Gabriel deve voltar aos gramados em fevereiro do ano que vem (Foto: Felipe Zito)
Pouco mais de dois meses depois da cirurgia no joelho esquerdo para corrigir lesão no ligamento cruzado, Gabriel trocou a rotina de treinamentos com Marcelo Oliveira por um rígido cronograma de recuperação. Diariamente, o atleta trabalha com fisioterapeutas na Academia de Futebol enquanto os companheiros se preparam para a reta final do Brasileirão e da Copa do Brasil.
Com previsão de retornar aos gramados somente no início da próxima temporada, o volante conta os dias para deixar a sala de musculação e ficar novamente à disposição do Verdão. Enquanto isso não acontece, ele tenta controlar a ansiedade.
– Cada dia é um risquinho na parede para falar: já passou. Agradeço a Deus pela evolução. Fui ao médico uma semana atrás e ele me disse que estou muito bem, praticamente um mês avançado do que seria. Ele me falou que a recuperação está sendo impressionante – conta.
– Me perguntam quanto tempo já foi, digo dois meses, e as pessoas dizem: "Já?". Eu falo: "Ainda!". Para mim, já são uns oito ou nove meses (risos). Só quem passa por isso sabe como é. Em 2016 eu vou voltar bem, com força total – completa.
Figura presente nos jogos do Palmeiras em casa, Gabriel está na torcida pelo time de Marcelo Oliveira, que busca uma vaga no G-4 no Campeonato Brasileiro e duela com o Fluminense por uma vaga na final da Copa do Brasil. Mesmo na torcida pelos companheiros, o volante, que é muito querido por atletas e funcionários do clube, já começa a projetar a próxima temporada.
– Para este ano realmente não dá tempo de voltar. Essa é a realidade. Eu queria jogar, mesmo que fosse um minuto do último jogo (de 2015). Mas eu correria um risco muito grande. Estou projetando 2016, estar com o grupo em janeiro, começar a pré-temporada forte com o grupo. Em fevereiro vou estar totalmente liberado para jogar.
Confira alguns trechos da entrevista do volante Gabriel:
Período fora do time
– É difícil. Em dias de jogos, eu assisto, a vontade de estar em campo aumenta, a saudade também. É o dia que eu mais sofro. Não tive muita dor, até mesmo na recuperação. Vejo companheiros que têm lesões e sofrem bastante, eu não tive muito isso. Fico feliz. A gente vira torcedor, a função é outra. O modo de ajudar é outro, só com palavras e não com ações.
Tem ido ao estádio?
– Sempre que o jogo é no Allianz Parque eu procuro ir, estar no vestiário para apoiar meus companheiros com palavras quando eles precisam. Estou no Palmeiras e vivo por isso. Não é porque estou machucado que vou me afastar do grupo. Vou procurar ser importante.
Contato com os jogadores durante a recuperação(Nota da redação: durante a entrevista, jogadores como Lucas, Alecsandro, Amaral e Jackson brincaram com o volante)
– É muito importante. Vejo como o grupo me acolhe. Receber o carinho dos meus companheiros me ajuda bastante na recuperação, me dá mais ânimo para me recuperar o mais rápido possível. Esse carinho que eu venho recebendo é importantíssimo, me deixa para cima. Sempre tive a cabeça boa e me foquei na recuperação.

Alecsandro acompanha a entrevista de Gabriel ao GloboEsporte.com (Foto: Felipe Zito)
A lesão
– Fiquei com medo. Até pelo fato de eu não ter tido nenhuma lesão muscular ou incômodo. Nunca fiquei fora nem de treino. Eu estava sendo ativo nos jogos. O que aconteceu foi uma fatalidade, um lance em que torci o joelho e acabei rompendo o ligamento. É uma coisa que acontece e poderia acontecer com qualquer um. Claro que vem um baque, uma tristeza muito grande, pelo momento que o time estava, engrenando uma sequência de vitórias. Estávamos no terceiro lugar, brigando por título. Eu procurei virar logo a página. Hoje estou com a cabeça focada em voltar bem e ajudar o Palmeiras em 2016 e nos próximos anos.
Conversa com Arouca(o volante também está no departamento médico por causa de uma lesão muscular, sem previsão de voltar ao time)
– Logo no dia que ele sentiu a lesão, contra a Chapecoense, eu mandei mensagem após o jogo. Fiquei preocupado pelo que havia acontecido. Na TV a gente não sabe se é coxa, joelho... Procurei saber logo. É um companheiro de trabalho, um jogador importante pro time. Ele estava muito abatido, nós conversamos por mensagem. Eu sentia ele muito triste. É lógico que é uma lesão da qual ele vai se recuperar bem, o mais rápido possível, e voltar. É o que a gente espera e o que ele quer. Está trabalhando em dois períodos todos os dias, como eu.

Gabriel foi operado em agosto, após sentir lesão no jogo contra o Atlético-PR (Foto: Rodrigo Faber)
Por que o time sentiu tanto a sua ausência?
– É difícil falar disso. Poderia ser outro jogador que saísse e o time tivesse oscilações. Se não me engano, o Marcelo tinha repetido a formação uns três ou quatro jogos seguidos. O grupo estava se encontrando. Quando sai uma peça importante, acontecem deslizes. Deu uma complicada na tabela. Estávamos em terceiro, a três ou quatro pontos do líder, brigando diretamente. Os tropeços nos afastaram um pouco. O Marcelo vem trabalhando para achar uma forma do time jogar. Tenho certeza que nesses nove últimos jogos e na Copa do Brasil o Palmeiras vai brigar forte.
Já projeta a próxima temporada?
– A todo momento. Para este ano realmente não dá tempo de voltar. Essa é a realidade. Eu queria jogar, mesmo que fosse um minuto do último jogo. É uma lesão que você precisa de seis meses, eu estou com dois meses e três dias. É difícil. Eu correria um risco muito grande. Estou projetando 2016, estar com o grupo em janeiro, começar a pré-temporada forte com o grupo. Em fevereiro vou estar totalmente liberado para jogar, então não vou perder muita coisa.
Está contando os dias para voltar?
– Nossa... (pausa) Cada dia é um risquinho na parede para falar: já passou. Agradeço a Deus pela evolução. Fui ao médico uma semana atrás e ele me disse que estou muito bem, praticamente um mês avançado do que seria. Ele me falou que a recuperação está sendo impressionante. Fico feliz com o trabalho da fisioterapia do Palmeiras, que vem se dedicando ao máximo e tem me ajudado muito. Às vezes eu perco as contas. Me perguntam quanto tempo já foi, digo dois meses, e as pessoas dizem: "Já?". Eu falo: "Ainda!". Para mim, já são uns oito, nove meses (risos). Só quem passa por isso sabe como é. Em 2016 eu vou voltar bem, com força total.
Lado torcedor
– Tem de torcer. Estou feliz demais por ver o que o torcedor passa. A gente fica apreensivo, no estádio acaba xingando o juiz. Torcedor de verdade. Precisamos estar juntos nesse momento, porque o objetivo de um é o do grupo inteiro. Estamos juntos nessa família.
Carinho da torcida
– O carinho é importante para nos deixar com a autoestima elevada, se sentir importante para o grupo, para o Palmeiras. Me dá muita força para me recuperar. A gente sabe que o tratamento é difícil, precisa ter muita força, foco. Cada mensagem de apoio, cada gesto por mim me dá força.

Gabriel na academia (Foto: Rodrigo Faber)
Apoio da família
– Imprescindível. Sou muito grato por tudo o que fazem por mim. É até difícil falar, eu amo minha família de uma maneira que não tem dimensão. Nos momentos difíceis é
onde eles aparecem mais. Isso dá muito consolo. Fico honrado.
Recado para os palmeirenses
– Muito obrigado pelo que vocês têm feito por mim, a moral que estão me dando. Peço que apoiem o Palmeiras do começo ao fim. Assim como vocês, eu confio nesse grupo, e precisamos alcançar nossos objetivos em 2015 e 2016. Fico muito feliz por fazer parte desse clube, ter essa torcida maravilhosa. Podem ter certeza que estou fazendo meu melhor. E que quando eu voltar vou dar meu máximo para que alcancemos títulos e vitórias. Obrigado pela força.
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