'Água Santa não pertence a nenhuma facção criminosa', garante presidente

10/11/2015 08:23

'Água Santa não pertence a nenhuma facção criminosa', garante presidente

Após desabamento de obras do estádio, Paulo Sirqueira Faria rebate insinuações sobre clube de Diadema e diz que contas estão abertas para serem investigadas

'Água Santa não pertence a nenhuma facção criminosa', garante presidente

Paulo Sirqueira Faria durante visita às obras no estádio antes do acidente (Foto: Yan Resende)



“O Água Santa não pertence a nenhuma facção criminosa”. A frase é do presidente do clube de Diadema, Paulo Sirqueira Faria, irritado com as especulações que ganharam força desde que o time subiu à primeira divisão do futebol paulista. Nos holofotes desde o sorteio do Campeonato Paulista, semana passada, quando viu seu time ser vetado pela Federação Paulista de Futebol porque não possui estádio para 10 mil pessoas, o mandatário conversou com o GloboEsporte.com e decidiu responder às especulações em relação aos bastidores do clube.



Profissionalizado no final de 2011, o Água Santa disputou sua primeira competição profissional em 2013, a quarta divisão estadual. Desde então, o Netuno conquistou três acessos consecutivos e viu o sonho de chegar à elite se transformar em realidade rapidamente. Na última semana, tudo parece ter se transformado em um pesadelo.



A ascensão meteórica da equipe nos últimos anos ajudou a levantar suspeitas em relação à forma como o clube de Diadema era administrado. A principal acusação era de ligação com facções criminosas. Com a chegada à primeira divisão, os boatos ganharam força.



Na última quinta-feira, Paulo Sirqueira compareceu ao sorteio do Campeonato Paulista, mas viu o seu clube ser barrado pela entidade que controla o futebol no estado. A alegação era de que as obras do estádio José Batista Pereira Fernandes, o Distrital do Inamar, não ficariam prontas até o início de 2016.



O Água Santa correu atrás de toda documentação necessária para mostrar que estava dentro do cronograma, porém, sofreu um baque ainda pior dois dias depois.



Na manhã de sábado, as vigas de sustentação de um dos lados da arquibancada cederam, deixando três operários feridos. A Defesa Civil interditou a obra. O Netuno aguarda o laudo da perícia e busca alternativas para cumprir as exigências da Federação.



Diante do cenário conturbado, o presidente Paulo Sirqueira Faria convocou uma coletiva no mesmo dia do acidente. O pedido era dirigido à população de Diadema. Estava na hora da cidade se mobilizar e enfrentar a discriminação sofrida nos últimos anos.





Vigas de sustentação da arquibancadas cederam no último sábado (Foto: Cassio Barco)



GloboEsporte.com: a entrevista coletiva do último sábado foi um desabafo?

Paulo Sirqueira Faria: não aguentamos mais essas indiretas, essas suposições. Percebi que temos essa oportunidade de demonstrar que isso foi um boato muito infeliz de quem criou, talvez para apagar o brilho dos três acessos. A impressão que passa é que o Água Santa chegou à elite por causa de alguma ligação ilícita. Pelo contrário, o Água Santa chegou pelos seus méritos. Quem criou isso foi com a vontade de tirar o brilho do acesso.



Vocês ouvem sobre essas especulações desde a quarta divisão. Na sua opinião, o que motiva tudo isso?

Realmente, na “Bezinha” (quarta divisão do paulista) nós ouvíamos alguma coisa, mas sempre pensávamos que não deveríamos dar importância, que era algo natural pelo fato de o time ter vindo da várzea, pertencer a um local carente. Quando percebemos que essa situação estava muito mais no meio jornalístico, tivemos de nos posicionar, mostrar qual era a realidade do Água Santa. Vamos fazer isso ecoar. O Água Santa não pertence a nenhuma facção criminosa. Nenhum dinheiro do Água Santa vem de atividade ilícita.



O fato de o time ter sido formado na várzea pode ter interferido?

Isso vem de pessoas que não têm competência para fazer o que a gente fez. Na época da várzea, o Água Santa não foi investigado por ligação a crime organizado. Em Diadema, ninguém até hoje foi acusado por esse tipo de ligação. Os times de Diadema são compostos por pessoas do Norte e do Nordeste, que vieram para São Paulo em uma época de oportunidades de emprego e constituíram seus times como uma forma de lazer. Para mim, fica claro que quem fez isso foi para tirar o brilho dos três acessos. Alguém que não teve a capacidade, alguém até de Diadema.



Já houve algum tipo investigação?

Eu acredito que a Federação já investigou, foi atrás disso de alguma forma. Isso já vem há algum tempo sendo falado, então não tem como ninguém ter investigado. Como eu já falei, as contas estão abertas. Nós protocolamos todas as contas da empresa, do Água Santa, dos diretores, o que for preciso.



Enquanto muitos clubes sofrem com a crise financeira, o Água Santa mantém suas contas em dia. Isso ajuda a aumentar as especulações?

Infelizmente, sim. Atirar pedras é muito fácil. Sempre a nossa cruz é mais pesada. É natural do ser humano achar que a própria situação é a pior. Não é que o Água Santa não tem problemas financeiros. Aqui existe planejamento, não gastamos mais do que podemos, não ultrapassamos o limite, montamos nosso elenco de acordo com a divisão. Nem todo mundo trabalha dessa forma. Esse é o diferencial do Márcio Ribeiro (técnico que acompanha o time desde a quarta divisão), que entendeu muito bem o perfil que a diretoria tem. Aqui, o mês tem trinta dias. Pagamos menos, mas pagamos todo mundo em dia. Temos problemas como em qualquer empresa, mas não fugimos do planejamento.



Na entrevista coletiva de sábado, foi falado que Diadema é uma cidade discriminada socialmente. Essa discriminação interfere no futebol?

Não vou dizer que interfere no futebol, mas (com relação à cidade) isso precisa acabar. As próprias novelas vêm buscando mais igualdade social. A novela "I Love Paraisópolis" mostra outra realidade de comunidades carentes. Há pessoas boas e pessoas ruins, como em todos os lugares. Pode ser que Diadema esteja sendo perseguida por ser uma cidade humilde, que já foi taxada de muito violenta. Mas isso não vai interferir no futebol. Pelo contrário, o futebol pode despertar a busca por outras opções de lazer, mostrar aos jovens que existem outros caminhos.



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