Paulo Nobre, presidente do Palmeiras
A dívida do Palmeiras com o seu presidente Paulo Nobre já é maior do que com o governo federal. Assim, o dirigente torna-se o principal credor do clube. E esse débito teria de ser pago integralmente em 2014 ao contrário dos compromissos fiscais que têm prazo mais alongado.
É difícil saber se isso vai acontecer porque a diretoria palmeirense esconde dados sobre os empréstimos do cartola. O relatório financeiro do Palmeiras registra uma dívida de R$ 75,1 milhões com "partes relacionadas''. Não é especificado quem são as "partes relacionadas'' nem nas notas explicativas, o que é diferente dos outros clubes.
Só que um documento interno de auditoria nas contas palmeirenses, obtido pelo blog do Perrone, confirma que era exatamente esse o valor da pendência com o "presidente e outros'' no final de 2013. Na verdade, o dirigente levantou o dinheiro com bancos e repassou à agremiação.
Pois bem, a dívida total do Palmeiras com o governo (impostos parcelados e obrigações tributárias) é de R$ 74,1 milhões, somados os passivos de curto e longo prazo.
Uma parte desses compromissos fiscais está controlada dentro da Timemania, tanto que a maior parte dela tem que ser paga em mais de um ano. Há quantias em aberto já que o clube não tem a CND (Certidão Negativa de Débito).
Já o débito com o presidente Paulo Nobre está registrado no passivo circulante, ou seja, teria de ser quitado neste ano. Seus valores superaram os compromissos com o governo por conta da incidência de juros: o total emprestado foi de R$ 72,242 milhões.
Os juros cobrados giram entre 8,89% e 12,12% segundo descrito no balanço. São taxas menores do que as cobradas pelos bancos em pendências com o Palmeiras, mas maiores do que a TJLP (Taxas de Juros a Longo Prazo), usada para financiamentos.
E informações do COF (Conselho de Orietanção Fiscal) do clube indicam que já houve novos empréstimos do presidente ao clube desse ano, o que pode aumentar o débito.
No total, o passivo alviverde (excluídas as receitas a realizar) é de R$ 284 milhões. É o menor entre os grandes paulistas, mas o patrimônio líquido do clube é negativo em R$ 100 milhões, ao contrário de Corinthians e São Paulo que têm registros positivos no item.
Para se ter uma ideia da falta de transparência do time alviverde, o Santos também tem uma dívida com seu ex-presidente Marcelo Teixeira. As operações são detalhadamente descritas no balanço alvinegro, com prazos e forma de pagamento acordados em processo judicial.
O presidente santista, por sinal, é uma demonstração do que pode acontecer no time alviverde diante da dependência do atual mandatário. Para quitar os empréstimos, que somavam R$ 40 milhões, foi necessário ceder 5% das receitas com negociações de jogadores.
Questionada sobre os empréstimos com o presidente, a assessoria do Palmeiras afirmou que "não iria se manifestar''.
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