próximos da área. O que é próximo? Se eu tenho o Éder, eu quero o vídeo mesmo um pouco mais longe, eu quero bater a falta - ilustra Gaciba.



Marsiglia lembra que mesmo lances analisados em vídeo geram dúvidas. Ele acredita que o futebol tem uma dinâmica diferentes de outros esportes - em que o uso de vídeo é frequente.



- Quem gera a imagem? Tem uma pessoa por trás disso. Aí uma emissora comercial vai gerar a imagem para o árbitro de TV? É um absurdo. Eles estão sem rumo. Em matéria de arbitragem, a CBF está sem rumo. A mecânica do futebol é diferente do vôlei, do tênis, nos quais a essência é parar e começar, usar o desafio. No futebol, tudo é feito no sentido de parar o menos possível. Isso quebra toda a mecânica do esporte. A arbitragem no futebol é de interpretação: aí pro árbitro do campo, não foi; pro da TV, foi. Quantos lances que passam na TV são vistos por seis pessoas em uma mesa redonda e três acham que foi e outros três acham que não foi?



Improvável





Renato Marsiglia: "Se a Fifa responder, é por educação" (Foto: Divulgação)



Os comentaristas acham improvável que a Fifa leve a sério a sugestão da CBF. Para Arnaldo, o futebol brasileiro passará vergonha ao propor a ideia. Ele acredita que a decisão deriva de erros grosseiros cometidos ao longo do Brasileirão.



- Isso não só tira a dinâmica do jogo como transfere a responsabilidade para o cara que fica com a televisão ligada lá em cima. É uma brincadeira. Os caras na Europa vão achar graça. É ridículo o futebol brasileiro levar uma proposta dessas. Isso aumenta a confusão e desvia a atenção dos erros que estão acontecendo por incapacidade. Existem erros e erros. Tem erro que é humano. Mas três metros para trás, isso é incapacidade, é elementar.



Gaciba e Marsiglia também duvidam que exista alguma possibilidade de sucesso da CBF no pedido.



- É uma filosofia de 150 anos. E é completamente proibido pela Fifa. Seria inédito. Eu ficaria de queixo caído - diz Gaciba.



- Não tem o mínimo fundamental. Se a Fifa responder, é por educação - completa Marsiglia.



O presidente da CBF diz que a medida não vai eliminar os erros de arbitragem. Para Marco Polo del Nero, o objetivo é diminuí-los. Ele acredita que o Brasil vai liderar uma mudança no futebol mundial.



- Sabemos que é impossível a seres humanos atingir o índice de erro zero na arbitragem. Por isso, considerando a solicitação dos clubes, a CBF pleiteará junto à Fifa a aprovação do uso de imagens da TV para auxiliar os árbitros. Queremos que o Brasil tome a liderança no processo de introdução da tecnologia no futebol e que sirva de referência para outros campeonatos no mundo - afirmou Del Nero.





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